sábado, 7 de agosto de 2010

Homenagem a meu pai Martim (in memoriam)



MEU QUERIDO PAI


Onze anos se passaram que você se foi e não há um dia sequer que eu me esqueça da sua imagem. Você permeia todos os dias o meu pensamento.
Apesar de não ser sua filha legítima, acolheu-me com amor , me amparou e defendeu-me até o dia da sua morte. Ah! Como gostaria que todos os pais do mundo fossem iguais a você.
Muitos sofrem tanto para morrer, ficam com doenças incuráveis. A família gasta tudo que tem para tentar salvá-los, mas você não era doente, morreu de saudade da sua esposa falecida havia poucos meses. Ficou deprimido, pois já com seus 82 anos, não aguentou. Ficou quatro dias internado só chamando sua amada: Abra a porta Angelina, ela o atendeu e o levou para junto dela. Foi uma morte serena. Morreu numa sexta-feira da Paixão de Cristo. Queria tanto que você ficasse mais um pouco comigo. Que egoismo!
Sua vida inteira foi de labuta e religiosidade. Foi muito difícil levá-lo para se aposentar. O tempo para a sua aposentadoria já havia passado uns vinte anos. Era analfabeto, mas inteligente e conseguiu fazer o seu patrimônio; começando como lavrador, lixeiro( só havia ele na época ) e chegou a supervisor de serviços gerais da Prefeitura. Isso, por que era analfabeto.
Eu, como professora primária, lutei muito para alfabetizá-lo, mas ele não queria.
Passou a vida toda a se preocupar comigo, ajudava-me sem ser preciso. Gostava de me agradar. Mas seu exemplo de vida perpetuou em meu ser, pois, apesar de já aposentada não consigo parar de trabalhar. Ficou também o exemplo de hombridade, honestidade e sensibilidade.
Pai, você era filho de italianos e, como todos eles, falam com as mãos e por ironia eu também falo muito com as mãos, tento livrar-me disso, mas não consigo. Só houve uma diferença entre nós: Eu não levo desaforo para casa, quando alguém me ofende, tenho a resposta na hora, doa a quem doer. Sou mineira...
Pai, nesse dia especial, sinto uma saudade imensa de você. Fazíamos as refeições todos os dias juntos, na minha casa, quando estavam os dois já velhos. Pai, seu prato vazio ainda continua debruçado sobre a mesa.
Meu Deus! Quantas saudades tenho de você.

                                                                          SUA FILHA


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