domingo, 1 de agosto de 2010

O alvorecer



Na minha adolescência
Por três anos vi o alvorecer
Estudava em outra cidade
Pois precisava do segundo grau

Descia uma ladeira acentuada
O frio tremulava minhas pernas
Olhava para o alto e sentia
Gotas de chuva a lavar meu rosto

Era gostoso subir no trem
E olhando pela janela via
O alvorecer. Era lindo!
Não cansava de olhar a maravilha

O Sol nascendo e a chuva
Molhando todas as plantações
Bons tempos que não olvido
E que não voltam jamais

Os animais no pasto
Ficavam pra trás e eu a olhar
Árvores apareciam e desapareciam
E os casebres também

O trem era muito lento e antigo
Demorava uma hora para chegar
Não parava na estação
E sim nos trilhos perto da escola

A escola era linda e grande
Tinha dois andares pra chegar na classe
Subíamos as escadas correndo
Pois as aulas já iam começar

Os professores vestiam-se com elegância
Os homens de ternos e gravatas
E as lindas professoras
Dentro de seus terninhos

Por mais que tinham autoridades
Com a minha sutileza fazia-os sorrir
Se alguma coisa dava errado
Quem pagava o pato era eu


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