quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O mentiroso




  Conheci Henrique tinha apenas dezoito anos, cheia de sonhos e a alegria de ter um namorado lindo, falava com muita fluência e tinha o cuidado ao me tocar e falar comigo, medo de me magoar. Nunca dizia que me amava; mas suas ações eram de um homem apaixonado, conheci-o à frente da escola, onde meu olhar cruzou com o dele e, meu coração dizia: é esse o homem que me fará feliz eternamente.

  Depois de uma semana de paqueras, ele se aproximou graciosamente até a mim e com toda a delicadeza de um homem cortês, perguntou o meu nome e, foi desse jeito que meu amor foi crescendo, ouvindo suas palavras de amor, seus beijinhos carinhosos e muitas promessas de uma vida a dois com muito amor. Eu acreditei.

  Como morávamos na mesma metrópole, nos encontrávamos diariamente: ia me apanhar na escola e levava-me de carro para casa com toda a doçura de um homem cavalheiro. Comecei a perceber a sua mudança, pois vinha esporadicamente aos nossos encontros, estranhei, pois ele não tinha mais aquele entusiasmo de antes.

  No outro dia, não veio me buscar na escola, fiquei alguns minutos parada, quando de repente toca meu celular: Olhei para trás, vi um jovem com uma beleza inigualável: moreno forte, olhos azuis com o celular no ouvido, foi se aproximando de mim e disse:
  -Henrique não ama ninguém, gosta de iludir as jovens bonitas, mas o que ele gosta são de vadias e, nesse instante, deve esta arrebentando de paixão com outra.

  Pensei, pensei e pedi para Reinaldo, era esse seu nome levar-me até à frente da casa da vadia, ele não queria, mas de tanto insistir, cedeu. Vi o carro de Henrique estacionado, pedi a Reinaldo parar o carro e desci: peguei um batom vermelho e escrevi no vidro da frente: hei de esquecê-lo, seu mentiroso, o que eu desejo para você é o dobro do que estou sentindo agora.

  E, como na vida tudo passa, esse amor também passou, virando assim mais uma página da minha vida. Fiquei um mês só indo à escola. Reinaldo espiava-me de longe, era um verdadeiro cavalheiro, parecia esperar minha dor passar.

 Num dia ensolarado, já curada daquele amor bobo, estava nadando na piscina de casa, quando, mais que de repente, à beira da piscina vi Reinaldo de roupa de banho: forte batidas deu meu coração, estava amando. Jogou-se nas águas mornas, chuviscando meus olhos, abraçou-me, enxugou meu rosto com seus beijos de me disse: 
  - Eu sempre a amei.
  Que amor! Hoje é meu companheiro, pai dos nossos dois filhos sadios e maravilhosos. Como sou feliz! 


Dorli Silva Ramos

7 comentários:

  1. Lindo amiga!Que bom que ela encontrou Reinaldo que sempre a amou.O mentiroso do Henrique quem sabe estaria agora solitário!

    Bjs.

    Carmen Lúcia

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  2. A fila anda né amiga rsrsr a vida é assim mesmo amores vem e vão! Adorei! Bjoooss

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  3. Que maravilha amiga,

    O amor as vezes esta tão pertinho da gente, mas os nossos pensamentos distantes em busca do que não cobre vazios nem alimenta nossos sentimentos não é mesmo? Sua história é linda e merece meus sinceros parabéns por você ter se permitido amar novamente....

    Beijos e linda noite pra ti viu...

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  4. Eu adoro passear pelo mundo das histórias e conhecer e reconhecer pessoas, saber que as histórias e personagens se fundem... que todos nós estamos sujeitos a protagonistas e que podemos conhecer os Reinaldos e os Henriques da VIDA!!!
    Um abraço!!!

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  5. Olá Dorli!

    Parabéns pela postagem. Gostei muito. Quem espera sempre alcança.

    Beijinhos,

    Cris Henriques

    http://oqueomeucoracaodiz.blogspot.com

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  6. Uma história linda. É assim: um vai outro vem, às vezes para sempre...Felizes!

    Um beijo, Dorli,
    da Lúcia

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  7. Um lindo dia pra ti minha amiga,,,repleto de paz e poesias,,,beijos e flores..

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