sábado, 20 de janeiro de 2018

Perto do agreste




Aqui a mulher não tem opção
Vira mãe menina sem sonhos de amor
À noite fervilha homens
Ela é umas das mais requisitadas

Chora, implora,  e apanha no quarto
Você é minha e de todos
No seu coração sente uma raiva danada
Do seu pai que aqui a deixou

Estou juntando alguns "miréis"
Para um dia conseguir fugir daqui
Quero brincar de boneca
Quero cantar na bela natureza

Mas um jovem condoído me comprou
Como um saco de batatas bem caras
Saí do inferno, ele me ofereceu o céu
Ele me amava fomos para São Paulo

Peguei minha menina bastarda
Ele a registrou como sua filha
Era bom, casa bonita, tive mais dois filhos
Agora a família para de crescer

Uma noite ele estava dormindo
Passei a mão de leve no seu rosto
E disse baixinho: eu o amarei para toda vida
Ele me agarrou, abraçou, chorou

Formamos uma sólida família longe daquele lugar...

12 comentários:

  1. E tudo está bem, quando acaba bem.
    Abraço e bom domingo

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  2. Olá, lindo poema que termina com felicidade da menina que nunca foi menina, um saco de batatas foi o valor suficiente para que a infeliz menina que nunca foi menina, conquistasse a felicidade merecida.
    Continuação de bom domingo e as suas melhoras.
    AG

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  3. Há tristeza nesses versos. Quando o amor existe e é verdadeiro, as dores são superadas.
    Meus aplausos.
    Bom e excelente domingo.

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  4. Quantos casos existem assim!
    Desde menina ela torna-se mãe,mas graças a Deus essa doce pequena arrumou alguém que a amasse.
    Lindo Dorli.
    Bjs-Carmen Lúcia.

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  5. Bem relatas!
    A mulher é o centro do Mundo.

    Beijo
    SOL

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  6. QUe maravilha de poema, muito bom, parabéns!

    Você pode dar uma olhadinha no meu blog? Escrevi sobre ótimos músicos cearenses : https://arteculturaespiritualidade.blogspot.com.br/2018/01/um-toque-cearense.html

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  7. Uma história comum ainda nos dias de hoje . Felizmente essa acabou bem ! Abraços

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  8. Ainda bem que apesar de tudo existia amor.
    Beijos.

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