sábado, 15 de junho de 2013

Amar ( miniconto )



Amar é lapidar seu sorriso para mostrar toda vez que se encontra com seu amor, é pensar nas palavras  bonitas que serão proferidas na hora do encontro; as palavras não saem, são cortadas por um grande beijo apaixonado, um abraço carinhoso e um andar de mãos dadas.A saudade transforma-se em uma alegria infinda e caminhando, sem querer se deparar com a noite. Não vê o tempo passar, a lua e as estrelas sorriem o espetáculo do amor. É ter a leveza das aves, a força de um leão e a loucura da paixão que acelera os corações. Amar é permitir-se andar descalço na chuva pelas ruas esburacadas, beijando lábios molhados  e desapegados a modernidade de hoje: carro do ano, todo quadradinho, pois o verdadeiro amor não tem preço e não está a venda.


Dorli Silva Ramos

sexta-feira, 14 de junho de 2013

A busca ( miniconto )



 Às vezes sinto um vazio na minha alma, algo me falta e saio pelas veredas da vida à busca dessa lacuna   que me atormenta e faz brotar nos meus olhos lágrimas de não sei do quê. Pego uma sacola com alguns pertences e saio de madrugada, antes que o sol me deseje boa sorte e caminho por uma estrada que parece não ter fim.
Chove, uma chuva miúda molha meu corpo, paro um pouco à sombra de uma enorme árvore, aí que fui perceber que não tinha levado água, levantei-me saí por um atalho que por milagre deu numa mina de água cristalina, saciei-me dela e, um pouco cansada deitei na relva e dormi.Num dado momento um velho horrível me acordou.
 E aí mocinha, tá à busca do quê? Respondi que não sabia, então o velho conversou comigo, vi seus pés calejados, barba comprida e perguntei: E você, foi a procura do quê?  - Do diferente, do inusitado e só achei infelicidade. Volta pra casa menina o que você está procurando é a sua infelicidade, pois a sua felicidade está na sua casa. Enxuguei as lágrimas e, voltei.


Dorli Silva Ramos

As estações do ano ( readaptação)



 Perdi as contas de quantas estações passamos juntos; na primavera nosso jardim era cheiroso e lindo. As flores eram coloridas que cuidávamos com amor. 
 No verão para amenizar o calor rumávamos à praia, rolávamos na areia, sonhávamos e nos beijávamos. Furávamos as ondas do mar sem medo de nada.
 No Outono colhíamos os frutos do pequeno sítio, passeávamos debaixo das árvores pisando nas folhas secas e bem embaixo das árvores fazíamos juras de amor. 
 No inverno, era uma delícia, me aquecia com abraços, dormíamos grudadinhos para nos aquecermos. Acordávamos trêmulos de frio, tomávamos leite quente e rumávamos cada um para o seu trabalho.
 Hoje, não sinto mais as belas estações do ano, por um triste destino tu partiste na última estação, deixando meu coração gelado tal o inverno. À noite, só, perambulo pela casa e não te encontro.
Nosso jardim morreu de saudades de ti; nunca mais fui à praia para não sofrer tua falta; as árvores secas até hoje choram tua ausência; à noite acendo a lareira, pois tu não podes mais me aquecer.
 Que saudades de ti e das belas estações do ano!


Dorli Silva Ramos

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Murmúrios ( Miniconto )



Por onde vou ouço vários murmúrios, nesse momento, ouço o murmúrio do meu coração, do sangue passando pelas veias bem devagar e o meu respirar atrapalha os meus pensamentos.
Olho à praia, vejo uma ave, ouço o murmúrio da sua solidão, tal a minha; o seu bater de asas voando para lugar nenhum.
Os murmúrios das ondas do mar são tão doídos que parecem que vão morrer na praia. Abraço as ondas e elas me sorriem, não estão mais sós e nem eu.

Dorli Silva Ramos

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Por você sua bandida virei um espectro(reedição)



No meu viver aí na Terra, sua bandida
Você foi a única mulher que amei na vida
Namoramos muito tempo com muita paixão
E numa noite estrelada  sem explicações
Me disse adeus

Há! fiquei sabendo o triste motivo, bandida
Era pobre e não podia lhe dar riqueza
E no mesmo lugar estrelado onde me disse
Adeus, suicidei-me

Meu espectro bateu no céu e Deus
Não me recebeu, pois não era a minha hora
Bati então no inferno e Lúcifer não me recebeu
Aqui não é seu lugar, pois seu único pecado
Foi amar aquela mulher bandida

E não tendo para onde ir fico vagando
Na sua casa para lhe fazer infeliz
E lhe digo, o tempo todo que for um espectro
Você não será uma mulher feliz

Dorli Silva Ramos

Ao meu namorado




Diante de ti meu namorado
Ouvindo o bater do teu coração
Abraçando-te com ternura
Balbucio todo meu amor

Aperto-te em meu peito com ardor
Feliz fico ao ser correspondida
Só lamento não estar contigo sempre
Pra de mãos dadas corrermos a relva

Fico miúda quando tu vais embora
Prometendo me pegar na escola
Na saída fico toda ansiosa à espera
Ao ver-te corro à abraçar-te

Sei que ainda somos muito jovens
O amor terá que amadurecer
Mas um dia chegará a hora certa
De ficarmos juntos para sempre


Feliz dia dos namorados

Dorli Silva Ramos

terça-feira, 11 de junho de 2013

Mulher sexy ( reedição )



Seu andar é atrevido e sensual
Quando passa os homens enlouquecem
Da uma olhadela e não da bola
Quem haverá de conquistá-la?

Quando um homem lhe faz um elogio
Ela olha com desdém e sorri
Mas ainda não encontrou alguém
Que a fizesse endoidecer

O tempo passa, ela se apaixona
O parceiro parece homem comum
Não é belo, não é rico
O que será que ele tem?

Ele tem o mesmo que ela tem
Muitos desejos e paixões
Os dois se explodem de amores
Se completam e fazem mil loucuras


Dorli Silva Ramos

O silêncio que fala ( miniconto )



 O meu silêncio fala através do meu pensamento, que me atormenta o dia todo, fala da raiva que senti quando você partiu com outra. Minha vontade era de berrar de desespero, mas não o fiz, deixei meu silêncio falar por mim.
 Assim meu silêncio ficou escravo do meu pensamento que faz brotar em mim uma dor que sufoca minha garganta e fazem minhas lágrimas rolarem de dor. Ah! Quanta saudade de você seu infame, iludiu-me e depois me deixou como se fosse um verme nojento à deriva do meu silêncio.
 Meu pensamento fica em sintonia com a lua numa noite em que as estrelas esqueceram de aparecer e meu silêncio é mais forte que minha voz, daí eu recordo que foi numa noite assim, que abraçado a mim disse que me amava. Eu subi e desci as nuvem milhões de vezes de felicidades.
 Maldito! Você só me usou, só que nunca irá saber, que no silêncio da noite fizemos uma linda filha que nunca irá chamá-lo de papai. Vou sumir desse lugar para nunca mais voltar, quem sabe eu tenha sorte de poder falar novamente e ser feliz. Tomara.

Dorli Silva Ramos

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Abraçando a felicidade( Miniconto)



 Hoje acordei cedo pois queria abraçar a felicidade. A felicidade que pode ser o silêncio do seu olhar que diz tudo que quero ouvir. A vida não tem retrocesso, mas ela é,  para todos nós, como um filme que gostaríamos de assistir várias vezes. Mas, apesar disso, não a reprisamos, não revemos esse filme. Temos que viver o agora e não se lamentar dos momentos que se esvaíram, pois eles não voltam mais. Não se entristeça com os sulcos no seu rosto, olhe-se no espelho com a certeza que está vivendo a sua plenitude.
 Vamos abraçar tudo que nos faz feliz: um passeio solitário no bosque para meditação, seu agora com dignidade, o sorriso ou a indiferença dos amigos, pois as diferenças são as belas atrações da vida.
 Portanto, meu amigo, guarde para si só os momentos bons, pois os ruins temos a toda hora e, urge que a hora não espera.
 Vamos viver o nosso hoje, o nosso momento, o agora.

Dorli Silva Ramos

domingo, 9 de junho de 2013

Quantas saudades!



Nesta noite muito cálida
Onde a lua reflete seu luar
Na escuridão do mar
Sinto saudades

Tu eras homem ardente
Sensual e carinhoso
Me abraçavas com fúria
Me fazias tua mulher

Tu foste para outros mares
Com promessas de volta
Aqui venho todos os dias
Tu não vejo jamais

Aqui estou mais uma vez
A lua se apieda de mim
As ondas chorosas
De repente sorriem...

Eras tu que chegavas
Rodopiou-me até cansar
Beijou meus lábios  e disse
Jamais te esqueceria


Dorli Silva Ramos

sábado, 8 de junho de 2013

AOS MEUS VISITANTES



AOS MEUS VISITANTES DESDE 2010
MEUS AGRADECIMENTOS
PELAS VISITAS
OBRIGADA
DE CORAÇÃO 


LUA SINGULAR

As gotas d'águas ( miniconto)


www.fotologando.com

 Olhei o céu nublado, começou a escurecer. Sou um garoto ainda, tenho medo, sou só e vivo perambulando por aí, me alimento com o que acho no chão e durmo num banco qualquer. A chuva começa com uma ventania assustadora e eu me pergunto: onde vou? Escondi-me embaixo de um banco da praça.
 A chuva não teve piedade de mim...foi tão forte que arrastou-me até um pequeno matagal e, ali, agarrado em seus caules, fiquei tremendo de medo. Mas Deus é grande, a chuva logo passou e, todo molhado, resolvi continuar minha peregrinação. Porém, algo chamou a minha atenção naqueles arbustos: era algo surpreendente, causando-me estupefação.
 Somando isso ao meu medo, meu coração sentiu que aquilo era a coisa mais linda do mundo...Entre os galhos e folhas, muitas gotas de água, pareciam coloridas.
 Minha curiosidade foi maior que o turbilhão que sentia. Assim, peguei vagarosamente uma gota d'água com a língua. Que delícia, geladinha e quantas para me deslumbrar e sonhar. Sonhar com o quê?
 Sonhar com um lar quentinho e ela pegou em minhas mãos e me levou consigo...


Dorli da Silva Ramos

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O amor e a paixão ( reedição )


Paixão é uma chama ardente
Que corrói as entranhas adentro
Amor é serenidade e belos encontros
Beijos suaves como dos eternos namorados

Na juventude brota a grande paixão
O corpo é vulcão em erupção
Na maturidade o amor é verdadeiro
Encantos e muitos comprometimentos

Paixão se tem por atração física
Amor é para alguém em especial
Paixão e amor se completam
Numa bela razão de viver

Quem ama verdadeiramente
Nunca abandona o seu grande amor
Pois se a paixão se aquietou
Vamos dar vivas ao amor


Dorli Silva Ramos 

As ondas do mar(reedição)



Como é bom caminhar na praia
Bem antes do lindo alvorecer
Ouvir o barulho das grandes ondas
A recordar nossos amores perdidos

Quando sentimos o cheiro da praia
Antes da chegada do amanhecer
 Ouvimos o barulho das ondas
 Recordamos os amores perdidos

 O crepúsculo do entardecer chega
Parece que as ondas estão cansadas
Do seu trabalho interminável
Aí, morre o silêncio da praia

Mas as ondas são traiçoeiras
Se apaixonam por nós com ardor
Pois estão enciumadas a nos ver
Passeando e elas trabalhando

Dorli Silva Ramos

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Hoje eu descobri:



Hoje eu descobri que não vale a pena sofrer por quem nos menospreza, pois a certeza é que iremos para o mesmo lugar, escuro, gelado, sufocante e abandonado: a nossa última morada. Saber quando sairemos de lá, ninguém descobre. Talvez nunca. Nunca é uma palavra muito forte, vamos deixá-la para depois do ocorrido.

Enquanto estivermos vivos, vamos viver com alegria, soltar risos de emoções e chorar nos dissabores e nos conformarmos com ganância em que o homem se propõe a viver aqui na Terra.Coitados, deveríamos sentir pena, pois o meu corpo dói hoje o seu vai doer amanhã. Quiçá ele doa, pois isso denotará muitos anos, conhecendo o ser humano tão complicado. Eu também sou, mas tem gente que guarda no coração mágoas que vão se acumulando pela vida que não vale muito ser vivida nesse turbilhão de agentes com flechas querendo nos ceifar para ficar com nosso parceiro(a), dinheiro e todo o nosso suor derramado para poder ter uma vida digna.

Aonde foi parar a dignidade do homem? Uma ventania passou sorrateiramente e a levou para se diluir no ar e ficamos, quando velhos, à deriva num barco estreito esperando que alguém vá nos buscar. Ninguém irá não, nem seus filhos, maridos ou esposas, pois se foi é porque não serve mais para nada. Está velho(a).

Por uma tolice do destino, nosso coração começa a falhar e no deleite da insubordinação à vida vamos nos sucumbindo paulatinamente. E muitos torcendo.: Ainda não morreu?Sorrisos..., pois todos iremos passar pelo mesmo caminho que poderá ser curto, médio ou a perder de vista.

Agora eu me pergunto: Por que tanto orgulho, se ao morrermos nossa carne irá se putrificar em poucas horas e você sorri porque no testamento, você pensa que está. Está sim no testamento de Deus.


Dorli Silva Ramos

Beijos apaixonados( reedição )



Com é bom namorar e beijar
Beijos profundos e apaixonados
Com o tempo os beijos esfriam
E vamos nós outros beijarmos

Muitos namorados e grandes paixões
Beijos demorados, beijos suaves
Mas são beijos diferentes
Ninguém vive sem beijar

Se fôssemos contar nos dedos
As pessoas que beijamos
Precisaríamos de muitas mãos
Mesmo assim não daria pra contar

Vocês jovens não percam tempo
Ganhe-os a beijarem muito
Loiros, morenos, negros e várias raças
Não devem nunca se privar

O tempo passa rapidinho
Começamos a envelhecer
Os beijos já ficam sem graça
Pra que precisamos beijar?


Dorli da Silva Ramos

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Minha sina...



Ó lua, só tenho a ti nesse meu vazio
Todas as noites aqui te espero
O dia para mim é um calvário dorido
Todos me chamam de bruxa...

Viro peixe quando quero nadar
 Sou mulher sensível e quero amar
Mesmo sabendo ser uma bruxa
Sobem o morro para me explorar

Meu corpo sai fumaça de tanta paixão
Muitos querem respirar a fumaça
O meu corpo só aceita quem me ama
Mas como ninguém gosta de mim...

A minha sina lua é ficar só no teu reflexo
Até que as estrelas resolvam chegar
Para brilhar o universo e minha amargura
De não ter pra quem dar meu coração

Dorli Silva Ramos

terça-feira, 4 de junho de 2013

Mulher da cor do pecado (reedição)



Mulher negra da cor do pecado, da cor do café
Quem é que não gostaria ser amado por ela?
 Não precisa se lambuzar de maquiagem
Sua beleza é irradiante e bem natural

Sua pele é aveludada que inveja qualquer mulher
Seu corpo é bem esculpido, sua boca é só paixão
Seu andar é malicioso, seu sorriso é nuvem branca
Seus cabelos encaracolados a deixa mais sedutora

Seu odor se mistura com um perfume raro
Que enlouquece muitos homens
 Quando vai fazer amor
Explode como um vulcão

O homem que tiver o privilégio de ter essa mulher
Seu sossego acabará para sempre
Seus ciúmes doentios poderão maltratá-la
E ele correrá o risco de perdê-la
Para outro, aí, irá endoidecer

Dorli da Silva Ramos

Teus olhos...



Teus lindos olhos brilham tal estrela
A mais cintilante estrela no céu
Os teus são os meus olhos para o céu
Que me enfeitiçaram o coração

Quando me olhas sinto um calafrio
Irradias raios incandescentes e enlouquece
Todo meu corpo perdido por ti
Não suporto, te aperto em meu peito

Mulher, quem foi que fez este teu olhar?
Que faz meu sangue ferver nas veias
Minhas pernas bambearem de emoção
Amparo-me em ti e beijo teu olhar

Desço meus lábios que alcançam os teus
Que num bailado infinito apressa
Uma louca paixão descendo sorrateira 
Alcança o prazer sem o seu olhar

Dorli Silva Ramos

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Nosso casebre de amor( reedição )



Foi nesse casebre de amor que eu e Rosinha
Após o enlace matrimonial fomos morar
Ela era uma linda jovenzinha inexperiente da vida
E eu um garotão louco de paixão

Esse casebre ficava no sítio do meu pai
Que com sua infinita bondade nos cedeu
Para um início de vida que seria de muito amor
Grande dignidade e muito trabalho

Os anos iam passando e o que mais queríamos na vida
Não chegava: Seriam os filhos
Rosinha era estéril e não poderíamos dar nosso amor
As belas crianças a correr pelo campo
A nos chamar de papai e mamãe

Sonhávamos um sonho lindo sem riquezas
Mas rodeados de amor e, o tempo passou...
Um dia, por um milagre, nos foi confiado
Um lindo bebê que havia perdido a mãe
Num parto muito complicado

Aquele lindo bebê é um "dotor"sim "sinhô"
Trabalhamos muito pra lhe dar um diploma
Hoje está bem casado e não se esqueceu
Dos seus velhos pais adotivos amados

Hoje somos bem velhinhos sem mais aquelas paixões
Melhoramos nosso casebre de amor
Somos hoje felizes do nosso jeito simples
Resmungando por qualquer coisinha
Essa foi uma vida bem vivida

Dorli Silva Ramos