terça-feira, 19 de agosto de 2014

CRÔNICA: O casamento do Nhonhô ( verídica )




Eu era muito criança, morava em Minas Gerais, numa cidadezinha do interior, num bairro muito pobre. Todo mundo conhecia Nhonhô, que não gostava de pegar no "batente", vivia pelos bares tocando violão. Não bebia e nem fumava, pelo ao menos isso de bom. Morava na casa da sua tia avó num casebre de dar dó e muito descuidado, pois ela tinha que batalhar na roça para dar de comer a Nhonhô, o seu sobrinho vagabundo mais com grandes qualidades artísticas( nunca foi atrás).
Nhonhô começa a receber na sua casa, enquanto a tia estava na roça uma jovem gorda, não era feia e nem bonita e, não demorou muito tempo a jovem engravidou. Foi marcado o casamento, sua tia coitada, pobre fez um bolinho e comprou uns docinhos e fez limonada , era a festa do casamento, que só os vizinhos iriam, a madrinha deu um vestido de noiva e o dia chegou.
Como de costume, a noiva chegou primeiro, ela estava até bonita de noiva, a praça da igreja lotada para o casamento do Nhonhô, ele era muito querido na cidade.
Esperou...Esperou e nada de aparecer. A noiva chorosa e os convidados foram para casa e os poucos quitutes acabaram. Ela muito triste saiu vestida de noiva por uma pista perto da cidade, nisso passou um jipe da cidade, pegou-a e trouxe para casa e lhe disse: não se preocupe, nós encontraremos o seu noivo.
O pai da noiva tinha uma espingarda que lustrava todos os dias. De repente Nhonhô apareceu na cidade com a maior cara de pau; o pai da noiva ficou sabendo, passou a flanela na arma e saiu e foi bater na casa da tia do noivo fujão. Nhonhô quem abriu, não esperava o sogro, encostou o cano da espingarda na sua boca e disse: ou casa com minha filha ou morre e ele levantou a mão. E o casamento saiu só no cartório, nasceu um menino lindo, não poderia ser dele, mas...eles ainda tiveram mais dois filhos.
Ela não era muito certa, deixou os filhos na cama e fugiu com outro que até hoje ninguém sabe do seu paradeiro. Nhonhô deu um filho para cada um, mudou de cidade, arrumou um emprego e se juntou com uma mulher.
Já era mocinha, minha mãe recebeu uma carta dele, pegamos o carro e fomos visitá-lo numa cidade bem longe daquela que ele morava.
Meu Deus! Quando vi a mulher dele quase desmaiei: horrível, suja, pés no chão e quando fechava a boca os dentes ficavam  fora dela.
Logo que ele chegou do serviço lhe disse: seria melhor ter ficado com a outra que era um pouco mais bonita.
Fomos embora, nunca mais vi Nhonhô, às vezes, me bate uma saudade dele...Ô cabeça dura!

A crônica conta um fato comum do dia a dia, relata o cotidiano da vida real das pessoas, enquanto o conto e a fábula contam fatos inusitados ou até fantásticos. Ou seja, distantes da realidade.


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Meu pensamento voa




Meu pensamento está aprisionado dentro do meu cérebro, mas hoje vou deixá-lo solto para voar onde quiser conhecer: voou embaixo das nuvens brancas e frias ouvindo os murmúrios das ondas do mar, passou por mim e eu o deixei passar na maciez das minhas vestes até ele se cansar.
Não obstante até onde nossas vistas veem, o vento muito audacioso o transportou às nuvens, chegando aos céus. Chegando lá, ficou deslumbrado com toda beleza vista; era noite e as estrelas brilhantes e coloridas ofuscavam suas vistas, mas teimoso como era foi conversar com a lua, esta já sabia que era a musa dos namorados ficou feliz com aquele pensamento voando num vento já cansado, então, desceu do vento para ele descansar e foi conversar com a lua, querendo saber o que ela tinha que embebia os sonhos dos poetas apaixonados, ela apenas respondeu que os vigiava com amor.
Com o vento já descansado, o pensamento agarrou-se nele e foi conhecer o resto do céu brilhante à noite. As estrelas mantiveram distância do pensamento, pois se chegassem perto queimariam todos os seus neurônios.
O pensamento estava cansado e o vento também e, resolveram dormir numa nuvem branca quentinha, mas no meio do sono, a nuvem sacolejou os dois, avisando que vinha chuva forte e, que deveriam ir embora pois deixaram sua dona a mercê d'um mar violento.
Mais que depressa, voaram como um jato até a beira do oceano, onde ela estava, entrou em seu cérebro, ela recobrou os sentidos e, vendo o mar bravio e a chuva começando a cair forte, correu à procura de um abrigo que não demorou a achar. Um casal se apiedou da jovem mandou-a entrar, tomou um banho quentinho e foi deitar-se numa cama fofa e acordou com as ideias fervilhando.
Não demorou muito tempo pegou um lápis e papel e escreveu sua aventura: meu pensamento voa. 



domingo, 17 de agosto de 2014

O tempo não mata o amor



Todos os dias passo diante do meu quadro quando tinha dezenove anos, um nó na garganta faz meus olhos lacrimejarem e, quase não consigo acreditar na besteira que fiz com a minha vida. Tinha alguém que me amava a loucura, me respeitava como mulher, escrevia poesias e me endereçava e ao abrir o envelope meu corpo ardia de amor e paixão. Fazíamos lindos passeios e promessas de um breve casamento.
Um dia, por bobeira minha disse que não o amava mais, ele empalideceu, deu meia volta e foi caminhando, corri até ele, disse que era brincadeira. Olhou para mim chorando e me disse: adeus, nunca mais você vai saber de mim.
E o tempo foi passando e eu inutilmente a procurá-lo sem cessar. Já faz cinquenta anos que nunca mais soube dele. Talvez tenha morrido e não achado o corpo.
Não consegui amar mais ninguém, então, vivia à noite nos meus sonhos, que pareciam reais, minha vida se desenrolou de uma forma autêntica e prazerosa.
Ele chegava do trabalho, me pegava no colo e me beijava e numa grande banheira cheia de pétalas de rosas o amor e a paixão fluíam, passeávamos pelos campos floridos, sentávamos na grama e me fazia lindas poesias de amor e ali, diante da lua e das estrelas nos amávamos com ardor. Foram nossas únicas testemunhas.
Hoje, diante do espelho, passo as mãos nos sulcos que o tempo fez com minha pele e procuro imaginar você em algum lugar pensando em mim.
Esse é meu saudoso jeito de viver a solidão....

sábado, 16 de agosto de 2014

Minha metamorfose



Tal como a borboleta, eu vivo dentro do ventre da minha mãe: está na hora da minha metamorfose, espremi de um lado e do outro, ouvia choros e pequenos barulhos, de repente eu saí, sei que me deram um tapa e eu chorei... devo ter adormecido, quando acordei, me vi apertada em roupas que me incomodavam e uma mulher me beijava e chorava, chamando-me de minha filha.
Começou meu sofrimento, de repente ainda pequena, falando algumas palavras, um homem fraco que dizia ser meu pai me levou para um lugar cheio de crianças tristes, e quando me dei por mim não  mais o vi, nem liguei...não sentia nada por ele e nem por ela( será por que era muito pequena?).
Fui crescendo sobre ordens e surras num pavilhão nojento com baratas e sujeiras que as meninas chamavam de colégio. Nesse colégio, me vestiam com qualquer roupa e tenho os braços roxos de tantos beliscões.
Cresci ali nesse antro nojento e Lúcia uma amiga sempre dizia que eu era muito bela e, escondida no banheiro me deu um pequeno espelho: foi aí que me vi pela primeira vez, já com meus quinze anos. Me amei, saímos sorrateiramente e à noite disse a Lúcia que iria fugir dali. Ela me ajudou, roubou um vestido lindo de uma jovem que tomava conta de nós e jogou do outro lado do muro e com uma força sobre humana caí do outro lado.
Fui caminhando, sendo iluminada pelas estrelas e a lua até chegar num córrego. Ali tirei aqueles trapos e me joguei na água e com as mãos cheias de flores que pegando pelo caminho esfreguei no meu corpo todo, sentindo um cheirinho gostoso de flores do campo. Após secar meu corpo coloquei aquela roupa linda, desalinhei meus cabelos e veio o vento para secá-lo e fiquei a apreciar a beleza da natureza que nunca tinha visto.
De repente ouço um barulho forte e começo a correr. O barulho parou e duas mãos me seguraram: 
Um jovem lindo perguntou-me: onde vai com tanta pressa. Expliquei tudo para ele, então me colocou em cima do cavalo, subiu atrás de mim e, pegou as rédeas e me disse: vou leva´-la para minha casa, tenho mãe, pai e irmãos, não se assuste, não vou lhe fazer mal algum.
Chegando em casa, contei a família tudo da minha vida, a mãe do rapaz me abraçou e disse: aqui você está segura.
Os meses se passaram, Cláudio, o cavaleiro e eu nos apaixonamos. Seus pais foram à procura do orfanato, já tinha na época dezoito anos e pediu meus documentos que prontamente me entregaram.
Hoje é o dia do meu casamento com Cláudio, como estamos eufóricos e muito felizes!




sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Hoje estou muito triste!!!



Meu coração dói, minha vida desmoronou, mas como sou poeta tenho que alegrar quem gosta das minhas poesias. Abro a porta de casa, pego papel e lápis e começo escrevê-la, tenho que terminar o meu livro de poesias.



O amor

É um sentimento que brotou em meu coração
Catarina é seu nome, uma envolvente mulher
O que foi que me fez me apaixonar sem querer
Além de sua beleza... Irradia os dias de verão

Sua pele morena, olhos da cor das esmeraldas
A boca é delineada com o vermelho da paixão
Ah! O seu perfume era o de "Poções mágicas"
O andar sedutor conseguiu flechar meu coração

O nosso primeiro beijo foi numa praia deserta
A onda na volta rolou nossos corpos até a água
Submergimos o mar e nossos lábios se uniram

Ao emergir rolamos a areia molhada e sorrimos
 Aí o cupido flechou nossa alma e nós nutrimos
Com um amor eterno, cheio de grandes paixões

   

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O ciúmes da lua: miniconto





A lua ao contemplar uma mulher tão singela e bela, enciumada começa a chorar, mas as estrelas coloridas de uma noite de verão vêm consolá-la, pois sem a lua ninguém viria a sua beleza, pois é ela quem reflete a beleza da mulher aos homens que  a vê.




quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O sorriso - miniconto


sorrir mais


Não há nada mais contagiante do que o sorriso de uma criança, é natural e irradia outras pessoas, pois quando ela sorri todo o seu corpinho o acompanha, mas só é visto por pessoas que sabem amar.



terça-feira, 12 de agosto de 2014

Nunca esquecerei - miniconto



Vesti-me de negro enfeitado de pérolas, pintei meus lábios de batom, fiquei em casa a sua espera, pois prometera chegar em duas horas. Acordei, aí que fui perceber que arranquei todas as pérolas do vestido, você não veio, havia adormecido.



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Não adianta - miniconto




Quanto mais eu remendo meu coração, esfrego o chão, enfeito a casa com flores de alfazemas; não adianta, pois teu cheiro ficou impregnado na casa para me fazer sofrer.

domingo, 10 de agosto de 2014

Ao meu pai Martim...



Pai
A dor desapareceu
Mas
A saudade persiste em ficar 
Em forma
De belas lembranças suas
O tempo passou
São quinze anos sem você
Tanto tempo
Parece que foi ontem
Que, com saudades da mamãe
Me disse adeus
Foi morar com ela no paraíso
Pai: muito obrigada
Por me fazer uma pessoa íntegra
Jamais o esquecerei
Sua filha
Dorli



sábado, 9 de agosto de 2014

A lua preguiçosa




Nesse cenário tranquilo, a natureza deixou apenas uma trilha: uma igrejinha abandonada rodeada de árvores nativas, mas algo inusitado aconteceu: já estava na hora do crepúsculo do anoitecer, deu uma pane no céu, as estrelas dormiam uns sonos pesados e a lua ainda deitada sobre uma nuvem, estava com preguiça, apesar de ser quarto crescente não fazia nada.
De repente a nuvem não aguentou o peso da lua e caiu na terra em forma de forte chuva. Aquela escuridão acendeu todas as estrelas coloridas e a lua coçando os olhos foi trabalhar.
O céu clareou e tudo ficou lindo, a igrejinha abandonada começou a badalar seus sinos chamando os fiéis. Ninguém apareceu, sabem o por quê? Com a chuva forte a terra ficou cheia de charcos e os fiéis bem que tentaram, mas não conseguiam, escorregavam e caiam de "bunda" no chão. Foi uma delícia, todos voltaram lambuzados e rindo para casa para banhar-se.
Portanto, meus amigos: a vida é uma engrenagem contínua, se uma peça quebra a vida toda será cheia de percalços. 


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Caminho para viver bem: miniconto




Pegue a chave do seu coração e da sua vontade, que com certeza, encontrará um lindo caminho florido para viver em harmonia com a natureza e a felicidade consigo mesmo, mas para conseguir trilhar a felicidade com harmonia, você terá que tentar, vamos achá-lo?
O saber viver é ter cautela nas palavras, para não magoar as pessoas que nos rodeiam, sermos simples e atenciosos com nossos amigos e nunca deixar de defendê-los até a morte.
São nas pequeninas coisas que encontramos o prazer de viver só ou em companhia de outros, lhes deem esse direito e não percam oportunidades de serem pessoas sorridentes e muito felizes.
Dinheiro não traz felicidade a ninguém, se a trouxesse, financiaríamos a longo prazo, mas temos que conquistá-la paulatinamente até nos lambuzarmos de tanta ventura.
Vamos ser felizes?
  

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Eu sou João da vida



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Eu nem sei bem quem sou e, perambulando pela vida, desde garoto, quando fugi da fome lá no meu querido sertão, vivo por aí, fazendo um bico cá outro lá e moro num barraco sozinho. Tenho vinte e três anos e um grande sonho: ter a minha rocinha, a enxada eu já tenho e muitas forças para o trabalho pesado.
Um dia sentado numa pequena mesa que eu mesmo fiz, cansado, tirei um cochilo, nisso bateram à porta do meu pobre barraco, a porta abriu e um homem já velho quis contratar-me para cuidar do seu sítio, que prontamente aceitei.
Qual é seu nome? Me chamam de João, mas não tenho documento nenhum, fugi da fome, não para enriquecer e sim para juntar algum dinheiro para buscar minha família, queria aprender a ler e escrever.
O sitiante de nome Geraldo, alojou-o numa casinha já com as mobílias e foi cuidar de arrumar seus documentos. Ele tinha influência com o delegado da cidade e não foi difícil tirar uma cópia da certidão de nascimento e, a partir daí João com seus documentos pode ser registrado e frequentar a escola à noite para aprender a ler e escrever.
Passado um ano, João prosperou, pois, o sitiante oferecia alimentação a ele. Em quatro meses João começou a ler e pode buscar sua família lá no sertão. Foi a sua maior felicidade.
Depois de uma semana eles chegaram e todos ficaram deslumbrado da beleza do sítio e o Sr.Gerado disse ao seu pai: seu filho é um batalhador, não tivemos filhos e ele transformou meu sítio em felicidade, que agora será dobrada com a sua família.
E assim o sítio prosperava, mais mãos de obras, tinha de tudo no sítio: frutas de todas as espécies, porcos, galinhas, uma vaquinha para o leite e assim foram vivendo felizes.
O Sr. Geraldo era devoto de Santo Antônio e aquele ano resolveu fazer uma festa no seu sítio, mãos as obras, todos: uns fazendo quentão, outros rapadura, outros bandeirinhas e João foi convidar todo o pessoal dos sítios vizinhos.
Chegou a hora do terço, o rezador era pai de uma linda cabocla que deu uma olhada para João que ficou todo assanhado e feliz.
O tempo passou, João casou-se na igrejinha do sítio com a cabocla linda de nome Izilda e como era de se esperar tiveram vários lindos filhos: uma benção, como diziam os avós.
Geraldo ficou muito doente e morreu, ficou sua mulher a choramingar de saudades. Todos os dias a mãe de João que trabalhava na casa da patroa chegava cedo, aquele dia fatídico resolveu ir mais cedo encontrando-a agonizando ela entregou um envelope, o qual guardou no armário. A patroa morreu.
Passado uns dias, ficaram à espera de alguns parentes e, nada. Foi aí que a mãe de João lembrou da carta e entregou a ele.João leu a carta chorando, pois nela dizia que o casal gostava dele como filho e tinha deixado toda  a herança para ele.
Aí, João chorou...


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Amor doentio




Amor tem que ser de mansinho
Fincado no respeito e confiança
Se for doentio perde o respeito
 Morte vem fazer a sua desgraça

Esse amor tem que ser tratado
Antes que o inevitável aconteça
Senão o choro se adianta doído
Antes que a dor da alma apodreça

Amar não é apoderar-se do outro
Mas viver numa linda comunhão
Amar é juntar o seu amor adentro
Corações livres sem haver traição

Amor doentio leva ao crime de morte
Lágrima debulhada não mais ressuscita
 Amor que poderia crescer, mas demente
Que nem a pior  cadeia, a dor vomita



terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mulher malvada (miniconto)




Chamei todas as estrelas coloridas do céu, não esquecendo da lua para testemunhar este amor, que ao emergir e submergir o oceano me enlouquece. Acaricio-te, és tão macios os teus cabelos e te sufoco de beijos quentes molhados.
Tu és meiga, teu corpo gelado na água serena tem o brilho das estrelas. Ah! Não vou suportar ver-te com outro amanhã... Me matas com teu olhar, me enganas com a minha solidão. Mas, agora estás aqui nesse mundo de magia proibida. Tu és mulher do pecado, pelo qual me apaixonei.
Não quero que a noite acabe para o nosso delírio não ter fim. Tu és mulher malvada, pois amanhã, ao passar na rua finge não me ver. Sofro a semana inteira ao ver-te abraçada com outro homem.
Não tenho pressa, logo terei nos meus braços outra vez, a delirar. Delirar um sonho com uma mulher louca, que sem pensar me apaixonei.
Mulher malvada, tu não amas ninguém, mas o tempo te farás chorar por um homem, que sempre te amou.


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Atrocidades humanas( readaptação ).


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As atrocidades humanas sempre houve  e haverá de acontecer em ritmo acelerado mostrados pelos meios de comunicações, e os crimes quase sempre ficam impunes mais na riqueza do que na pobreza. Isso faz com que as pessoas cometam a cada dia mais atrocidades.
Nunca pensei em viver tanto para ver a cor do sangue num massacre de crianças, inocentes, mães desesperadas e quantos talentos perdidos pela maldade humana.
Quando era criança morava numa pequena cidade do interior, televisão só no bar e não podia ir, não via jornal, era alheia ao mundo, achava o mundo maravilhoso. Corria pelos campos floridos à brincar, sem saber que muitas crianças da minha idade eram mortas por tigres carniceiros.
Já mais mocinha, estudo mais avançado estudei Hitler, Stalin, Mussolini e outros e, fiquei enojada com as crueldades praticadas.
O tempo passou e a cada dia mais a situação das crianças, adultos são terríveis, pois muitos são mortos, deixando muitas mães chorando para o resto de suas vidas.
Continuei meus estudos e a cada livro que lia mais me decepcionava com o ser humano que é tão diferente dos animais que só matam para sobrevivência.
Na situação de hoje ficou muito pior, pois a libertinagem dos filhos amparados por uma lei, os pais perderam o controle deles que andam em bandos em "inferninhos," bêbados e nunca se sabe se chegarão em casa para dormir.
O pior de tudo, que já vi, filhos drogados baterem em seus pais quase até a morte. É também a discriminação racial e social, os dois segmentos causadores dos crimes por eles cometidos.
Meu Deus! Quando tudo isso vai acabar?

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domingo, 3 de agosto de 2014

Minha loucura-miniconto


sims 3 fantasmas

É rodeada de castelos, que durante o dia ou à noite sinto um arrepio na espinha quando vejo um espectro vermelho quase transparente perto da tumba do meu pai. Da janela do meu palacete com um binóculo potente posso ver tudo o que acontece ali: todos os dias ao meio dia e à meia noite.
Na minha sã consciência só pode ser um fantasma. Ele senta no túmulo e começa a gesticular palavras que não da para entender. De repente o fantasma começa a chorar copiosamente e num ímpeto desaparece.
Saio da minha casa, faço uma triagem no túmulo e nada vejo, quando ia sair vi uma bolinha de sangue, corri até minha casa, peguei uma espátula e um vidrinho, voltei e no local a bolinha de sangue tinha se transformado em cinco. coloquei-as dentro d'um vidrinho, chacoalhei, elas se misturaram.
No outro dia levei o sangue para ser examinado, pedi urgência e foi feita a análise do sangue. Fiquei à espera. De repente abre a porta, todo esbaforido, o analista com seu jaleco todo vermelho de sangue, sentou na cadeira e chorou: Por que está chorando, perguntei: ele respondeu que quando foi digitar o resultado estava escrito: quem tivesse contato com o sangue mesmo com luvas em uma semana iria morrer e virar um fantasma.
E o resultado? Vá você mesmo ver...
Quando entrei na sala de análise quase desmaiei, o mesmo fantasma que via todos os dias passou a mão na minha cabeça e disse: quando você morrer vai ser a minha esposa. Gelei e o fantasma desapareceu.
Comecei a contar o caso aos meus amigos num barzinho à noite, começaram a me debochar, eis que de repente o fantasma aparece e desaparece.
Todos começaram a me chamar de louca, que foi”treta” para assustá-los.
Agora não saio de casa e não sei o que fazer de mim. Alguém pode me ajudar?



sábado, 2 de agosto de 2014

Suáveis desejos


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Viajo meus lânguidos e tristes olhares
Tento saber o que foi a minha vida...
Sou pedra bruta lapidada nos lares
Em abrigos, sem mãe, sem nada...

Recordo a infância de pés descalços
Correndo atrás do Dique, o meu gato
Doía não gritar mãe, quantos percalços
Lágrimas escorriam no meu doído peito

Tornei a mulher mais bela do recanto
Perfeita na mais bela criação humana
Sinto que estou ávida de toque e acalento
Preciso de um amor e uma choupana

Não tardou encontrei José, belo rapaz
Senti arrepios quando vi seus olhos azuis
Com seu belo sorriso aperolado e voraz
Beijou os meus lábios virgens e juvenis

Queria pouco, mas José é muito dengoso
Não se cansa de me beijar com forte ardor
Descobri, que precisei ter um coração puro
À beber gotas puras de orvalho, o amor


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

No meio do caminho



No meio do caminho tinha uma pedra.
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida das minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
       
                   Carlos Drummond de Andrade


 ******
   A forma repetitiva dos versos fez com que muitos leitores da época criticassem o poema, chegando mesmo a questionar sua qualidade artística. Muitas leituras e discussões foram feitas a esse respeito, e hoje a crítica literária é unânime em afirmar a genialidade de Drummond, que conseguiu, de forma aparentemente simples, registrar em um poema a dificuldade de superar obstáculo que, vez por outra, interferem em nosso caminho. Assim, a "pedra no meio do caminho", que se repete em diversas posições nos versos do poema, simboliza exatamente os entraves que todos encontramos - e temos de superar - ao longo de nossas vidas. A superação de obstáculos, porém, não significa o seu desaparecimento. As nossas "retinas fatigadas" guardam a memória das dificuldades que precisamos superar e que, de muitas maneiras, tornaram-nos pessoas diferentes.

Fonte: trecho: Português: Editora Moderna