terça-feira, 30 de julho de 2019

"Sai um Pingado"




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Quando eu era menino existia no Largo da Sé, no velhíssimo Largo da Sé, hoje Praça da Sé, um café na esquina da Rua 15 de novembro, chamado Café dos Girondinos.. Os de mais de meio século devem lembrar-se dele. Eu ia para a escola ali na velha Rua da Boa Morte, hoje rua do Carmo; passava pelo café Girondino e ouvia sempre o garção gritar lá dentro: " Sai um pingado". Aquele "pingado" que o garção servia, me dava então a idéia de ser uma coisa grande, deliciosa, e eu, impressionado, não fazia outra coisa senão passar o dia inteiro desejando tomar um "pingado". Mas o empregado que me acompanhava para o colégio não permitia nunca que eu entrasse no Café para tomar o tal "pingado". O "pingado era a minha alucinação, o meu sonho, o meu desejo. À noite sonhava com ele.
Uma manhã, quando ia para o colégio, avisaram-me em casa: "Você hoje tem que ir sozinho; o empregado não pode acompanhá-lo. Que alegria, que satisfação! Iria tomar um "pingado"! Corri ao meu cofre, daqueles antigos feitos de barro, quebrei-o, peguei as moedas, enchi o bolso enquanto pensava comigo mesmo: " Será que isto chega para um " pingado"? Entrei no Café e sentei-me. Nem um rei era tão feliz quanto eu, nem uma noiva no dia do seu noivado! Quando o garção chegou pedi-lhe com voz emocionada, um "pingado". Esperava uma coisa maravilhosa, não sabia o que era, mas a minha imaginação havia criado tal forma, que devia ser uma coisa maravilhosa. O garção gritou lá para dentro, com voz aportuguesada: " Um pingado". Fiquei esperando. De repente veio o garção e colocou na minha frente um copo de leite com um pingo de café: a mesma coisa que eu bebia todas as manhãs em minha casa era o tal "pingado"! Vieram-me lágrimas aos olhos, joguei um níquel sobre o balcão e saí de lá soluçando. Esta lição ficou-me pela vida afora. Daí em diante, quando me vinha um sonho de glória, um sonho de amor, uma ambição, um desejo, algo que queria muito, eu pensava: Não será um "pingado"?

 Curso Supletivo Completo Ática - 1976
                                                                                                                  Artur Riedel
(Post na íntegra de 1976). 



segunda-feira, 29 de julho de 2019

Ative seu cérebro


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O cérebro é uma máquina poderosa do nosso corpo para que possamos ser uma pessoa que faz a diferença em muitas atividades. Temos que ativá-lo através da leitura, de pesquisas sobre quaisquer temas propostos, tanto na escola da vida ou numa excelente Faculdade.
De nada valerá a pena se tivermos uma mente preguiçosa que precisa só do diploma e brinca conforme o dono dela, que por muitas vezes "dorme na praia" um sono profundo e quando acorda já é muito tarde, envelheceu e nada fez.
Há pessoas e pessoas. Vou falar de uma família pobre e feliz, mas sem condições para estudar seus filhos: três meninos e uma menina com mentes ativas. O quê fazer se questionavam os pais, pois somos catadores de sucatas... Seus filhos iam juntos e ficavam atentos se os mais favorecidos jogassem livros e revistas velhas, os quais separavam num saco e ao chegar em casa se deliciavam com imagens e escritos.
Os pais resolveram que eles deveriam estudar, cada um nas suas séries e assim foi feito, como eram muito pobres todos eles ganharam todo material do governo, que antigamente era chamado de "caixa" e, por ironia do destino a menina era super dotada e ajudava seus irmãos normais quanto ao estudo. Leila era o o seu nome, muito linda, humilde e não media esforços na hora do dever de casa dos irmãos.
E como nada é por acaso, seus pais foram fazer o Mobral, se alfabetizaram e foram trabalhar na Prefeitura de uma metrópole como lixeiros, enfim um trabalho honesto. Quantas felicidades!
O tempo passou todos se formaram, o menino veterinário e as meninas professoras e todos eles se casaram muito bem e não cessaram de estudar: fizeram Faculdades, as gratuitas, passaram porque eram inteligentes e todos tinham um foco: vencer e todos juntos comprarem um linda casinha n'outro bairro mais perto da cidade para seus pais que ora aposentados saíssem de mãos dadas pelas ruas da cidade grande felizes por terem criado quatro filhos que hoje casados só lhe deram orgulho.

sábado, 27 de julho de 2019

A traição



 


A traição é a falta de amor próprio, o não saber corresponder um amor tão lindo proposto nessa declaração sincera, fiquei até meio engasgada com tamanho amor e eu completaria  esses lindos dizeres: mas se o amor morrer de qualquer uma das partes que sejam sinceros para sentarem e conversarem uma separação, a tristeza vai imperar entre os dois, pois os filhos queiram sim ou não ficarão sem chão e os pais teriam de beber de suas lágrimas.
Se fosse o meu caso deixaria os filhos escolherem com quem quisesse ficar, com o pai ou a mãe, pois neles correm sangue dos dois, apenas separarão dos corpos, mas o amor dos filhos impera no casal.
Um amor deste com tanta convicção eu nunca vi em toda a minha vida, os dizeres são muito fortes que não admite deslizes, mas há pessoas que em frente ao altar juram fidelidade e não a cumprem. Tá aí uma coisa que acho errado no casamento religioso, onde o padre ou pastor faz os noivos jurarem fidelidade até que a morte os separem e nem sempre é assim. 
O casamento é cheio de surpresas boas ou ruins, será que os noivos estão preparados para juntos driblar as peripécias da vida? Pois nem tudo são flores.
Os filhos são tesouros que vêm enfeitar um casal lindo, eles quando crianças são levados a passear de carro, pequenas viagens e quando estão de férias elas são planejadas simultaneamente com escola/empregos para que a família possa "curtir" todos juntos férias inesquecíveis.
Aí, os filhos crescem e vêm os namoricos, onde a preocupação aumenta e, nesse estágio as conversas são constantes, onde vêm as preocupações e nessas atribulações o casal até esquecem de se tocar, ou seja, vive a vida dos filhos.
É nesse ciclo da vida que a cama fica grande demais, os beijos "calientes" mudam-se por selinhos e, tanto de uma parte como da outra sente que estão sendo traídos: pode ser que sim ou não, tudo vai depender da criação de ambos. Muitas vezes, o casal perdendo o diálogo sai em busca de aventuras, aí vem a destruição da família por falta de uma boa prosa dos pais e, quem sofre mais são os filhos que não pediram para nascer.