quarta-feira, 4 de julho de 2012

Meu coração em frangalhos


IMJ_insonia

Nesse quarto fico à espera do sono
Não vem, acendo o abajur e leio...
Por ora devaneio e surge tua imagem
Não és tu amor, apenas uma miragem


Numa manhã serena, calma foste embora
Deixando apenas um mal escrito bilhete
Me perdoe amor, vou sumir para longe
Não quero que sofras nunca, nem agora


Catei o bilhete chorando, abri teu guarda-roupa
Faltavam algumas peças e saí a tua procura
Ninguém sabia de ti, coloquei cartazes e nada
Chorei,enlouquecia, lágrimas jorravam do nada


Os anos foram passando coração apertado
Um dia alguém meio estranho bateu à porta
Senti estremecer todo meu coração apertado
Abri a porta e uma mulher deu-me esperança


Leu, por acaso, numa praça meu desespero
Penalizou d 'um amor profundo teria que saber
Que tua amada ainda vivia... doente à sofrer
Como um furacão sai com louco desespero


Num casebre triste, quase que desfalecida
Encontrei minha outra metade muito fragilizada
Peguei-a em meus braços levei-a ao médico
Na mão tentava esconder um exame penoso


Desfaleceu, tua mão abriu e o médico leu: câncer
Não acreditava, escondeu de mim todo teu sofrer
Mas, por ironia do destino esse não era teu mal
O laboratório trocou exames, nada constava afinal


Após três meses de recuperação e muitas alegrias
Chegamos ao nosso lar, nosso aconchego de amor
Carreguei-a no colo aos beijos com infinito calor
Rolamos na cama até o alvorecer como em núpcias






terça-feira, 3 de julho de 2012

Ecos do passado ( ficção)


Phoenix. jpg

Tempo passado, tempo vivido, tempo que se vive e tempo em que se viverá  e, sempre haverá uma incógnita, mas ecos do passado me da uma raiva danada de não poder voltar o tempo e modificar os feitos por obrigação, gostaria de ser uma bruxa para desfazer um passado cruel, sem poder ter opiniões próprias, de dizer sempre amém, não poder escolher minha profissão, meu marido, minhas roupas, minha religião, meus passeios e nem o direito de dar boas gargalhadas. Era feio: moça tinha que cobrir suas vergonhas, que vergonhas? Mostrar os joelhos era vergonha...Esse passado era uma mentira, pois o pecado, a traição e o fanatismo religioso sempre existiu às ocultas e o que as jovens faziam para ter um pouco de liberdade: mentir...mentir agora e todo tempo, namorar às escondidas e algumas bobinhas até engravidavam: coitadas, seus castigos eram cruéis.
Jovens lindas e buchudas, como diziam, eram expulsas de casa e sabem onde seriam suas moradias? Os bordéis da vida, ali tinham seus bebês, acabando a dieta, tinham que dar duro com aqueles homens nojentos e inescrupulosos até quando envelhecessem, algumas tinham sorte e eram levadas dali para se casar com algum apaixonado (era raro, mas acontecia) e hoje, relembrando meu passado sinto nojo de não me rebelar contra aquela escravidão advinda de uma criação patriarcal prepotente e sem nenhum carinho por seus filhos e mulher. Em falando em esposas, naquele tempo, no outro dia após o casamento, elas ganhavam de presente do seus brutos maridos: um avental, um lenço e uma enxada para trabalharem como umas bestas selvagens e aguentarem a embriaguez de seus maridos, que aos finais de semana chegavam de madrugada, pois passavam as noites na zonas com as damas perfumadas e ai se dessem um "piu", apanhavam até desfalecerem.
Eu tive um pouco mais de sorte, casei-me com um rico fazendeiro, deixando para traz o amor proibido da minha vida. Era um homem um pouco mais educado, mas nada carinhoso e na hora de fazer amor era como um cão selvagem que ao satisfazer-se,  não  preocupava se eu sentisse prazer ou não, virava o traseiro para mim, a besta da sua mulher, e roncava feito um porco gosmento, mas... enfim não precisava trabalhar, tínhamos nossos empregados e os filhos nascendo a cada ano...
Ai, que raiva desse passado... Mas agora vou passar uma borracha na minha mente, apagar os ecos do passado, pois hoje sou feliz e tenho lindos netos que são a razão do meu viver.

OBS: Essas mulheres são de um tempo bem longínquo que hoje já descasam eternamente em suas tumbas. Que horror!

Quanta paixão...


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Cinema lotado, o filme? Não lembro
Só recordo dos seus beijos quentes
Segurar suas mãos fortes e ardentes
 Querendo deslizar meu corpo todo

 Corpo ardia, mergulhava em emoções
O seu, então, parecia um louco vulcão
A todo instante ficávamos em ebulição
As mãos ficavam grudadas com pulsões


O beijo tinha gosto romântico de paixões
Na saída o ar já mais puro que do cinema
Refrescava nossos corpos, ele  me dizia:
Perdoe, meu amor, fico todo em vibrações


Por quatro vezes na semana tudo se repetia
Um dia já esbaforido, falou aos meus ouvidos:
Quero me casar, como você antes insistia...
Matar essa paixão e não perder os sentidos



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segunda-feira, 2 de julho de 2012

O espetáculo da vida


1203514504 f.jpg   fotolog.com


Se você não tem olhos para ver o maior espetáculo da vida
Mas ouvidos para ouvir os barulhos do infinito Universo
E um amigo para ajudá-lo a decifrar as belezas da vida
Você desfruta em júbilo dela, pois é um afortunado...

Afortunado não com as riqueza que o dinheiro compra
Mas o de poder molhar os pés debaixo da cachoeira
Sentir o borrifar das gotículas d'água à molhar seu rosto
Classificar as inúmeras flores pelos aromas à beirar seu lamento

Ah! Meu amigo, agradeça escorregar na lama e nas águas límpidas
Tocar com delicadeza nas aromáticas orquídeas e por elas suspirar
Com seu amigo subir a encosta molhada, esverdeadas e escorregadias
Uma forte mão irá segurá-lo à continuar e, ouvir os pássaros à chilrear  

Não se lastime, você tem a mais linda e brilhante pedra preciosa
Um amigo, que após seu trabalho vai, todos os dias lhe dar um olá,
Convidá-lo e levá-lo, mesmo amando, à sentir um espetáculo da vida
Indescritível, o belo espetáculo do Universo: O Crepúsculo do anoitecer





sábado, 30 de junho de 2012

Desilusão


Tumbir

Saí caminhando a esmo, quando percebi estava num campo de rosas vermelhas. Começou a chover e as gotas de chuva se misturavam com minhas lágrimas, pois com meu coração dilacerado e desiludido por amar tanto alguém que sem que eu percebesse enfiava pausadamente uma flecha invisível no meu coração, causando-me uma dor terrível do abandono. Sempre me dizia que era mulher total e me amaria para sempre.
Agora eu percebo aqui, onde me encontro, que nesse lamaçal onde piso é o lugar mais limpo de toda a minha vida, pois aqui encontro paz, converso , em meio a solidão, com as rosas e passo raspando entre espinhos que roçam minha pele como se fossem de algodão, então, eu percebi tardiamente que o homem, quase na sua totalidade é insatisfeito, egoísta e muitas vezes não consegue amar nem a si próprio.
Voltando ao jardim de rosas vermelhas, meu pranto era sufocado com o nascer d'uma pequenina rosa que aos poucos ia crescendo e ofuscando meus olhos pelo seu brilho encantador. Sorriu para mim, um sorriso maroto mostrando-me lindas pérolas, daí entendi que são nas pequeninas coisas que encontramos lindos momentos felizes, não precisava me embelezar para esperar meu amor, que sem piedade me trocou por outra e ainda riu do meu sofrer, foi aí que a rosa bebê ensinou-me uma bela lição: que temos que nos gostar mais de nós mesmos para que tal sofrimento não se torne mais tarde uma triste desilusão.
Conversamos muito, ela era uma criança mas me dizia: eu tenho vida curta de grande esplendor, daqui a pouco chegam os homens e, sem piedade nos cortam para nos vender em qualquer lugar e, enquanto viçosas vêm nos borrifar com águas frias que às vezes pensamos ser gotículas de orvalho, mas que nada e não demora muito somos jogadas no lixo sem piedade e, eu lhe  pergunto garota: você é linda, inteligente, perfeita, sabe andar com seus próprios pés e vem aqui se lamentar? Você pode reconstruir sua vida com outro rapaz que irá lhe fazer muito feliz e nós? Não nos dão tempo para sermos um pouquinho felizes aqui nesse nosso habitat. Acorda menina, corra atrás dos seus objetivos, não deixe que a apatia de uma separação a faça uma jovem amarga e infeliz. Corra, o tempo urge e a hora não espera.

Tumbir