segunda-feira, 9 de junho de 2014

Viagem sem rumo

Henriette Sauvant


Meu nome é Lourival, um rapaz quieto, vinte anos, saudável e um amante dos livros. Fazia Faculdade de Biblioteconomia, à noite, numa cidade afastada da minha. Trabalhava de faxineiro na Biblioteca Municipal da minha cidade e, nas horas vagas "comia os livros", adoro ler romances e quando pegava um, lia-o meio que fracionado, nas horas vagas.
Cheguei em casa muito tarde da Faculdade, "morto de sono", tomei um copo d'água e fui dormir. Dormi e sonhei que era um grande romancista e resolvi buscar minhas inspirações dando uma volta ao mundo.
Sabendo da minha situação financeira confeccionei um grande livro, coloquei duas enormes  velas, adentrei e, nisso um vento favorável balançou meu novo meio de transporte e ele foi levitando ao infinito à desbravar. Ia anotando tudo que via e quando a chuva caía  planava embaixo de uma nuvem seca, assim a viagem dos meus sonhos estava sendo realizada.
Pude conversar com as nuvens e a lua, ver o sol e as estrelas coloridas de longe, os outros satélites e sentir uma brisa que passava por mim, acordando-me do esplendor para que eu não perdesse o foco, que era anotar tudo que visse; nisso passou um cometa, deixando um rastro de partículas de gelo que algumas bateram no meu rosto e pude sentir uma gélida temperatura em meu corpo e em minha mente ia anotando tudo o que me acontecia no céu.
Depois de tanto viajar flutuando, deu-me uma saudade doída da minha cama quentinha. Acordei.
Fui trabalhar tão cansado de tanto sonhar que na hora do almoço só queria dormir. Pedi à bibliotecária acordar-me na hora que findasse meu horário. Ela era muito gentil e assim o fez.
Comecei, então, a pensar o que fazer com tantas belezas que tinha visto, seria egoísmo guardar só para mim e comecei a rabiscar um livro e a cidade inteira me  ajudou. Nome do livro: Viagem sem rumo.
Foi um sucesso, vendido em vários países do mundo...
Terminei a Faculdade e enveredei a escrever livros e hoje sou um grande escritor, graças a minha força de vontade, muitas leituras e aos meus amigos.
"Muito obrigado a todos que fizeram do meu sonho uma realidade a ser reconhecida mundialmente; jamais irei esquecer de vocês".
Essa frase foi escrita embaixo de um pequeno agradecimento no jornal da minha querida cidade.
                                                
"Lourival da Silva"

Vão ser 2 por semana

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Atenção: Férias Indeterminadas...


 8 de dezembro feriado

Às 21h entrarei no blog
Se tiver comentários responderei
Até uma possível
Volta
Beijos

Lua Singular



Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Salmos 1:1

terça-feira, 3 de junho de 2014

Madrugada


морские звезды

Acordo muito cedo, me visto de esperança e adentro uma madrugada sombria, onde o alvorecer sem pressa de chegar, nuvens ainda escuras, tal o meu coração e pretendo alçar um voo nas águas mornas do mar sossegado. Quero com isso lavar todo um passado de dor e injustiça, para que eu possa daqui pra frente sentir o cheiro da vida em sua plenitude.
Depois do banho, cabelos escorridos na testa, a roupa grudada ao corpo, mostrando uma silhueta de uma mulher ainda jovem que o futuro deixou para trás.
Volto pro meu ninho todo em desordem e começo a mexer em alguns papéis procurando algo em que me dê uma luz por onde começar, aliás, recomeçar a minha vida que injustamente me foi roubada numa noite estrelada, em que aqui, nesse mesmo lugar me disse adeus e levou nossa filhinha.
Enlouqueci e fui internada num manicômio pelos meus vizinhos, pois não tenho mais ninguém em minha vida. Quase todos já se foram para um outro plano. Estão melhores do que eu.
O problema é que não estava louca, mas desesperada pelo abandono. Consegui fugir de lá e, mais tranquila adormeci naquela casa fétida até que o sol bateu a minha janela querendo me dizer boas vindas. Sorri, pelo ao menos o Sol da madrugada não me abandonou.
Comecei a fazer uma boa limpeza na minha casa, fora a sujeira devido a minha ausência aproveitei para jogar ao vento minhas tristezas e angústias e, sem perceber vi debruçada na janela da minha pequena casa que, já com cheiro de esperança, o sol se despedir de mim. O cansaço me fez adormecer.
Acordei na madrugada e fui no mesmo lugar de sempre, agradeci o sol no seu alvorecer e, com aquela mesma roupa me joguei no mar. Meu coração agora mais leve,saí das águas límpidas, olhei minha roupa grudada no corpo e me achei bela e forte para me deixar abater pela desesperança.
Chegando em casa, arrumei uma pequena mala, peguei um ônibus até a cidade, fui até o Banco e, com o dinheiro na mão fui buscar a felicidade perdida. Queria minha filha de volta.
A vida nos ensina a ter esperanças, pois quem estava louco era meu companheiro e minha filha fui buscar em um orfanato e ainda a vida me presenteou com um novo amor à formamos uma linda família.
Portanto, joguem fora tudo que vem trazer empecilhos as suas vidas, pois virando a esquina vocês encontram a paz e a felicidade.
  

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Para ti...



Como somos felizes!
Será que preciso dizer
mais alguma coisa?
 Beijos




domingo, 1 de junho de 2014

Boa noite pôr do sol



Todos os dias aqui estou para receber os raios do pôr do sol, que irradia meu coração e me da forças para enfrentar mais um dia de vida. Aqui existe a paz.
Posso conversar com ele e não haverá ninguém por perto para me chamar de louca, mas preciso vir aqui, pois não tenho mais ninguém, um maldito acidente levou toda minha família, só não morri porque estava com enxaqueca e não pude descer à praia. Maldita enxaqueca!
Agora cá estou só numa casa enorme, tudo continua no mesmo lugar, até a casinha do Xerife, nosso pequeno cãozinho levado. Entro no quarto de meus pais lágrimas correm meu rosto sofrido, ainda bem que não tinha irmãos para o sofrimento não ser maior.
Moro só, não amo ninguém, trabalho, não me falta nada, mas me falta tudo: o amor dos meus pais e do Xerife, meu cãozinho carinhoso.
Aqui, em frente ao pôr do sol converso com ele que parece me dizer: grite bem alto só coisas boas, tudo o que você quer para você, sozinha assim não pode ficar. Então, comecei a gritar:
-Oi, pôr do Sol, a resposta era a mesma, assim fiz com a lua, as estrelas e um pequeno riacho que ali fazia morada.
Já em meio ao desespero gritei bem alto: quero pelo ao menos um amor. Aqui estou.
Assustada, pois o pôr do sol queria dormir, estava escurecendo e com medo quis correr e duas mãos fortes me agarraram: calma, minha princesa, eu não vou lhe fazer mal.Venho aqui todos os dias ouvir você conversar, mas agora cansei, estou enciumado, quero você só para mim. Eu a amo desde os tempos de colégio, lembra do Ricardo que não tirava os olhos de você? Há pouco soube da tragédia que acometeu sua família, lamento demais, eram ainda jovens.
- Nossa Ricardo, nem parece aquele moleque raquítico sentado na terceira fileira do colégio. Você agora está tão lindo e, antes que eu falasse mais coisas me abraçou, me beijou e comigo chorou o meu sofrer.
Meu nome é Neide, não vou falar mais nada, pois tenho que cuidar dos detalhes do meu casamento com Ricardo, aquele franzino por quem agora estou apaixonada, mas que prometeu vir comigo de vez em quando saudar o sono do pôr do sol.