terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mulher malvada (miniconto)




Chamei todas as estrelas coloridas do céu, não esquecendo da lua para testemunhar este amor, que ao emergir e submergir o oceano me enlouquece. Acaricio-te, és tão macios os teus cabelos e te sufoco de beijos quentes molhados.
Tu és meiga, teu corpo gelado na água serena tem o brilho das estrelas. Ah! Não vou suportar ver-te com outro amanhã... Me matas com teu olhar, me enganas com a minha solidão. Mas, agora estás aqui nesse mundo de magia proibida. Tu és mulher do pecado, pelo qual me apaixonei.
Não quero que a noite acabe para o nosso delírio não ter fim. Tu és mulher malvada, pois amanhã, ao passar na rua finge não me ver. Sofro a semana inteira ao ver-te abraçada com outro homem.
Não tenho pressa, logo terei nos meus braços outra vez, a delirar. Delirar um sonho com uma mulher louca, que sem pensar me apaixonei.
Mulher malvada, tu não amas ninguém, mas o tempo te farás chorar por um homem, que sempre te amou.


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Atrocidades humanas( readaptação ).


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As atrocidades humanas sempre houve  e haverá de acontecer em ritmo acelerado mostrados pelos meios de comunicações, e os crimes quase sempre ficam impunes mais na riqueza do que na pobreza. Isso faz com que as pessoas cometam a cada dia mais atrocidades.
Nunca pensei em viver tanto para ver a cor do sangue num massacre de crianças, inocentes, mães desesperadas e quantos talentos perdidos pela maldade humana.
Quando era criança morava numa pequena cidade do interior, televisão só no bar e não podia ir, não via jornal, era alheia ao mundo, achava o mundo maravilhoso. Corria pelos campos floridos à brincar, sem saber que muitas crianças da minha idade eram mortas por tigres carniceiros.
Já mais mocinha, estudo mais avançado estudei Hitler, Stalin, Mussolini e outros e, fiquei enojada com as crueldades praticadas.
O tempo passou e a cada dia mais a situação das crianças, adultos são terríveis, pois muitos são mortos, deixando muitas mães chorando para o resto de suas vidas.
Continuei meus estudos e a cada livro que lia mais me decepcionava com o ser humano que é tão diferente dos animais que só matam para sobrevivência.
Na situação de hoje ficou muito pior, pois a libertinagem dos filhos amparados por uma lei, os pais perderam o controle deles que andam em bandos em "inferninhos," bêbados e nunca se sabe se chegarão em casa para dormir.
O pior de tudo, que já vi, filhos drogados baterem em seus pais quase até a morte. É também a discriminação racial e social, os dois segmentos causadores dos crimes por eles cometidos.
Meu Deus! Quando tudo isso vai acabar?

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domingo, 3 de agosto de 2014

Minha loucura-miniconto


sims 3 fantasmas

É rodeada de castelos, que durante o dia ou à noite sinto um arrepio na espinha quando vejo um espectro vermelho quase transparente perto da tumba do meu pai. Da janela do meu palacete com um binóculo potente posso ver tudo o que acontece ali: todos os dias ao meio dia e à meia noite.
Na minha sã consciência só pode ser um fantasma. Ele senta no túmulo e começa a gesticular palavras que não da para entender. De repente o fantasma começa a chorar copiosamente e num ímpeto desaparece.
Saio da minha casa, faço uma triagem no túmulo e nada vejo, quando ia sair vi uma bolinha de sangue, corri até minha casa, peguei uma espátula e um vidrinho, voltei e no local a bolinha de sangue tinha se transformado em cinco. coloquei-as dentro d'um vidrinho, chacoalhei, elas se misturaram.
No outro dia levei o sangue para ser examinado, pedi urgência e foi feita a análise do sangue. Fiquei à espera. De repente abre a porta, todo esbaforido, o analista com seu jaleco todo vermelho de sangue, sentou na cadeira e chorou: Por que está chorando, perguntei: ele respondeu que quando foi digitar o resultado estava escrito: quem tivesse contato com o sangue mesmo com luvas em uma semana iria morrer e virar um fantasma.
E o resultado? Vá você mesmo ver...
Quando entrei na sala de análise quase desmaiei, o mesmo fantasma que via todos os dias passou a mão na minha cabeça e disse: quando você morrer vai ser a minha esposa. Gelei e o fantasma desapareceu.
Comecei a contar o caso aos meus amigos num barzinho à noite, começaram a me debochar, eis que de repente o fantasma aparece e desaparece.
Todos começaram a me chamar de louca, que foi”treta” para assustá-los.
Agora não saio de casa e não sei o que fazer de mim. Alguém pode me ajudar?



sábado, 2 de agosto de 2014

Suáveis desejos


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Viajo meus lânguidos e tristes olhares
Tento saber o que foi a minha vida...
Sou pedra bruta lapidada nos lares
Em abrigos, sem mãe, sem nada...

Recordo a infância de pés descalços
Correndo atrás do Dique, o meu gato
Doía não gritar mãe, quantos percalços
Lágrimas escorriam no meu doído peito

Tornei a mulher mais bela do recanto
Perfeita na mais bela criação humana
Sinto que estou ávida de toque e acalento
Preciso de um amor e uma choupana

Não tardou encontrei José, belo rapaz
Senti arrepios quando vi seus olhos azuis
Com seu belo sorriso aperolado e voraz
Beijou os meus lábios virgens e juvenis

Queria pouco, mas José é muito dengoso
Não se cansa de me beijar com forte ardor
Descobri, que precisei ter um coração puro
À beber gotas puras de orvalho, o amor


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

No meio do caminho



No meio do caminho tinha uma pedra.
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida das minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
       
                   Carlos Drummond de Andrade


 ******
   A forma repetitiva dos versos fez com que muitos leitores da época criticassem o poema, chegando mesmo a questionar sua qualidade artística. Muitas leituras e discussões foram feitas a esse respeito, e hoje a crítica literária é unânime em afirmar a genialidade de Drummond, que conseguiu, de forma aparentemente simples, registrar em um poema a dificuldade de superar obstáculo que, vez por outra, interferem em nosso caminho. Assim, a "pedra no meio do caminho", que se repete em diversas posições nos versos do poema, simboliza exatamente os entraves que todos encontramos - e temos de superar - ao longo de nossas vidas. A superação de obstáculos, porém, não significa o seu desaparecimento. As nossas "retinas fatigadas" guardam a memória das dificuldades que precisamos superar e que, de muitas maneiras, tornaram-nos pessoas diferentes.

Fonte: trecho: Português: Editora Moderna