segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eu gostaria de ter sido uma índia antes de 1500



Eu gostaria muito de ter sido uma linda índia
Bem antes da chegada dos carniceiros com Cabral
Não teria roupas para lavar nem passar
As minhas vestes seria o meu lindo corpo natural

Enfeitaria meu rosto lindo com tintas do campo
Dançaria com alegria numa roda bem grande
Enfeitiçaria o índio mais corajoso da tribo
Pra que com ele pudesse me casar

Brincaria com meus filhos nos rios despoluidos
Meu alimento seria muitas frutas, peixes e águas cristalinas
Não teria que cozinhar e nem lavar tantas louças
E no meu aconchego amoroso inexistiria lençóis brancos

Não conhecendo dinheiro não seria gananciosa
Viveria feliz na minha choupana com minha família
De repente acordo dos meus lindos pensamentos 
Estou no ano 2011 e tenho que trabalhar para sobreviver

sexta-feira, 1 de abril de 2011

N'um outro plano espiritual

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Nesse dia primeiro, há doze anos, às vinte e duas horas
Meu inesquecível pai entrava para o plano espiritual
Com uma serenidade inigualável
O acontecido me deixou muito entristecida

Chorei lágrimas sofridas durante doze horas
Não desgrudava do seu caixão
Quantas tristezas e quantas emoções
Meu peito doía a dor da sua leveza pro infinito

O tempo passou assim como passa o meu viver
Mas nada nesse mundo me faz  esquecê-lo
Ele foi o meu alicerce de amor e honestidade
E não há um dia sequer que eu não me lembre
DELE
A saudade ainda é muito grande e me faz sofrer
A pensar que sua vida inteira se preocupou comigo
Estou hoje aqui dizendo a todo mundo
Como eu amo VOCÊ, meu pai!

SEU
NOME
SIMPLESMENTE
MARTIM

quinta-feira, 31 de março de 2011

Nosso amor sempre foi lindo



Conheci meu amor no primeiro ano do curso primário
Éramos duas crianças peraltas e inteligentes
No recreio ele vivia a me vigiar e eu me achava toda
Queria sempre me proteger das possíveis brigas

Achava muita graça mas gostava do seu dengo
Assim passamos nossa infância entre olhares infantis
Nos tornamos adultos e sempre na mesma classe
Nos formamos na mesma turma ele sempre a me olhar

E foi numa sexta feira chuvosa que declarou seu amor
Tinha apenas dezessete  anos era ingênua e fiquei feliz
Aos vinte anos nos casamos e tivemos dois filhos
Que só nos trouxeram alegrias e felicidades

Nosso amor foi cultivado numa terra fofa
Hoje estamos velhinhos acabou-se as paixões
Sobrou um amor sincero e boas recordações
E dois filhos de boa índole à nos proteger

quarta-feira, 30 de março de 2011

O desengano


Após o lindo enlace matrimonial entre Vera e Carlos
Não demorou muito tempo uma sementinha
Incorporou as entranhas dessa linda mulher
O casal muito feliz comemorou o abençoado
Acontecimento com sorrisos e  uma boa caminhada

O tempo foi passando e a barriga  crescendo
Não quiseram saber o sexo do bebê
Que logo chegaria para completar essa união
Chegou o dia, correria para o hospital

Nasceu um lindo garoto, só houve uma desilusão
O bebê era negro e Carlos o repudiou
E como um leão raivoso abandonou os dois
Vera chorou muito e o tempo passou

Depois de dois anos a mãe de Carlos fez-lhe uma confissão
Ele era filho adotivo e seu pai era negro tal como o bebê
Carlos ficou endoidecido e foi pedir perdão a Vera
Ela, além de não querer reconciliação
Deixou Carlos sem perdão. Que triste desengano!