quinta-feira, 14 de julho de 2011

A procura da felicidade



Ricardo e Cláudia estavam casados havia dez anos. Um casal com filhos arteiros e brincalhões, mas quem não estava para brincadeiras era Ricardo, pois cansado daquela vidinha comum e estúpida disse a sua mulher que iria dar uma volta para descansar a cabeça.
Saiu a vagar as ruas, pensando:
"Que família chata eu tenho, só me causa dissabor, não me da nenhum contentamento e não sou nada feliz com ela".
Nesse momento, enquanto pensava, passava por ele uma mulher meio estranha, e perguntou-lhe:
- Por que você está assim tão acabrunhado e pensativo?
Ele respondeu:
- Eu não sou feliz e faria qualquer coisa essa tal felicidade.
A mulher estranha olhou para ele e disse:
-Eu sei um jeito de você encontrar a felicidade: você vai adentrar a uma floresta muito densa e quando encontrar uma tulipa preta, ela se transformará numa linda mulher e por ela se apaixonará e ela o fará feliz todos os dias da sua vida.
Ricardo, mesmo pasmado com o inusitado, agradeceu e muito esperançoso cheio de ansiedade, foi à procura de uma floresta; não demorou muito tempo encontrou; adentrou por entre a mata receoso - com certo medo, à procura da tulipa preta.
Embrenhou-se por aqui e por acolá e encontrando muitas tulipas, - lindas e coloridas, mas nada de encontrar a tulipa preta;, todavia, mesmo assim, continuou com sua busca incessante, já perdendo a noção do tempo nessa procura que parecia não ter fim.
Nessa busca obsessiva e constante, seus cabelos e barba começaram a crescer, comia frutos da floresta e estava maltrapilho, maltrapilho a ponto de ter que cobrir suas vergonhas com as folhas das árvores. Eis que de repente, para sua alegria, encontrou a tulipa preta; seu pensamento maroto o fez dar gargalhadas, - ria-se de satisfação, pois pra ele, sua procura havia terminado.
No exato instante que vislumbrou a tulipa preta, como por encanto, esta se transformou numa mulher fascinante e ele, sem nenhuma dúvida, exclamou aos brados:
- Até que enfim encontrei quem irá me fazer feliz todos os dias do meu viver! - exclamou em tom de claro desabafo e ouve a mulher dizer-lhe com ar de escárnio:
- Você passou muitos anos aqui na floresta para conhecer uma triste realidade, tulipa preta e felicidade plena não existem meu caro, e você perdeu a oportunidade de ser feliz. Os momentos felizes estavam no seio da sua família e você, por ignorância, os perdeu, assim como perdeu sua mulher para outro, perdendo com isso, a chance de ter os seus tão desejados momentos de felicidades.
Ao ouvir isso, Ricardo, atônito, perdido e abestalhado com tudo, quis dizer alguma coisa à fascinante mulher, porém, nesse momento, ela se transformou num sapo asqueroso que saiu pulando, coaxando, e se jogou num brejo, escancarando sua imbecilidade pela falsa ilusão.
"Que tolice fez Ricardo, foi atrás da felicidade e ela estava pertinho dele".
   





Dorli Silva Ramos

terça-feira, 12 de julho de 2011

MEU PAI: meu amigo, minha saudade(painho)


Tu me ganhaste de presente aos cinco anos
Apertaste-me em teu peito e me amparaste
Fui tua razão de viver, é minha saudade cruel
Mas, com certeza, um dia nos encontraremos

Quando vivo, se eu te pedistes as estrelas e a lua
Se pudesses voarias até os céus e me entregarias
O mais lindo presente: todo o Universo iluminado
Como não tinha asas, me deste o teu amor

Tu não eras especial, e sim um ser inigualável
Viveste tua vida inteira a cuidar do meu bem estar
Sofrias minhas angústias, choravas minhas dores
Não acredito que haja no mundo, pai tão especial

Mais um dia, como um lindo anjo disse-me adeus
Não te vejo mais, e não me fazes mais companhia
 Tenha certeza, que tu não saíste do meu coração
Vou amar-te sempre em minhas lembranças de filha



MEU PRESENTE : TUAS ROSEIRAS DE BELAS ROSAS VERMELHAS

A revolta dos animais


Os animais de todas as florestas do mundo
Já cansados de tanta destruição nos seus habitat
Resolveram fazer visita e conversar com o chefe
E, foram chamar os leões para darem uma decisão:

Vamos invadir todos os espaços dos humanos
Foi o dia que os  todos os engravatadinhos tremeram
Ao virem aquela multidão de animais nas cidades
Os batalhões foram chamados e o tiroteio começou

 Tentaram com força puxar o gatilho nada acontecia
Nenhuma bala saía e foram cercados por animais
Com muito medo, os humanos começaram a chorar
Veio o leão chefe e, com sua garra afiada disse:

Vamos trocar de lugar, nós ficaremos nas cidades
E todos vocês irão viver nos nossos lugares
Como castigo, deverão reconstruir nossas florestas
Partiram os humanos rumo a um árduo trabalho

Os animais viveram nas cidades durante dez anos
Nada foi mudado, tudo correu normalmente
Após dez anos, com as florestas reconstruídas
As águas dos rios e das cachoeiras limpidas
Trocaram finalmente os seus lugares

Chegando às florestas as árvores sorriam
Os pássaros voavam com muitas alegrias
Os  peixes nadavam em águas correntes límpidas
E todos os animais festejavam o grande feito

E os homens viram que ao chegar em suas casas
Nada foi mudado, cada coisa no seu lugar
Então, envergonhados de suas desumanidades
Resolveram, com a lição, ser pessoas de bem



domingo, 10 de julho de 2011

Eu queria ser um beija-flor...


Eu queria ser um lindo beija-flor encantado
Pra poder levar minha amada para as estrelas
Conhecer todas as belezas do universo
Pegar carona num rápido cometa branco
Pra chegar num lindo jardim de fadas

O universo das fadas seria um belo castelo
Ao seu redor um imenso e colorido jardim
Ali entre os galhos d'uma roseira faria ninho
E lindos filhotes nasceriam deste amor

Cada filhote que nascesse daria a uma fada
Assim o jardim encantado  seria enfeitado
De belas fadas e lindos beija-flores
Nossos alimentos: o néctar das flores

À tarde tomaríamos banhos nas cachoeiras
Voaríamos e a bater nossas sutis asas
Os chuviscos se transformariam em chuva
À cair na terra firme de chão rachado

Os habitantes da terra firme nos agradeceriam
Naquele chão rachado nasceriam bons alimentos
E com felicidade, na terra brotariam flores
O encanto acabaria, nossa chegada à terra
Seríamos presenteados com um jardim
De flores de todas as cores e singelas belezas