sexta-feira, 6 de julho de 2012

Bolhas de sabão


Lamoart

Como é bom ser uma inocente criança
Correr entre lindos campos verdinhos
Tentar pegar e estourar bolhas de sabão
Só para sentir os respingos d'água no rosto

Mas as bolhas eram muitas, tropeçava e caia
Rolava a sorrir num tapete da verde natureza
Não tinha nenhum irmãozinho para brincar
Comecei então a plantar flores em vasinhos

Claro eram flores de todas as cores e tipos
Que troquei meus vasinhos por coloridas latinhas
Fiz então do meu campo verdinho bem colorido
De margaridas, papoulas, alecrim, orquídeas...

Assim fui formando um lindo jardim perto da casa
Acordava toda manhã, a primeira coisa que fazia:
Correr até o meu jardim, dar bom dia e sorri  muito
Meu amor pelas plantas tomou conta do meu ser

Fui crescendo com a beleza do meu lindo jardim
Hoje mostro a todos vocês como ficou meu canto
Enfeitado de flores da cor da minha louca paixão
Paixão que aflorou pelo encanto das flores naturais

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QUE TODOS OS MEUS LEITORES TENHAM UM 
BOM FINAL DE SEMANA
FLORES PARA TODOS


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LUA SINGULAR AGRADECE
AS VISITAS


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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Lamentos no canavial


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Vivo numa cidade rodeada de canaviais por todos os lados, onde trabalham nordestinos remunerados, trabalho este que na época da escravidão eram feitos pelos infelizes escravos, agora pergunto: por que a fome e falta d'água  no sertão se assemelha a escravidão? Lá parece um deserto sem areia e oásis e nem a chuva cai dos céus.Parece até maldição, pois foi perto dali que começou o tráfico dos negros advindos da África, vendidos pelos seus próprios irmãos como cavalos de raça. É, mas perto do sertão adormece um grande rio, mais conhecido por "velho Chico" que seria uma solução.
José Bonifácio de Andrada e Silva ficou conhecido nas histórias que podiam  ser contadas nas escolas, como o patriarca da independência e tutor de D.Pedro II, mas ele não foi só isso, mas o que algumas pessoas não sabem é que ele foi o autor de vários escritos, planos de tornar a vida dos escravos mais humanas, só que esses belos escritos ficaram sucumbidos e amarelados pelo tempo e, talvez, não sei, por medo de ser exilado do Brasil, guardou-os só para si e, se esses escritos fossem concretizados, até eu gostaria de ser uma linda escrava...Tenho medo de passar perto dos canaviais, pois ouço os lamentos dessa maldição que assolou o Brasil, quase que semelhante as atrocidades de Hitler, ser asqueroso que somos obrigados a estudar na história do mundo.
Muitas vezes, aos domingos pego o carro e saio pelas ruas da cidade e, com uma vontade imensa de visitar meus novos e antigos amigos que moram em sítios e fazendas, mas tenho medo de passar entre trilhas cercadas por canaviais e, a qualquer barulho, meu coração acelera por medo e tristeza, quando penso que há muitos anos, escravos que envelheciam aos trinta e cinco anos, pereciam de fome, de sede, trabalhos desumanos e castigos dados por capataz e muitos desses infelizes tiveram suas vidas ceifadas por um regime burocrático e autoritário e muito poucos tinham medo de se rebelar e eu, particularmente dou "vivas" à Zumbi dos Palmares, que morreu como herói, tentando inutilmente acabar com a escravidão e, muitas escolas tem o tabu de dar esses conhecimentos para seus alunos, os meus não só conheceram as histórias verdadeiras como passava filme sobre os Quilombos do Palmares para terem ciência de todas as Histórias verdadeiras contada à eles na sua íntegra. Por que escondê-las? Essa é uma das muitas vergonhas que todos têm que saber.
Por que no lugar da cana não se plantam alimentos e fertilizam essa terras pobres em nutrientes que só servem para o plantio da cana? Não, isso não interessa ao Brasil, pois é o álcool, combustível  farto no Brasil que move a economia de um país que cresceu às custas das mesas vazias, da falta de uma educação de qualidade, dos baixos salários, da fome dos menos favorecidos. Será que nosso alimento num futuro não distante será só a cana de açúcar que antes eram plantadas umas moitas no quintais das casa para alimentarem os burros e as éguas para o trabalho com a carroça? Nem quero viver se isso acontecer, ou então os alimentos serão tão caros que poucos poderão comprá-los,advindo simultaneamente a morte pela fome e sempre digo essa frase ao meu marido " Vai ser uma guerra de foice no escuro"...
Hoje, temos mais carros circulando na cidade do que pessoas trabalhando, mas como isso é possível? É a vontade de ter e não poder, depois vem os financiamentos,nomes sujos e por fim só sobram as bicicletas.
A cidade está muda, ouve-se o triste chilrear dos pássaros que perderam seus espaços e hoje nos fazem companhia e os jovens depois de formados batem asas e voam para outras cidades, ficando aqui só os velhos, vivendo de uma mísera aposentadoria que não dá para o seus mínimos sustentos ( Uma outra vergonha nacional).
Votando ao tópico deste, pergunto: por que não se leva água para o sertão? Talvez a falta de vontade política, enquanto os pobres nordestinos quase morrem de fome e de sede, a cúpula ganha rios em dinheiro e ainda debocham do povo sofrido, como se eles fossem vermes nojentos, talvez pensam que serão eternos.
Passam presidentes e mais presidentes e para eles o mais interessante é viajarem à negócios para outros países para dividirem reservas e serem conhecidos pelo mundo e o nosso Brasil se afundando cada dia mais...e, se esquecem que é tão fácil levar água para o sertão, mas esse investimento não traz votos, pois a maioria deles são analfabetos e graças a Deus parece que o voto cabresto acabou.
Portanto, meus queridos leitores, os homens só serão livres na sua plenitude quando uma peste devassadora assolar toda a raça humana, tenho pena das plantas e dos animais; sobrando só os lamentos dos mortos, e tudo isso poderia ser diferente e só não o será pela ganância e crueldade do ser humano.

Meu coração em frangalhos


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Nesse quarto fico à espera do sono
Não vem, acendo o abajur e leio...
Por ora devaneio e surge tua imagem
Não és tu amor, apenas uma miragem


Numa manhã serena, calma foste embora
Deixando apenas um mal escrito bilhete
Me perdoe amor, vou sumir para longe
Não quero que sofras nunca, nem agora


Catei o bilhete chorando, abri teu guarda-roupa
Faltavam algumas peças e saí a tua procura
Ninguém sabia de ti, coloquei cartazes e nada
Chorei,enlouquecia, lágrimas jorravam do nada


Os anos foram passando coração apertado
Um dia alguém meio estranho bateu à porta
Senti estremecer todo meu coração apertado
Abri a porta e uma mulher deu-me esperança


Leu, por acaso, numa praça meu desespero
Penalizou d 'um amor profundo teria que saber
Que tua amada ainda vivia... doente à sofrer
Como um furacão sai com louco desespero


Num casebre triste, quase que desfalecida
Encontrei minha outra metade muito fragilizada
Peguei-a em meus braços levei-a ao médico
Na mão tentava esconder um exame penoso


Desfaleceu, tua mão abriu e o médico leu: câncer
Não acreditava, escondeu de mim todo teu sofrer
Mas, por ironia do destino esse não era teu mal
O laboratório trocou exames, nada constava afinal


Após três meses de recuperação e muitas alegrias
Chegamos ao nosso lar, nosso aconchego de amor
Carreguei-a no colo aos beijos com infinito calor
Rolamos na cama até o alvorecer como em núpcias






terça-feira, 3 de julho de 2012

Ecos do passado ( ficção)


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Tempo passado, tempo vivido, tempo que se vive e tempo em que se viverá  e, sempre haverá uma incógnita, mas ecos do passado me da uma raiva danada de não poder voltar o tempo e modificar os feitos por obrigação, gostaria de ser uma bruxa para desfazer um passado cruel, sem poder ter opiniões próprias, de dizer sempre amém, não poder escolher minha profissão, meu marido, minhas roupas, minha religião, meus passeios e nem o direito de dar boas gargalhadas. Era feio: moça tinha que cobrir suas vergonhas, que vergonhas? Mostrar os joelhos era vergonha...Esse passado era uma mentira, pois o pecado, a traição e o fanatismo religioso sempre existiu às ocultas e o que as jovens faziam para ter um pouco de liberdade: mentir...mentir agora e todo tempo, namorar às escondidas e algumas bobinhas até engravidavam: coitadas, seus castigos eram cruéis.
Jovens lindas e buchudas, como diziam, eram expulsas de casa e sabem onde seriam suas moradias? Os bordéis da vida, ali tinham seus bebês, acabando a dieta, tinham que dar duro com aqueles homens nojentos e inescrupulosos até quando envelhecessem, algumas tinham sorte e eram levadas dali para se casar com algum apaixonado (era raro, mas acontecia) e hoje, relembrando meu passado sinto nojo de não me rebelar contra aquela escravidão advinda de uma criação patriarcal prepotente e sem nenhum carinho por seus filhos e mulher. Em falando em esposas, naquele tempo, no outro dia após o casamento, elas ganhavam de presente do seus brutos maridos: um avental, um lenço e uma enxada para trabalharem como umas bestas selvagens e aguentarem a embriaguez de seus maridos, que aos finais de semana chegavam de madrugada, pois passavam as noites na zonas com as damas perfumadas e ai se dessem um "piu", apanhavam até desfalecerem.
Eu tive um pouco mais de sorte, casei-me com um rico fazendeiro, deixando para traz o amor proibido da minha vida. Era um homem um pouco mais educado, mas nada carinhoso e na hora de fazer amor era como um cão selvagem que ao satisfazer-se,  não  preocupava se eu sentisse prazer ou não, virava o traseiro para mim, a besta da sua mulher, e roncava feito um porco gosmento, mas... enfim não precisava trabalhar, tínhamos nossos empregados e os filhos nascendo a cada ano...
Ai, que raiva desse passado... Mas agora vou passar uma borracha na minha mente, apagar os ecos do passado, pois hoje sou feliz e tenho lindos netos que são a razão do meu viver.

OBS: Essas mulheres são de um tempo bem longínquo que hoje já descasam eternamente em suas tumbas. Que horror!