sábado, 14 de julho de 2012

Declaração de amor


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Pare, feche os olhos e pense na dor
Sinto saudades tuas, foste viajar longe
Vou fazer-te uma declaração de amor
Antes vou entrar no teu corpo de frente

Olhe em meus olhos saudosos que brilham
As lágrimas tão azuladas que se debulham
Num rio de lágrimas, mas conseguirei falar
Amo-te meu amor, a distância vem me abalar

Não há um minuto que eu me esqueça de ti
A casa está vazia, plantas morrem tua ausência
 Só em tuas mãos ficavam viçosas, não tem essência
Do teu corpo a me abraçar e selar um beijo aqui

Na escuridão do quarto, procuro um raio de luz
Assustada fico com o relâmpago, faço sinal da cruz
A porta se abre sorrateira e numa fração de segundo
Voltaste sem avisar: parabéns amor: é teu aniversário


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Carlos Drummond de Andrade


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Numa vida de romantismo e inúmeras emoções
Teus poemas, versos e crônicas nos levam ao além
Iremos buscar-te, à trazer teus sonhos de ilusões
Para bebermos tua vida , teus poemas também

Teus livros muito lidos nos sufocam de saudade
Pois deverias ser imortal e não matar nossos sonhos
Numa praia linda e deserta, poucos te veem, Andrade
Ah! Quanta maldade, meu poeta, eles são medonhos

Faço minhas refeições engasgando-me nos teus versos
Cada estrofe, coração partido em várias desilusões
Mas também sorrisos de alegrias e amores dispersos
Voando teus livros em massa, aliviando emoções

É noite e só o pôr do sol chora e te faz companhia
Não poetisa, não sente, não chora, vives nos corações
Dos poetas que virão e tu, viverás em nossa sabedoria
Teus livros, com certeza, guardarei num canto de paixões


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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Nosso ninho


Boa noite- 715

Desde criança quis morar na copa d'uma árvore
Deixei logo de ser criança, outras ilusões procurei
Mas algo dentro de mim aflorava como uma saudade
Do tempo d'um sonho infantil, e não olvidava a árvore

Já mais jovem, em férias, fui procurar o sonho perdido
Caminhei a esmo, à noite, numa praia vazia, a brisa gelada
O vago silêncio sufocava meu peito, a lua estava se pondo
Não via estrelas no céu, anunciava a presença da chuva

Começou a chover, chuva miúda a molhar meu corpo
Era lua cheia e podia-se ver nuvens a caminhar no céu
Chuva começou a ficar forte, um rápido vento veio gelado
Caí na areia, molhando minha alma, uma mão me ergueu

Fiquei atordoado ao ver tamanha beleza numa só mulher
Sua mão era tão quente que a fornalha embebeu todo meu ser
Ao levantar-me meio atordoado, vi umas árvores belíssimas
Com suas mãos, ergueu meu rosto e vi um ninho de almas

O perfume natural dessa mulher me estonteou, desmaiei
Ao acordar, ela com seu sorriso malandro quis me beber todo
Dois corpos que se fundiram em um só, depois eu adormeci
Acordei, ela não estava, desci a árvore, procurei-a como doido

Já cansado de procurar a única mulher dos meus lindos sonhos
Adormeci na areia, acordei cansado,a praia deserta sem ela
Algo me acordou, assustei era algo batendo nos meus ombros
Levanta: ela não é terrena, morreu afogada na praia serena


quarta-feira, 11 de julho de 2012

O refúgio da alma



Minha vida precisa urgente descansar
Sonhar o tempo que não foi vivido
Os amores que deixaram de vingar
Refugio-me só num vazio bandido

Caminho... o dia chora meu sofrer
A solidão do atalho embala minha dor
Que fiz eu da minha vida? vida por viver?
Ao meu amor eu não soube dar valor

Fiquei só... ele bateu asas e voou
Agora que o tempo escorregou a vida
O tudo que tenho não vale mais nada
Sem o calor dos seus beijos, a brisa levou

Que estou a fazer nesse atalho do verde?
Um verde morto, tal é hoje minha vida
As flores surgiram lindas, hoje perdem
O brilho das madrugadas frias e cálidas

Meus filhos, onde estão? Não nasceram
Pela minha ganância de não querer dividir
Dividir o que? Só me restam dentes a ringir
Dinheiro escoou pelos ralos, ratazanas roeram

Não tenho nem direito ao um qualquer refúgio
Pois não intimidei a Deus, nem a bebida e fracasso
Hoje sou pior que um espectro num compasso
Olhando para dentro de mim só sobrou naufrágio

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Mas numa  forte e fria mão me agarrei 
Era Sua mão, Meu amigo, único que conquistei
Numa vida atribulada de loucuras e sem amor
Era a delicada mão do Meu Senhor