Uma jovem fica mais apaixonante quando vira mulher, parece que sua pele brilha como as estrelas da noite, olha sua silhueta e se envolve em pensamentos audaciosos, porque sabe que por onde ela passa, faz sucesso com seu corpo delineado e sedutor. Seus cabelos doirados presos ou soltos exalam paixões incontroláveis e com certeza, não fica sozinha, sai à procura de um belo homem para matar seus desejos, não é amor, mas ela precisa explodir lavas como um vulcão para poder adormecer.
Chega a noite, já mais calma, sai envolta apenas com um véu para dançar para a lua, sua musa inspiradora. O seu bailado faz a lua escurecer, pois as estrelas ficam com ciúmes e apagam seus brilhos, pois querem ver o espetáculo sozinhas e, sabem que a lua se enamora com as mulheres mais lindas do universo. Não adianta, a bela mulher cobre e descobre seu corpo e, por vezes as pontas do véu bate na lua e ela sorri.
De repente a lua escurece, é o eclipse total da lua e com raiva empurra pra mais longe a claridade das estrelas. E agora mulher, na penumbra como fará para sair desse penhasco sem se machucar? Chora baixinho, suas lágrimas escorrem seu corpo nu e uma rápida boca bebe da sua lágrima. Sente o cheiro do homem que a acaricia por completo, se entrega a esse corpo com furor e na imensidão da noite adormecem.
A mulher acorda mansamente com o alvorecer querendo despontar, olha o homem que fez amor, seu coração acelera, sua boca seca de desejos e uma ternura infantil toma conta do seu coração. Enrola-se no véu para esconder o que ele não viu, só sentiu...passa suas suáveis mãos pelo seu rosto e ao beijar suavemente seus lábios ele acorda e emudece tamanha era o deslumbramento da mulher que amou na noite.
Os dois saíram sorrateiramente e na relva colorida de lindas flores do campo, juraram amor eterno.
Dorli
Silva Ramos
" Sorte nunca é de um só, é de dois, é de todos...
sorte nasce cada manhã, e já está velha ao
meio-dia..."
João Guimarães Rosa