sábado, 8 de junho de 2013

As gotas d'águas ( miniconto)


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 Olhei o céu nublado, começou a escurecer. Sou um garoto ainda, tenho medo, sou só e vivo perambulando por aí, me alimento com o que acho no chão e durmo num banco qualquer. A chuva começa com uma ventania assustadora e eu me pergunto: onde vou? Escondi-me embaixo de um banco da praça.
 A chuva não teve piedade de mim...foi tão forte que arrastou-me até um pequeno matagal e, ali, agarrado em seus caules, fiquei tremendo de medo. Mas Deus é grande, a chuva logo passou e, todo molhado, resolvi continuar minha peregrinação. Porém, algo chamou a minha atenção naqueles arbustos: era algo surpreendente, causando-me estupefação.
 Somando isso ao meu medo, meu coração sentiu que aquilo era a coisa mais linda do mundo...Entre os galhos e folhas, muitas gotas de água, pareciam coloridas.
 Minha curiosidade foi maior que o turbilhão que sentia. Assim, peguei vagarosamente uma gota d'água com a língua. Que delícia, geladinha e quantas para me deslumbrar e sonhar. Sonhar com o quê?
 Sonhar com um lar quentinho e ela pegou em minhas mãos e me levou consigo...


Dorli da Silva Ramos

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O amor e a paixão ( reedição )


Paixão é uma chama ardente
Que corrói as entranhas adentro
Amor é serenidade e belos encontros
Beijos suaves como dos eternos namorados

Na juventude brota a grande paixão
O corpo é vulcão em erupção
Na maturidade o amor é verdadeiro
Encantos e muitos comprometimentos

Paixão se tem por atração física
Amor é para alguém em especial
Paixão e amor se completam
Numa bela razão de viver

Quem ama verdadeiramente
Nunca abandona o seu grande amor
Pois se a paixão se aquietou
Vamos dar vivas ao amor


Dorli Silva Ramos 

As ondas do mar(reedição)



Como é bom caminhar na praia
Bem antes do lindo alvorecer
Ouvir o barulho das grandes ondas
A recordar nossos amores perdidos

Quando sentimos o cheiro da praia
Antes da chegada do amanhecer
 Ouvimos o barulho das ondas
 Recordamos os amores perdidos

 O crepúsculo do entardecer chega
Parece que as ondas estão cansadas
Do seu trabalho interminável
Aí, morre o silêncio da praia

Mas as ondas são traiçoeiras
Se apaixonam por nós com ardor
Pois estão enciumadas a nos ver
Passeando e elas trabalhando

Dorli Silva Ramos

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Hoje eu descobri:



Hoje eu descobri que não vale a pena sofrer por quem nos menospreza, pois a certeza é que iremos para o mesmo lugar, escuro, gelado, sufocante e abandonado: a nossa última morada. Saber quando sairemos de lá, ninguém descobre. Talvez nunca. Nunca é uma palavra muito forte, vamos deixá-la para depois do ocorrido.

Enquanto estivermos vivos, vamos viver com alegria, soltar risos de emoções e chorar nos dissabores e nos conformarmos com ganância em que o homem se propõe a viver aqui na Terra.Coitados, deveríamos sentir pena, pois o meu corpo dói hoje o seu vai doer amanhã. Quiçá ele doa, pois isso denotará muitos anos, conhecendo o ser humano tão complicado. Eu também sou, mas tem gente que guarda no coração mágoas que vão se acumulando pela vida que não vale muito ser vivida nesse turbilhão de agentes com flechas querendo nos ceifar para ficar com nosso parceiro(a), dinheiro e todo o nosso suor derramado para poder ter uma vida digna.

Aonde foi parar a dignidade do homem? Uma ventania passou sorrateiramente e a levou para se diluir no ar e ficamos, quando velhos, à deriva num barco estreito esperando que alguém vá nos buscar. Ninguém irá não, nem seus filhos, maridos ou esposas, pois se foi é porque não serve mais para nada. Está velho(a).

Por uma tolice do destino, nosso coração começa a falhar e no deleite da insubordinação à vida vamos nos sucumbindo paulatinamente. E muitos torcendo.: Ainda não morreu?Sorrisos..., pois todos iremos passar pelo mesmo caminho que poderá ser curto, médio ou a perder de vista.

Agora eu me pergunto: Por que tanto orgulho, se ao morrermos nossa carne irá se putrificar em poucas horas e você sorri porque no testamento, você pensa que está. Está sim no testamento de Deus.


Dorli Silva Ramos