terça-feira, 18 de março de 2014

Nada mata um grande amor





Nada mata um grande amor
O meu nasceu num campo florido
Onde a brisa vinha umedecer o suor
E o sol morria no teu sorriso aperolado

Os anos foram passando depressa
Não havia mais flores perfumadas
Mas a vida sorriu com pressa
Pingou do amor duas filhas amadas

Duas pérolas que cresceram lindas
Juntas se foram, doeu a saudade
Ficou nosso amor na simplicidade
À molhar nosso lindo jardim de rosas

Seguramos a dois a mangueira d'água
Um lindo arco-íris veio para colorir
Nosso amor já velho, mas sem mágoas
 Choveu estrelas coloridas a nos reflorir




segunda-feira, 17 de março de 2014

Roubarei os teus sonhos




Meu amor estava dormindo, era noite alta e, passando a mão nos seus cabelos pensava: durma meu amor, eu te amo tanto que sofro o dia a pensar só em ti, não estou conseguindo trabalhar direito e fico aflita só de imaginar outra pessoa tomar o meu lugar. Uma agonia diurna e à noite quando adormeces fico velando teu sono. Dormes tranquilamente, eu preciso de remédios para dormir.
Amanhece, teu cheiro de homem conquistador me entorpece e fico louca de ciúmes de ti. Hoje será um dia diferente, pois não consigo viver nessa insegurança e, à meia noite entrarei no teu sono e roubarei os teus sonhos. Eles acordaram meu sono e fiquei pasma em saber que tu sonhavas comigo, falavas palavras de amor e me pedia um filho. Fiquei envergonhada, mas também lindo como tu és, bem sucedido na vida qualquer mulher ficaria enciumada.
Tive esse poder de entrar no teu sono, mas nunca mais o farei, darei a ti o filho que queres e vou jogar fora as caixas de remédios para dormir.
Amanheceu, acordei com um cheirinho gostoso de café, deu-me um beijo, então comecei a chorar: por que choras meu amor disse ele: choro porque esse amor doentio que tenho por ti quase me fez perder-te e te prometo pensar com carinho, gerar um filho para completar nossa felicidade, ele me abraçou e me beijou com muita ternura.
Passado um ano do ocorrido, nasce Thiago, nosso filho que veio para bagunçar a casa e os nossos corações apaixonados.




domingo, 16 de março de 2014

Ah! Que pena!



Ah! Que pena!
Me perdi no tempo
Morava no campo
Que o sol amornava

O sol batia o dia
A noite sorria a lua
Brilhavam as estrelas
Nas frestas das palhoças

Era linda como a flor
Que na capital ia morar
Cantou triste o beija-flor
A chuva pôs-se a  chorar

Com a mala bem surrada
Peguei o trem pra capital
Ai! De mim, chorei a vida
Fui sofrida e mal amada

Me perdi no tempo...
Mas voltei pro meu campo
Alegrei toda família
A chuva foi de lágrimas


sábado, 15 de março de 2014

Minha sina...



 A meia noite, sentada no sofá, estremeço, dirijo-me para a porta. Abro, e o seu ringir se faz presente. Saio. E no meio da escuridão da noite meu pensamento viaja dentro da minha alma. Sinto meu corpo tremer com o vaivém das palmeiras que assoviam no meu quintal e, nesse bailado, entorpeço.
Vejo minha alma calmamente despregar-se do meu corpo e ele  se diluir em pó. Um pó fétido que impregnava o ambiente.
Minha alma era meu confessionário, onde depositava os adjetivos escabrosos que por palavras horrendas que as deferia aos meus pais, irmãos, amigos e, por tantos desapegos foi grudada no meu corpo uma alma que deveria sofrer as agruras dos meus horrores ditos pela minha boca diabólica. Minha alma sofria a brisa gélida e estarrecedora e podia ver tudo o que meu corpo fazia durante o dia.
É a minha maldição, pois jamais poderei passear à noite pela praça, encontrar meu namorado que nada sabia(...), mas sentia que eu tinha algo estranho e, por essa estranheza todos os meus namorados sumiam, pois quando iam me beijar faziam caretas, então, perguntei o porquê desse afastamento. Ninguém queria dizer até que um mais corajoso disse que meu beijo tinha o gosto de um corpo em decomposição.
Não existe mais aquela jovem linda que era má, pérfida e dissimulada...Não existe mais, só em pensamento com esse destino macabro.
As cinco horas via meu pó amontoado transformar-se no meu corpo e num solavanco, minha alma adentrava nele. Nunca dormia...era minha sina.
Que pena! Uma jovem tão linda proibida de viver uma vida normal devido a sua imensa maldade e, toda noite seu pensamento entrava dentro da sua alma.