terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Como dizer adeus




Eu sei, é muito difícil
Ter que sair a pé pensando
Nem a solidão não será fácil
Volto só, a janela abro

Pássaros não estão cantando
Sapos ao som baixo coaxando
Meu cãozinho não quer rosnar
Casa vazia, seu cheiro no ar

Sei que do céu chora muito
As gotas d'águas são lágrimas
Que insistem molhar meu peito
Que dói as emoções ácidas

Mas um dia tudo irá passar
Nesse dia vou lhe encontrar feliz
Voar os céus beijar teus olhos azuis
E com minha alma pura amor cantar

Lua Singular

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Recomeçar











Depois de uma vida cheia de erros e tropeços, hoje resolvi recomeçar, me dar uma chance de ser feliz como em tempos de outrora. Estou voltando à casa dos meus pais.
Temerosa por não saber como serei recebida, pelo caminho pegando carona ou a pé meus olhos jorravam lágrimas de arrependimento, as quais iam se misturando com as chuvas que caíam e bebi delas, tamanha era a sede de chegar logo de onde nunca deveria ter saído.
Finalmente cheguei numa pequenina cidade, todos me reconheceram, mas ninguém tinha coragem de falar comigo e, quando cheguei perto da minha casa ela estava toda queimada e, desesperada fui saber o que havia acontecido: ninguém tinha coragem de falar, até que um senhor já meio velho, criou coragem e contou aquele dia fatídico que matou minha família inteira: A casa pegou fogo à noite e como a casa era de tábua, o fogo não teve dó, queimou tudo que via pela frente. Ninguém conseguiu sair vivo.
Sentou perto dos escombros, ainda meio quentes, pois o ocorrido havia duas semanas e chorou sua vida de tropeços e agora que resolvera voltar, tudo havia ruído por terra. Ficou ali sentada até a chegada do pôr do sol, quando de repente ouviu uns passos. Olhou assustada, e um jovem meio maduro perguntou se lembrava dele. Ela balançou a cabeça negativamente e continuou a chorar.
Joice, eu sou aquele jovem que morria de amores por você e chorava com a cabeça debaixo do travesseiro, pois você me esnobava e me chamava de caipira e é esse caipira que está estendendo sua mão para recomeçar sua vida. Levantou e ela titubeou, pela fraqueza, ele amparou-a nos ombros e seguiram para sua pequena casa.
Uma casinha simples, mas agora perfumada pela chegada de Joice, levou-a até o banheiro, entregou-lhe uma toalha limpa e a esperou na cozinha. Demorou um tempo lá.
Enquanto isso Pedro preparou uma sopinha bem quentinha para ela.
De repente a porta do banheiro se abre e aparece Joice, linda após um gostoso banho, chegou perto de Pedro o abraçou e agradeceu. Tomaram a sopa.
Depois do jantar Pedro sentou num cantinho do sofá e pediu que ela deitasse e colocasse sua cabeça no seu colo e pensava: como ainda era bonita...começou a acariciar seu rosto e rapidamente ela adormeceu. Arrumou um travesseiro, a cobriu e a deixou dormir ali mesmo.
Pedro não se casara, pois no seu íntimo sabia que Joice um dia voltaria e ficaria com ele e foi o que aconteceu.
A vida tem recomeço.

Lua Singular

AMO DEMAIS



O ar que é nossa vida
Sol que nos acalenta
Chuva que refresca
Noite escura, sonha

Eles na vida dão abrigo 
Amo o puro oxigênio
Tal o ar que respiro
Amo o calor e o frio

Rios que refrescam o ar
Faz o fino chuvisco cair
Não deixa a pele ressequir
Debaixo da árvore vou dormir

Árvores, as bem altas
Ou carregadas de frutas
Nos dão tantas belezas
Pena nossas vidas curtas


Lua Singular

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Leveza das borboletas coloridas


  

Vivendo nos escombros de uma cidade com castelos cheios de vozes e suspiros e saturada da solidão, pois aqui só eu restei d'um terremoto de fantasmas horrendos pela briga de sete irmãos que se diziam donos dessa horrível cidade escura, tal suas almas vagantes por um mundo sem fim de estrada...Adormeci...
Alimento-me de um fiozinho de água que escorre embaixo de um único pessegueiro que ali insistia em me fazer companhia e quando chovia me abraçava com seus galhos e me apertava gostoso quando o vento passava por nós e uivava carregando com ele restos de esperanças.
Vários dias se passaram e, de repente a terra começou a tremer e eu corri em disparada junto ao pessegueiro, foi nesse instante em que meu coração sangrou de dor ao ver o pessegueiro caído, quase morto. Comecei, então, a chorar...
Não chore minha princesinha, logo uns anjos em forma de borboletas coloridas virão buscá-la para levá-la a um lindo reino, nesse seu reino que tentaram roubá-lo eu era seu guardião, ficava com você aqui para protegê-la contra as intempéries da vida e, hoje o bem sobrepôs o mau e num piscar de olhos estará reinando num lindo e perfumado Castelo casando com o seu amor, o rei.
Querida, só uma coisa lhe peço, leve uma mudinha de mim para plantar no seu jardim junto ao lindo e florido córrego e quando sentir saudades vá me visitar.
A festa foi pomposa, mas ela na sua simplicidade, levou a mudinha e plantou. Todos os dias ia lá e o pequeno pessegueiro nada falava.
Os reis tiveram que viajar para outro reino e demoraram três meses para voltar e, ao chegar a rainha rapidamente saiu correndo para ver seu pessegueiro e qual não foi sua surpresa quando o viu forte, lindo e altivo. Abraçou-me com carinho.
Minha rainha, está cada vez mais linda e bondosa...Muitos lindos filhos desejo a você.
Todos os dias, o pessegueiro recebia a visita da rainha e posteriormente dos seus filhos, mas como tudo tem um fim o pessegueiro morreu e a rainha plantou outra mudinha.

Lua Singular