terça-feira, 21 de abril de 2015

Amor no picadeiro


clown paintings


Apenas duas crianças que brincavam no picadeiro enquanto o espetáculo não começava. Eles desabrocharam como flores na primavera, lindos que agora no picadeiro faziam crianças e adultos rirem às gargalhadas.
O amor entre eles saboreava como vento, o cheiro das flores dos campos que rodeavam as campinas onde o Grande circo estava armado. Dois amantes inseparáveis como estrelas apaixonadas nos céus que brilhavam em noites enluaradas.
Os dois viviam alheios e imersos em nuvens brancas, abraçadinhos parecendo ouvir um só coração batendo. Saíam a namorar "às escondidas"
De repente como arbustos empobrecidos e paralisados de medo foram pegos aos beijos numa cachoeira de águas cristalinas com cheiro de amor. De repente um grito. Um homem de chapéu de abas largas gritou: esse amor não pode continuar, pois são irmãos. Paralisaram.
À noite, o palhaço mais velho gritava: atenção senhores: o espetáculo vai começar. Entram os dois palhaços: Ao invés de alegria, do coração saía um choro de dor e uma lágrima correu dos olhos dela que ele tentava escondê-la com a mão e num abraço caloroso, uma tempestade de palmas ecoaram por todo o circo.
Nisso, sem falar nada, o palhaço apaixonado pegou sua mala e rumou estrada e a linda palhaça engoliu lágrimas saindo do picadeiro correndo até a pequena cachoeira onde ele a estava esperando, abraçou-a com carinho, beijou sua testa dizendo: cuide-se irmã, um dia essa nuvem escura irá dissipar e a gente poderá até rir e se abraçar como irmãos. Partiu sem olhar para trás...
Naquele dia não houve espetáculo...



segunda-feira, 20 de abril de 2015

Olhos do amor



Eu te vi
Na ilha do amor
O teu olhar
 Me emudeceu

Paralisada fiquei
Sinto "suado"calor 
É inverno
Corpo gemeu

Apaixonei-me
Uma neblina
Pairou no ar
Você me olhou

Aproximou-se
Beijou-me
Ah! acordei
Gelei


domingo, 19 de abril de 2015

O deserto da vida



 walking to the light

O deserto da vida é nulo, dói a alma, mas o caminho é longo, a saudade chora e a solidão é infinda. Procura-se a seiva que havia no coração da humanidade, mas é inútil, pois o brilho do infinito chama cada um de cada vez e muito tempo passará até se encontrar a plenitude.
No chão arenoso poesias lindas estão escritas e cada uma foi alguém que por aqui passou e a deixou cair. Não se dissiparam com o vento, pois os que vêm atrás vão regando com suas lágrimas e deixando ao lado, a sua.
Quando irá terminar essa caminhada? Ninguém sabe...
Só Deus!!


sábado, 18 de abril de 2015

Árvore amiga



 
 عکس کوس وکون

Num campo havia uma árvore e nele morava Julieta, uma menina pobre e judiada pelos seus pais. Detonavam a garota com surras para amenizar as suas frustrações e fracassos.
Diariamente ela ia dependurar suas tristezas e mágoas nos galhos d'uma árvore, a qual denominou de árvore amiga.
Lá ficava por horas, chorava e contava tudo o que seus pais faziam com ela. Era uma menina educada, mas seu corpinho tinha marcas arroxeadas de tanto apanhar.
Um dia chuvoso, Julieta foi conversar com sua única amiga e lá chegando viu só um pedaço de tronco da sua "amiga árvore". Chorou tanto, olhou para os céus e pediu as nuvens que a retirasse daquele sofrimento, nisso apareceu um pequenino e lindo anjo sentado na nuvem e disse: vamos passear? Julieta sentiu uma alegria profunda, talvez nesse passeio encontraria sua amiga árvore. Subiu na nuvem com o anjo e sumiu entre as nuvens.
Seus pais chegando do trabalho e não encontrando a filha, nem o fogão em brasas ficaram raivosos. Saíram à procura da menina pelo campo afora para surrá-la e, num dado momento viram encostado num tronco serrado o corpinho de Julieta. Estava morta.
Julieta, com certeza, virou um anjinho e deve estar sorrindo de felicidade no céu.