sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Quase tudo azul





Águas azuis do lindo rio pintou o céu
E a noite o verde das árvores dormem
Lua e estrelas brancas não apetecem
                             Dormir, pois irão ver a magia no  léu

Vidas do rio estão a acordar, já é dia
As estrelas se afogam no rio de sono
                              Ó lua não vá, mas sol a brilhar veio

 O rio renasce a vida e águas escoam
 Vida saltita, dourados e  sardinhas 
Rio se  fez  bravio e os peixes fogem

Volto ao rio, choro, o sortilégio sumiu
A vida recomeça a sua  vida natural
A magia do tal encanto por terra caiu
Volto vejo noite escura tudo foi igual

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Vogante




Lêdo Ivo


Mirante da música
a tarde nos leva
aos selos secretos
do Amor.

Ao rastilho n'água
as águas se abrem,
sal e sulco à espera
da Noite.

Não queremos isso
mas a vida é avara.
Ri da juventude,
sem pena

Assim vamos vagos
e assim vamos virgens
comparsas do mar
vogante

Somos tão simpáticos,
tão cheio de nos,
e a vida nos larga
a sós.

Falece-nos ter
olhos rasos d'água.
Falta-nos sofrer
à larga

para que ela, a vida,
nos aceite, humanos
refugos da glória
que amamos.

Lêdo Ivo

Nasceu em 18/02 de 1924, Maceió, Alagoas
Morreu 23 de dezembro de 2012(88anos) em Sevilha, Espanha
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Chuva de diamantes





Uma chuva de diamantes assolou minha vida
Estava em meio as belas flores, fiquei abalado
Não sabia se sorria joia ou se chorava a chuva
O brilho dela era tão intenso, doía a vista turva

Corri no meio das flores atropelando-as sem dó
 Cada brilhante que pegava, transformava em pó
Queria apenas uma brilhante e branca pedrinha
Para presentear meu amor e deixá-la atordoada

O seu brilhar de diamante a deixará enlouquecida
Mas não consegui pegar nenhuma pequena pedra
Mas, amigo conseguiu e a entregou ao meu amor

Doeu, sabe? Sem você jamais sentirei seu calor
Trocou-me por um outro que a joia lhe entregou
Esqueceu menina que joia se perde, ficará só dor
 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Desejo dói ( miniconto)


A saudade é grande e não há quem diga que o desejo não dói  ao encontro de duas pessoas apaixonadas que havia tempo que não se viam. Satisfeitos seus desejos, um banho gostoso e cada um se arruma melhor que pode para agradar seu parceiro, afinal vão ao um fino restaurante, onde os olhos serão só para o casal. Ele sente ciúmes e ao mesmo tempo lisonjeado por ter só pra ele uma linda mulher, a mulher que ama.
O Amor verdadeiro não tem idade e quando velhinhos o amor será maior, um amor com comprometimento mútuo.