quarta-feira, 11 de julho de 2012

O refúgio da alma



Minha vida precisa urgente descansar
Sonhar o tempo que não foi vivido
Os amores que deixaram de vingar
Refugio-me só num vazio bandido

Caminho... o dia chora meu sofrer
A solidão do atalho embala minha dor
Que fiz eu da minha vida? vida por viver?
Ao meu amor eu não soube dar valor

Fiquei só... ele bateu asas e voou
Agora que o tempo escorregou a vida
O tudo que tenho não vale mais nada
Sem o calor dos seus beijos, a brisa levou

Que estou a fazer nesse atalho do verde?
Um verde morto, tal é hoje minha vida
As flores surgiram lindas, hoje perdem
O brilho das madrugadas frias e cálidas

Meus filhos, onde estão? Não nasceram
Pela minha ganância de não querer dividir
Dividir o que? Só me restam dentes a ringir
Dinheiro escoou pelos ralos, ratazanas roeram

Não tenho nem direito ao um qualquer refúgio
Pois não intimidei a Deus, nem a bebida e fracasso
Hoje sou pior que um espectro num compasso
Olhando para dentro de mim só sobrou naufrágio

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Mas numa  forte e fria mão me agarrei 
Era Sua mão, Meu amigo, único que conquistei
Numa vida atribulada de loucuras e sem amor
Era a delicada mão do Meu Senhor






segunda-feira, 9 de julho de 2012

A deusa solitária


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Sou a bela deusa nascida do vento
Deixada na nascente d'água cristalina
Cresci bela e encanto meu aposento
Com flores, borboletas. Sou Carolina

Carolina que saiu do seu aposento
Apaixonou-se pelo príncipe Tadeu
Tadeu não sabe nadar e fica no castelo
Levou-me a cavalo e moldou meu viver

Todo o alvorecer visito meu aposento
Foi aqui onde a água emergiu e me criou
 Flores encantam ao chegar com meu canto
Olho pelas águas que sempre me estonteou

No fundo das águas mornas e transparentes
Posso conversar com meus inúmeros amigos
Algas, peixes, ostras, caranguejos contentes
Mergulhando à nadar juntos, felizes, tranquilos

Está chegando o crepúsculo do entardecer
Meu lindo rei espera-me no castelo saudoso
Uma banheira quente com bolhas à embeber
Aroma das flores a nos banhar com amor único

À noite completamos nosso amor com um passeio
Levo-o agarradinho para dar uma olhadela no rio
Meu príncipe se encanta tamanha beleza natural
Agarra-me no colo leva-me para uma paixão total


domingo, 8 de julho de 2012

Nego-me amá-lo



Acordo, meu eu leva-me ao mar
A lua já está no bem alto do céu
Não sei onde estou, fico a vagar
 Meu belo corpo ereto fica ao léu

Olhos meigos e fixos a qualquer lugar
A bela lua entristecida bebe meu querer
Que com pena de mim fica a choramingar
Sonhos tristes a me consumir sem saber

Vazio manuseia a essência da harmonia
Ouço batidas do coração em sofreguidão
Corpo gelando e uma profunda agonia
Solidão, minha companhia: a escuridão

Lágrimas jorram à azular as águas
Ficam mornas por não poder amar
Esse amor tenho que  embalsamar 
Não me pertence e apago as fráguas

UM DIA QUEM SABE VOU
PODER AMÁ-LO




sexta-feira, 6 de julho de 2012

Bolhas de sabão


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Como é bom ser uma inocente criança
Correr entre lindos campos verdinhos
Tentar pegar e estourar bolhas de sabão
Só para sentir os respingos d'água no rosto

Mas as bolhas eram muitas, tropeçava e caia
Rolava a sorrir num tapete da verde natureza
Não tinha nenhum irmãozinho para brincar
Comecei então a plantar flores em vasinhos

Claro eram flores de todas as cores e tipos
Que troquei meus vasinhos por coloridas latinhas
Fiz então do meu campo verdinho bem colorido
De margaridas, papoulas, alecrim, orquídeas...

Assim fui formando um lindo jardim perto da casa
Acordava toda manhã, a primeira coisa que fazia:
Correr até o meu jardim, dar bom dia e sorri  muito
Meu amor pelas plantas tomou conta do meu ser

Fui crescendo com a beleza do meu lindo jardim
Hoje mostro a todos vocês como ficou meu canto
Enfeitado de flores da cor da minha louca paixão
Paixão que aflorou pelo encanto das flores naturais

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QUE TODOS OS MEUS LEITORES TENHAM UM 
BOM FINAL DE SEMANA
FLORES PARA TODOS


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LUA SINGULAR AGRADECE
AS VISITAS


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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Lamentos no canavial


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Vivo numa cidade rodeada de canaviais por todos os lados, onde trabalham nordestinos remunerados, trabalho este que na época da escravidão eram feitos pelos infelizes escravos, agora pergunto: por que a fome e falta d'água  no sertão se assemelha a escravidão? Lá parece um deserto sem areia e oásis e nem a chuva cai dos céus.Parece até maldição, pois foi perto dali que começou o tráfico dos negros advindos da África, vendidos pelos seus próprios irmãos como cavalos de raça. É, mas perto do sertão adormece um grande rio, mais conhecido por "velho Chico" que seria uma solução.
José Bonifácio de Andrada e Silva ficou conhecido nas histórias que podiam  ser contadas nas escolas, como o patriarca da independência e tutor de D.Pedro II, mas ele não foi só isso, mas o que algumas pessoas não sabem é que ele foi o autor de vários escritos, planos de tornar a vida dos escravos mais humanas, só que esses belos escritos ficaram sucumbidos e amarelados pelo tempo e, talvez, não sei, por medo de ser exilado do Brasil, guardou-os só para si e, se esses escritos fossem concretizados, até eu gostaria de ser uma linda escrava...Tenho medo de passar perto dos canaviais, pois ouço os lamentos dessa maldição que assolou o Brasil, quase que semelhante as atrocidades de Hitler, ser asqueroso que somos obrigados a estudar na história do mundo.
Muitas vezes, aos domingos pego o carro e saio pelas ruas da cidade e, com uma vontade imensa de visitar meus novos e antigos amigos que moram em sítios e fazendas, mas tenho medo de passar entre trilhas cercadas por canaviais e, a qualquer barulho, meu coração acelera por medo e tristeza, quando penso que há muitos anos, escravos que envelheciam aos trinta e cinco anos, pereciam de fome, de sede, trabalhos desumanos e castigos dados por capataz e muitos desses infelizes tiveram suas vidas ceifadas por um regime burocrático e autoritário e muito poucos tinham medo de se rebelar e eu, particularmente dou "vivas" à Zumbi dos Palmares, que morreu como herói, tentando inutilmente acabar com a escravidão e, muitas escolas tem o tabu de dar esses conhecimentos para seus alunos, os meus não só conheceram as histórias verdadeiras como passava filme sobre os Quilombos do Palmares para terem ciência de todas as Histórias verdadeiras contada à eles na sua íntegra. Por que escondê-las? Essa é uma das muitas vergonhas que todos têm que saber.
Por que no lugar da cana não se plantam alimentos e fertilizam essa terras pobres em nutrientes que só servem para o plantio da cana? Não, isso não interessa ao Brasil, pois é o álcool, combustível  farto no Brasil que move a economia de um país que cresceu às custas das mesas vazias, da falta de uma educação de qualidade, dos baixos salários, da fome dos menos favorecidos. Será que nosso alimento num futuro não distante será só a cana de açúcar que antes eram plantadas umas moitas no quintais das casa para alimentarem os burros e as éguas para o trabalho com a carroça? Nem quero viver se isso acontecer, ou então os alimentos serão tão caros que poucos poderão comprá-los,advindo simultaneamente a morte pela fome e sempre digo essa frase ao meu marido " Vai ser uma guerra de foice no escuro"...
Hoje, temos mais carros circulando na cidade do que pessoas trabalhando, mas como isso é possível? É a vontade de ter e não poder, depois vem os financiamentos,nomes sujos e por fim só sobram as bicicletas.
A cidade está muda, ouve-se o triste chilrear dos pássaros que perderam seus espaços e hoje nos fazem companhia e os jovens depois de formados batem asas e voam para outras cidades, ficando aqui só os velhos, vivendo de uma mísera aposentadoria que não dá para o seus mínimos sustentos ( Uma outra vergonha nacional).
Votando ao tópico deste, pergunto: por que não se leva água para o sertão? Talvez a falta de vontade política, enquanto os pobres nordestinos quase morrem de fome e de sede, a cúpula ganha rios em dinheiro e ainda debocham do povo sofrido, como se eles fossem vermes nojentos, talvez pensam que serão eternos.
Passam presidentes e mais presidentes e para eles o mais interessante é viajarem à negócios para outros países para dividirem reservas e serem conhecidos pelo mundo e o nosso Brasil se afundando cada dia mais...e, se esquecem que é tão fácil levar água para o sertão, mas esse investimento não traz votos, pois a maioria deles são analfabetos e graças a Deus parece que o voto cabresto acabou.
Portanto, meus queridos leitores, os homens só serão livres na sua plenitude quando uma peste devassadora assolar toda a raça humana, tenho pena das plantas e dos animais; sobrando só os lamentos dos mortos, e tudo isso poderia ser diferente e só não o será pela ganância e crueldade do ser humano.