quinta-feira, 26 de julho de 2012

Retalhos da vida


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Revirei meu corpo do avesso para conversar com minha alma, que fez de mim uma mulher forte, destemida e determinada a viver com intensidade todas as etapas da minha vida. Aqui me encontro só, sentada e comungando comigo mesma, procurando um atalho na minha alma para encontrar o lugar em que minha fé me levou a ter uma vida cheia de anseios e, devaneio: filhos cresceram, netos também e o meu grande amor que foi o único amor da minha vida resolveu me abandonar e, com suas grandes e brancas asas ficar a me esperar nos céus.
Era de uma família de classe média, mas gostava de ficar mais na fazenda, desde garota brincava de correr na relva molhada de orvalho, comer pêssegos e procurar a trilha que me levava a uma pequena cachoeira. Por que eu gostava de lá? Lá se encontrava Eduardo, um garoto mulato de olhos azuis que dizia pequenos poemas de amor que embebia minha alma. Já tínhamos uns nove anos e nadávamos nesta cachoeira borbulhante, a risos, com a inocência dos anjos, pegava em minhas mãos, mergulhávamos naquela água cristalina, sorrindo um para o outro.
O tempo foi passando e nós ainda não tínhamos percebidos. Um dia, nessa linda cachoeira com as roupas molhadas, parecia que ele me desnudou, pois minhas roupas colaram no corpo mostrando a silhueta de uma linda mulher, olhou para mim, seu rosto suava, não sabia se era de vergonha ou uma atração forte que acometeu em nossos corpos e nos beijamos. Saímos da cachoeira molhados e um calor forte estonteou nossos seres e, ali mesmo na relva concretizamos nossa paixão.
Chegamos, cada um se direcionou para sua casa e, minha mãe notou um brilho diferente em meu olhar e perguntou com toda delicadeza e amor que lhe era peculiar: minha filha, hoje você está mais linda de todos os outros dias, você está amando Eduardo? Ruborizei, então, contei a minha mãe o que havia ocorrido. Ela era uma mulher equilibrada e abraçou-me em seu peito e disse-me: minha filha, adoro Eduardo, é um jovem pobre, mas batalhador, você o ama de verdade? Sim, respondi: amo Eduardo desde pequenina, amo o ar que ele respira e é com ele que quero passar toda a minha vida.
Passado alguns dias, mamãe conversou com papai, que já gostava de Eduardo, não colocou nenhum empecilho no nosso namoro.
Passado uns três anos, já quase concluindo nossos estudos resolvemos nos casar, claro meus pais deram o maior apoio e o belo enlace aconteceu ali mesmo na capela da fazenda com uma bela festança e como presente de casamento uma viagem para Gramado, cidade que até hoje nunca mais esqueci. Fazia frio, a lareira acesa aquecia nossos corpos árduos de desejos.
Depois de um ano nasceu Gabriela, mais tarde Rui, que nos deram dois netos cada um, tivemos uma vida de trabalhos, Eduardo era administrador formado e delegava seus préstimos perfazendo um bom salário, não porque era genro do patrão e sim pela sua dedicação e capacidade, eu dava aulas para os filhos dos colonos. E o tempo passou muito depressa, nossos pais morreram e ficamos sós naquela imensa casa. 
Envelhecemos e estava percebendo que meu Eduardo não estava bem, ficou acamado até o dia que resolveu me abandonar para um plano melhor.
A minha vida valeu a pena ser vivida, hoje, só, sentada no nosso jardim sonho o dia poder encontrar meu amado e quem sabe reviver todo o nosso amor que nem a morte matou...


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Trejeitos de mulher sedutora


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 O mar, as estrelas, a brisa e as lindas flores
Se rendem a tamanha bela mulher sedução
Foste feita para enfeitiçar minha afogação
Quero desmanchar teus cabelos, afrouxares

Pegar-te no colo e arrastar-te até o mar violento
Sufocar-te de beijos à invejar estrelas à chorar
Acariciar o teu corpo inteiro até o lindo acalento
Não satisfeito submergir teu corpo suado no mar

Ao acordarmos no belo crepúsculo do amanhecer
Gritar aos fantasmas das enormes ondas do mar:
Estes teus trejeitos é  que me mata  fantástica mulher
Entrelaço-me em teu corpo à nossos corpos relaxar

 Sei se tu não irás me amar mulher dos alucinados sonhos
Não importa o quanto dure quero deleitar nos teus braços
Sugar todas as tuas energias de paixões e fazer-te dormir
À sonhares lindos sonhos e eu a velar-te até me arguir


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quarta-feira, 25 de julho de 2012

O beijo que não te dei...


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Esta fria e triste noite fico em devaneio
 arrependido
Do beijo ardente que muito querias não te
 deste
 Queria te esnobar e te judiar, só roçava teus 
lábios
Hoje mergulho em lágrimas o beijo que eu te 
negaste
Neste pedaço de papel escrito sinto teu
perfume
Duas rosas vermelhas juntas são teus lábios 
quentes
Que por minha estupidez, outro foi saciar tua
 fome
Fome que era minha e cansada venceu minha 
birra
Por todas as esquinas te vejo beijando sem
amor
 Meu peito parece estourar de desespero 
louco
Sei que brinquei, mas tu não quiseste me 
perdoar
Fico eu e tu à sofrer neste beija, perdoa ou
 beija
Numa linda manhã de primavera acordei
determinado
Ficarei a tua espera no meu jardim de amor e
 luxúria
Quando nos encontramos despetalei duas rosas no 
teu rosto
Abracei-te, beijei teus lábios vermelhos e
 enlouquecemos

segunda-feira, 23 de julho de 2012

"MÃOS"


nascer-sol-mariposas  (1)

Mãos suáveis como as rosas
Mãos calejadas pelo trabalho bruto
Mãos chorosas ao abanar  adeus
Mãos felizes aos abanar até logo

Mãos que enxergam os desgraçados
Mãos que as seguram em suas mãos
Mãos que enxugam as nossas lágrimas
Mãos que acariciam as mãos dos pequeninos

Mãos que batem nas mãos dos indefesos
Mãos ferozes que matam sem piedade seu irmão
Mãos que esmolam um pedaço de pão
Mãos maldosas que só sabem dizer não

Mãos benditas que semeiam o bem
Mãos malditas que só sabem fazer o mal
Mãos que fizeram com espinhos a coroa de Jesus
Mãos que sem piedade a cravaram em Sua cabeça

Mãos que sorriam ao enfincar a espada no Seu coração
Mãos infelizes que com pregos pregaram Jesus na cruz
Mãos da mãe de Jesus enxugavam suas próprias lágrimas
Mãos que agora arrependidas clamam o perdão do Seu Pai