sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A esfera do amor





Viajando em lua de mel
No carro que ganhei do papai
Feliz, ainda toda de branco
Olhei o céu, estava enciumado

Continuamos nossa viagem de amor
De repente estávamos numa esfera
Numa brilhante esfera celestial
Nus, completamente transparentes

Estávamos sem corpos, mas algo sentíamos
Um bem estar inebriante  penetrou na nossas almas
Era um amor com emoções coloridas...
Esse colorido satisfazia a nós dois

Éramos duas almas longe do mundo terreno
Sem dor, sem fome, sem choro; só amor
Era gostoso o nosso abraço espiritual
Sorríamos ao atravessar um ao outro

 Dorli Silva Ramos

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Uma estrela da cor do arco-íris




  Nesse cenário inebriante, sentada à beira mar, vejo o sol sumindo no crepúsculo do anoitecer, assim como nesse mesmo lugar há um ano, você olhou nos meus olhos e me disse adeus. Nesse instante parecia que o céu, antes tão lindo, escurecia, anoitecendo todo o meu viver. Perguntar o porquê  nada adiantava e calado sumiu pela praia e, chorei. Nesse instante passa uma pequenina estrela reluzente com as cores do arco-íris e me conforta:
  - Não chore menina bonita, pois cada gota da sua lágrima vai se misturar com as águas do mar deixando-as chorosas e turbulentas e, uma onda grande pode apanhá-la e levá-la ao fundo do mar. Lá a escuridão é pior do que a dor que dilacera seu coração. Enxuguei minhas lágrimas e voltei para casa.
  Em casa, no trabalho todos perceberam que, às vezes, corriam dos meus olhos algumas lágrimas da cor do arco- íris e, todos queriam saber do porquê .
  -Como? Respondia, nem eu sei porque isso está acontecendo comigo e a cada meia hora, as lágrimas coloridas banhavam meu rosto. Fiquei assustada. Nessa noite não conseguia dormir, saí de casa sorrateiramente à noite, descalça, caminhei pela praia escura até chegar no meu esconderijo e, sentei. Ouvi um barulho, assustei, pois meu coração, com a separação, estava saudoso e choroso, qualquer barulhinho pensava ser meu amor voltando para mim. Pura ilusão, ele não voltou.
  No instante que me acomodava naquele acento de pau, olhei para o céu, vi a pequena estrela brilhante vindo à minha direção. Pairou no ar para me dizer que meu amor havia procurado outro rumo e que eu deveria viver minha vida, pois era jovem, bela e encantadora. Sorri. Senti uma fisgada no meu coração, as pernas tremerem e uma forte vontade de amar. Nisso a pequenina estrela virou o homem mais lindo do Universo e, com suas mãos macias envolveu meu colo e beijou meus lábios. Fiquei completamente doida de paixão e lhe disse:
  - Como posso me apaixonar por uma estrela da cor do arco-íris que se transformou nesse lindo homem que esta machucando minhas entranhas de desejos? Ele respondeu:
  - Eu sou uma estrela encantada, mas deixaria de ser quando me apaixonasse por uma mulher e essa mulher é você que conseguiu transformar-me em homem para possui-la com amor. Abracei-o com a fúria de uma loba e, ali mesmo na areia nos entregamos a paixão.
  Dormimos na praia. Acordamos com o alvorecer ofuscando nossos olhos e, levei o maior susto quando não o vi do meu lado, mas vi, quando ele cortava  as ondas do mar e caminhando vagarosamente joguei-me na água: era o meu antigo amor.
  - Meu amor, faz três dias que está desacordada nesse hospital, sofremos um acidente e você foi arremessada para fora do carro, está acordando agora. Me abraçou me beijou suavemente, e eu muito fraca, adormeci.
  Acordei à noite e por uma fresta da janela vi o brilho e o sorriso da pequenina estrela, então compreendi que nossa mente viaja, passei a mão no rosto do meu amor e disse:
  - Ah! Senti saudades de você, beijou-o com a ternura de uma mulher que nunca deixou de amar.


Dorli Silva Ramos

Ama-me





Ama-me do seu jeitinho afável
De me falar, de me tocar, de me beijar

Ama-me com essa suavidade peculiar
De dizer que me inspira, me enlouquece

Ama-me com esse sorriso maroto
De me olhar, me desejar, me possuir

Ama-me com essa sutil força robusta
De amparar, de me acariciar. de me levar

Ama-me com esse seu toque de fúria
De abraçar, de me torturar, de me querer

Ama-me com o seu  lado de menino sapeca
De me fazer sonhar, De ver as estrelas no céu

Ama-me com seu sério olhar de reprovação
De me fazer mulher bela, para satisfazer você

Ama-me com essa meiga doçura de querer mais
De me seduzir, de me expandir nos seu braços

Ama-me com essa ternura que tem seu coração
De me mandar flores para aquecer meu coração


Dorli Silva Ramos

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O mentiroso




  Conheci Henrique tinha apenas dezoito anos, cheia de sonhos e a alegria de ter um namorado lindo, falava com muita fluência e tinha o cuidado ao me tocar e falar comigo, medo de me magoar. Nunca dizia que me amava; mas suas ações eram de um homem apaixonado, conheci-o à frente da escola, onde meu olhar cruzou com o dele e, meu coração dizia: é esse o homem que me fará feliz eternamente.

  Depois de uma semana de paqueras, ele se aproximou graciosamente até a mim e com toda a delicadeza de um homem cortês, perguntou o meu nome e, foi desse jeito que meu amor foi crescendo, ouvindo suas palavras de amor, seus beijinhos carinhosos e muitas promessas de uma vida a dois com muito amor. Eu acreditei.

  Como morávamos na mesma metrópole, nos encontrávamos diariamente: ia me apanhar na escola e levava-me de carro para casa com toda a doçura de um homem cavalheiro. Comecei a perceber a sua mudança, pois vinha esporadicamente aos nossos encontros, estranhei, pois ele não tinha mais aquele entusiasmo de antes.

  No outro dia, não veio me buscar na escola, fiquei alguns minutos parada, quando de repente toca meu celular: Olhei para trás, vi um jovem com uma beleza inigualável: moreno forte, olhos azuis com o celular no ouvido, foi se aproximando de mim e disse:
  -Henrique não ama ninguém, gosta de iludir as jovens bonitas, mas o que ele gosta são de vadias e, nesse instante, deve esta arrebentando de paixão com outra.

  Pensei, pensei e pedi para Reinaldo, era esse seu nome levar-me até à frente da casa da vadia, ele não queria, mas de tanto insistir, cedeu. Vi o carro de Henrique estacionado, pedi a Reinaldo parar o carro e desci: peguei um batom vermelho e escrevi no vidro da frente: hei de esquecê-lo, seu mentiroso, o que eu desejo para você é o dobro do que estou sentindo agora.

  E, como na vida tudo passa, esse amor também passou, virando assim mais uma página da minha vida. Fiquei um mês só indo à escola. Reinaldo espiava-me de longe, era um verdadeiro cavalheiro, parecia esperar minha dor passar.

 Num dia ensolarado, já curada daquele amor bobo, estava nadando na piscina de casa, quando, mais que de repente, à beira da piscina vi Reinaldo de roupa de banho: forte batidas deu meu coração, estava amando. Jogou-se nas águas mornas, chuviscando meus olhos, abraçou-me, enxugou meu rosto com seus beijos de me disse: 
  - Eu sempre a amei.
  Que amor! Hoje é meu companheiro, pai dos nossos dois filhos sadios e maravilhosos. Como sou feliz! 


Dorli Silva Ramos