quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Um bailado diferente




A lua foi se espelhar no mar
Sem permissão invadiu seu lar
O mar ficou feliz com a companhia
Clamou estrelas para iluminá-los

A lua começou perder seu brilho
Era hora das estrelas dormirem
O mar bravio empurrou uma onda
Que afogou seu reflexo no mar

Oceano enfurecido virava os barcos
Ouvia-se só murmúrios longínquos
No céu a lua acordou as estrelas 
Que se espelhou outra vez no mar

Tudo mais calmo, o mar mais tranquilo
A lua balançava no vaivém das ondas
Lua e mar dançavam ao som da valsa
O mar ficou sereno que até adormeceu

Dorli da Silva Ramos

Reflexo no luar






A lua muito enciumada filmou
 Um casal apaixonado se amando
Teve inveja, pois não pode amar
Não conheceu nenhuma paixão

As estrelas tristes consolam a lua 
Nós nascemos para colorir e olhar
Eles nasceram para sentir e amar
Cada qual tem seu próprio destino

A lua mais conformada com a vida
Pois era a lua dos amantes apaixonados
As estrelas escureciam a noite pro amor
 Ondas do mar ficavam furiosas e bravias

Ao amanhecer raios do sol os acordavam
Depois do beijo, um gostoso banho de mar
As ondas mais serenas agradeciam o amor
De duas pessoas que nasceram para o amor


Dorli Silva Ramos


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A essência da vida





A vida prazerosa tem que ter paixão
Onde dois corpos exalam puro desejos
Uma loucura de prazeres múltiplos
Até se esgotarem com a vinda do cansaço

Numa noite de luar o corpo atiça beijos
Dos beijos vêm louca vontade de amar
Como é gostoso amar sob o luar de estrelas
Numa insanidade inconsequente e viril

Venha meu amor, matar meus desejos hoje
Pois amanhã, tudo recomeça com mais volúpia
Quero roçar teu corpo todo com meus lábios
Derreter todo o seu belo poder de sedução

Já amou no mar?Sinta a magia das ondas
Que borbulham nossos corpos de loucuras
Fervilhamos um oceano, tamanha é nossa paixão
E nesse vaivém das ondas nos aquecemos mais

Dorli Silva Ramos

MULHER PRIMAVERA...




Sou mulher primavera
Que nasci para te amar
Ela esconde meu corpo
De coloridas flores do campo

Vem sentir minha fragrância
É a mistura de dois cheiros
Do meu corpo e o das flores
Para perfumar teu coração

Pega, quero te dar uma flor
Escolhe a que mais te aprazes
Mas se gostares de todas
Leva-me contigo também

As flores são minhas vestes
Que o vento as pairam no ar
Se demorares muito tempo
Vou voar com elas para o mar

Dorli Silva Ramos


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Há 58 anos!!




Estava  no computador lendo uns e-mails, era exatamente 13h e 30', quando ouvi um chilrear diferente, reconheci e fui correndo para a área de serviço, olhei pela grade, era um tiziu que não via há 58 anos. Meu coração disparou, chamei meu marido para ver: estava na outra minha casa ao lado, encima da antena cantando e pulando. Meu marido foi buscar a máquina, mas ela estava sem bateria; voltei para pegar o celular e quando cheguei ele tinha ido embora levando consigo meus deliciosos anos de infância brejeira, que quando ia brincar na relva queria pegar o tiziu um pouquinho só na mão, nunca consegui, ele vinha vigiar sua amada e seus filhotes no ninho que fizera na grama alta.

Quantas lembranças voltaram à minha mente e, olha que não sou saudosista, dos anos que fui tão esperta e feliz à brincar com os animais e observando o chilrear dos pássaros, cheirando as flores do campo, bebendo as gotas de orvalho que ficavam penduradas nas plantas e me molhar toda na relva. Era inverno. Descendo um pouco mais, tinha um "riozinho", sentava a sua margem para ver alguns peixinhos. Tudo era natural.
Todos os dias fazia esse itinerário, porque ia levar águas para os porcos e, sem que minha mãe soubesse, tirava as sandálias, só para pegar bicho de pé. Ah! Que coceira gostosa! Mas não adiantava nada, pois antes do banho minha mãe tirava-os. Ah!! Que chato.

Hoje, a cidade perdeu sua beleza natural: pássaros só os pardais que todos os dia entram na minha cozinha à procura de alguma coisa para comer e pombos, os outros pássaros só em cativeiro que não gosto nem de ver o sofrimento que eles passam todos amontoados para venda.
Quando chega a primavera, as flores que vejo nos campos são ipês de todas as cores, foram as únicas árvores que vejo nessa estação e algumas flores resistem nas casas, devido aos cuidados dos moradores , apesar da poluição das usinas que aqui existe. Da uma tristeza danada e um nó na garganta ao lembrar que nas fazendas de tudo se plantava, hoje é um tapete de canavial. 
A beleza das flores, dos alimentos naturais foram embora, levando consigo minha infância e adolescência. Hoje só ficou a saudade de um tempo que não volta mais. Mas o tiziu voltou para eu não esquecer das minhas raízes. Obrigada tiziu...

Dorli Silva Ramos