terça-feira, 2 de julho de 2013

Na tua leveza



Na leveza do teu andar
Areia seduzida pelas marcas
O mar quieto e sombrio
A te vigiar

Equilibrando na areia morna
Estás a brincar na praia sombria
A solidão do mar aprecia
 Tua magia de mulher

O vento leve passa por perto
Da mais brilho no caminhar
Tu brincas tal criança
És leve como a brisa

Silhueta de mulher jovem e bela
Que encanta só a natureza
Se o mar pudesse te enamorar
Te levaria pro fundo do mar

Dorli Silva Ramos

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Vida colorida (miniconto)



 Eu queria ter um pincel para pintar o céu bem colorido, o sol amarelo, as nuvens brancas como a neve e o arco íris, que nos visita após a chuva, a mesma que deixa a grama verdinha, tal qual em meus traços. 
 Depois, quando crescesse, queria ganhar um caderno, uma borracha e um lápis e, nesse caderno, escreveria toda a minha vida... Vida cheia de alegrias, felicidades, decepções e amarguras.
 Quando, já mais madura, com o caderno lotado de escritos e sem ter outro para completar os fatos do meu viver, usaria a borracha para apagar todas as vezes que dos meus olhos caíram lágrimas de dor, lágrimas de saudades, lágrimas de injustiças, lágrimas de abandono.   Sobrariam ainda alguns espaços para escrever que consegui vencer um itinerário de vida sofrido que me trouxe amor e felicidade.
 A duras penas, sobrevivi.


Dorli Silva Ramos

Da para esquecer??



Ninguém olvida um amor
Um beijo quente
Um sorriso irradiante
Um olhar com imensa paixão

Ninguém olvida o primeiro toque
O calor que transpira a pele
Um desejo desvairado da posse
Do doce e suave relaxar

Ninguém olvida a lua enciumada
As estrelas sorrindo o amor
Ondas batendo os corpos na areia
Uma louca explosão de amor

Ninguém olvida o primeiro filho
Que veio enfeitar a vida
Perpetuar nosso amor no futuro
À beijar nossos netinhos


Dorli Silva Ramos

Um grito de liberdade(miniconto)


Claude Nonet - soleil levant - 1872

 Não aguentava mais aquela vidinha estúpida que levava com minha família, onde minha mulher só resmungava e maltratava a mim e ao nosso filho, como se fôssemos propriedades dela.
 Meu garoto com sete anos e eu trabalhávamos de sol a sol, onde ela ficava só a conversar com as vizinhas.      
 Chegava, nem a cama estava arrumada, o jantar ainda por fazer e, sempre gritando: se quiserem que façam, pois não sou a empregada de vocês.
 Foi o último jantar que preparamos, meu filho arrumou a mesa com requinte e uma garrafa de vinho foi colocada na mesa para acompanhar nosso jantar. Ela ficou espantada e perguntou: por que vinho? Estamos comemorando o quê? E eu respondi: a você, a mulher mais linda desse rincão, ela não disse nada, dos seus olhos caíram duas lágrimas de arrependimento.
 Jantou como uma leoa e gorda como uma anta, ali mesmo na sala dormia e roncava, enquanto eu e meu filho arrumávamos uma "trouxa" de roupa cada um e uns alimentos. Partimos silenciosamente...
 Pegamos um barco e sumimos dessa vida para nunca mais voltar. Nem quero saber o que aconteceu com ela, acredito que teve que trabalhar para comer.
 Hoje, meu filho já é um doutor e eu me orgulho muito dele, pois lutamos muito para conseguir viver n'outro lugar desconhecido e eu? Conheci Isabela, uma doce mulher e uma excelente mãe.
 Não houve outro jeito, tive que dar um grito de liberdade, hoje sou um homem realizado e feliz.

Dorli da Silva Ramos