quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Eu sou a minha solidão ( miniconto )


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 Todas as tardes eu saio à passear minha solidão num lindo campo florido, na esperança de poder sonhar o dia que nós dois aqui estivemos numa tarde de verão e deitados nesse campo me possuía com amor. As flores sorriam nossa felicidade e também são testemunhas das suas promessas de amor.
 Chegou a hora da sua partida para a cidade e tivemos nosso último encontro aqui onde o sol com sono queria dormir e, cá ficamos a sonhar um futuro que jamais pensei que não iria se concretizar.
 Sumiu dos meus olhos e com eles levou minha ilusão, meus sonhos e a certeza de que nunca mais o veria. Foi o que aconteceu, você foi o vento que passou na minha vida levando o meu eu e o que sobrou para mim foram as lembranças e não tenho mais nenhuma esperança em revê-lo. Eu fui para você mais um amor numa parada de trem e quando ele apitou me acenou um triste adeus.

Dorli Silva Ramos

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Fagulhas de amor



Vou tomar uma atitude comigo mesma
Estou ao encontro do meu amor
Quero alguém que meus desejos acalme
Satisfaça minha louca paixão com ardor

Ao encontrá-lo jogarei fagulhas de desejos
E nós dois enroscaremos em beijos
 Corpos num só, embriagados numa explosão
Incandescentes como lavas de vulcão

Quando a noite chegar nos jogaremos no mar
Rolaremos na areia para amar nas águas
Nossos ais sorrirão o choro das ondas
E no céu a lua envaidecida sorri nosso amar

Vou levar esse amor para ficar só comigo
Seremos felizes dentro da nossa casa
Dessa loucura sentirá o calor do meu abrigo
Fagulhas de amor enfeitarão a vida

Dorli Silva Ramos

O silêncio da alma



  Era um dia meio nublado, eu com meu violão sem saber o que fazer, pois o silêncio me transpunha para um mundo imaginário: o mundo do silêncio da alma, nem mesmo a brisa matinal me visitou esse dia, minha boca quis gritar, mas o silêncio da minha alma me calou.
 Comecei a fazer um retrospecto da minha vida e senti que meu corpo mutilado pelo desprezo dos homens com suas orgias me fez mulher triste e namorada do silêncio da alma, companheira inseparável durante o dia, pois à noite sempre alguém estava a minha espera em qualquer esquina da vida.
 Ah! Maldito dia que me desgarrei da minha família lá no interior, onde passeava descalça pelos prados coloridos com lindas flores do campo. O lugar era simples, mas a natureza quase que intacta fazia de mim uma menina feliz ao beber água na mina pertinho de casa. Tantas boas recordações que ficaram num passado distante.
 Hoje moro num quartinho, sozinha durante o dia e a noite tenho que estar bela para poder sobreviver, mas agora não posso voltar mais ao sítio, meus pais morreram e eu era a sua única filha. O que fazer?
 A vida não tem retrocesso...


Dorli Silva Ramos

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Possibilidades



 Temos possibilidades de viver uma vida plena, ou seja, de galgar nossos sonhos. São tantos os sonhos que temos! Vemos como a caída das folhas secas do outono, a cada folha que conseguirmos segurar nas mãos seria o desejo de objetivar nossos sonhos, mesmo que na hora os achemos impossíveis.
 Temos que ter garra e um só objetivo na vida: ter uma vida plena de saúde e anseios e, para que isso aconteça, temos que retirar as pedras do nosso caminhar, que não são poucas. Desistir, jamais. Não seja mais um fracassado na vida, agarre firme suas folhas secas, pois cada uma delas será um itinerário conquistado com muita luta, mas tenha perspicácia de saber onde chegar.
 Mesmo que não cheguemos ao topo do sucesso, conseguiremos uma vida útil, com maus e bons momentos. Tudo isso vai depender do nosso modo de viver.
 Não desperdice sua vida na juventude, não a jogue no lixo, não a troque por boçalidades, pois o vento a levará a uma velhice de desengano.
 Aproveite a partir de hoje, corra atrás das suas possibilidades.

Dorli Silva Ramos

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Costuro e remendo sonhos



Aqui eu costuro e remendo os sonhos
Dou novo acalento e brilho ao teu olhar
 Doentes de amor, venham me procurar
Remendarei tuas loucuras e devaneios

Aqui costuro tuas dores de saudades
Remendo teus tristes pensamentos 
Em mim existe força e garra frequentes
Para tirar os fiapos dos teus lamentos

Encaro minha vida como uma bela missão
Remendar amores que foram desfeitos
Costurar corações que foram torturados
À atar dois amores sem muita opressão

Borboletas coloridas enfeitam o ambiente
Aproximem-se sem medo, o cheiro é inebriante
É com o brilho da vida que é fácil a solução
Tenham fé na suave e linda vida de ilusão

Dorli Silva Ramos