quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fraqueza amorosa


  

   Hoje, a minha fraqueza é de amor. O alimento da minha alma se esvaiu entre meus dedos e com a alma dilacerada, pensamentos vagos vêm me atormentar. Acreditei no teu amor e, num passeio pela cidade tu estavas aos beijos com outra.
 Triste desilusão a minha, estou deitada doída pelo fracasso, desequilibrada sem saber o que fazer da vida, se tiver que ficar sem teus beijos e tua louca paixão. Nunca tu saberás que te vi com outra. Maldita ignorância a minha acreditar nas tuas juras de amor.
 De repente batem à porta da sala. Era ele, senti teu cheiro e mamãe foi me chamar. Tomei um banho bem cheiroso, vesti minha melhor roupa, maquiei-me com extravagância, que não era do meu costume e cheguei como uma princesa na sala.
 Vi teus olhos brilharem de desejos, pegou em minhas mãos e saímos, mas antes de entrar no carro, dei-lhe um forte abraço e um beijo molhado e lhe disse: eu não te quero mais; quis saber o porquê, mas entrei correndo em casa, tranquei a porta do meu coração para nunca mais ver aquele ingrato que brincou com os meus sentimentos.
Amanhã será outro dia...

Dorli Silva Ramos

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

À espera da morte



 Lá está ela a minha espreita, olhando o relógio da vida. De repente ele começa a falhar e sorri a danada. Me perco em medos.Não da mais tempo para nada. O relógio para.
 O que faço, pois enquanto ela debocha de mim vou definhando pouco a pouco, me pega pelos braços e me joga numa rasa cova só para ver meu desespero, a terra está fria, tenho medo do escuro e sufoco nessa terrível solidão. Não lembro de nada, só sinto o agora que me mete medo e eu estática assisto o filme da minha vida. Ah! Se eu pudesse sair daqui, correr o mundo e avisar as pessoas que o melhor lugar é na sua família e bons amigos. Amigos?  Cadê os amigos que não vêm me socorrer, pois daqui a alguns dias não serei mais nada (...) mais nada.
 Aqui dia e noite é tudo igual: estão consumindo meu corpo que começa a putrificar, a carne amolece; vermes sorriem, pois começa o banquete e o que era uma perfumada fragrância é um odor fétido, cheiro de esgoto e eles comem minha carne; não sinto nada. Estou estática, nada posso fazer, é o fim da minha petulância.
 Quero virar meu corpo e não consigo: vejo o banquete que fazem com os meus órgãos. Êpa! Não enxergo mais, devoram meus olhos, vejo com os olhos da mente, esses olhos que viram o que não deveria ver, que acusou, que esnobou, agora se desfaz sereno.De repente um grito...O que será?.
 Um verme é envenenado pela frieza do meu olhar e desfalece e todos juntos numa fúria descontrolada acabaram com toda a minha carne. Só ossos que irão esperar os seus(...) um dia.

Dorli Silva Ramos


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A voz maravilhosa!



  Aladim ou a Lâmpada Maravilhosa é um belo conto árabe, conhecido e admirado no mundo inteiro. Essa lâmpada fazia maravilhas. Era só friccioná-la e Aladim obtinha tudo o que desejava.
E o que isso tem a ver? Tem a ver porque A voz Maravilhosa trata-se da consciência moral.
  A voz da consciência é mais maravilhosa que a lâmpada mágica de Aladim. Ela não nos proporciona bens materiais abundantes, como a lâmpada maravilhosa, mas nos indica o caminho da felicidade.
 A consciência moral nos conduz ao caminho da felicidade, porque nos repreende quando cometemos alguma falta.
 Já sabemos que não podemos usar de nossa liberdade para fazer o mal, e sim para praticar o bem. Aliás, todo mundo sabe que deve fazer o bem e evitar o mal.
Tanto isso é verdade que, quando fazemos o mal ficamos com remorso, e quando praticamos o bem ficamos felizes.
 Quem nos manda fazer o bem e evitar o mal é consciência moral.

Educação Moral e Cívica
Avelino Antônio Correa
Editora Ática 1976


Dorli Silva Ramos

" Minha falsidade "



Eu sou muito má
Fui doada de presente
Mas muito amada noutra família
Não me lembro de nada
Fui uma menina briguenta
Sempre a melhor aluna
Cresci jovem bonita
Muito namoradeira
Mamãe queria que eu fosse
A mais chic das moças
Fui embora casada 
Pra uma cidade grande
Fiz quinze concursos públicos
Nunca fui reprovada
Trabalhei  trinta e nove anos
Não tive filhos
Adotei um guri doente de dez dias
Hoje um homenzarrão alto
Crioulo dos olhos verdes
A paixão das mulheres
Duas diplomações
Pós graduado
Inglês fluente
Bom trabalho
Tem que obedecer
Como eu fiz
Cuidei da mamãe
Quatro anos na cama
Fiquei viúva, casei-me 
Com Antonio, meu amor amigo
Ajudou-me na minha luta
Mamãe faleceu, papai não aguentou
Após cinquenta e um dias
Foi se encontrar com ela
No céu
Deixou no meu coração
Um buraco de saudade
Sim, vou atrás dos meus direitos
Com muita educação
Agora, depois de oito anos
Da aposentadoria
Parei
Já tinha o blog
Com muitas visualizações
E poucos seguidores
É tão difícil lidar com gente grande
Há a disputa, pra quê?
Se todos um dia iremos
Para o mesmo lugar
O que era pra ser uma distração
Está virando traição
Só não excluo o blog
Porque tenho muitos que me acompanham
Desde o seu início
Puxa vida! Eu não sabia 
Que eu tinha tanta 
Falsidade
Venham me ensinar
A ser uma pessoa do bem
Não tenho culpa de ser mulher feliz

Lua Singular

Assistam o vídeo da minha cidade que eu fiz, está no meu Blog Infantil
Acima  na barra de vídeos
Não estou conseguindo pegá-lo do yotube
ou nesse blog
Dia 21/01/2011