segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Final da chuva de outono


Mensagens e Gifs da Teka

 Debruçada na janela do meu casebre, vejo a felicidade fluir lá fora e se impregnando pouco a pouco dentro do meu ser. É de uma beleza inigualável a maviosa natureza que o homem faz questão de acabar. 
 Sinto a felicidade do frescor das folhas secas de outono, as árvores ressecadas e toda relva pobre e a chuva molhando os seus sentimentos.
 O rio bebe cada gota d'água para enchê-lo, pois dele depende os muitos seres que vivem no seu interior e Deus mandou a chuva para restabelecer todo o equilíbrio da bela natureza.
 Daqui a alguns anos quando o homem vir que as folhas secas de outono caíram e as novas não nasceram, bem que tentaram, também sofrerão, pois o solo ressecado( arenoso) pela falta da chuva subtraiu os lençóis d'águas subterrâneos; todo o verde ficou sem cor, o rio secou e o odor fétidos dos animaizinhos em decomposição; irá chorar. A chuva não será mais de águas cristalinas e sim ácidas, onde ao caírem nos corpos esqueléticos dos sobreviventes formarão sucos e grandes feridas irão servir de alimentos às poucas varejeiras que sobrarem. Correr onde? As pernas dos sobreviventes enfraquecidas por falta de alimento e água; falecerão.
 Ainda se arrastando, os pouquíssimos sobreviventes irão beber do sangue e comer do que restou da carne dos mortos. Até quando?
 Até logo(...), pois com o coração do homem endurecendo e querendo ter a petulância de ser maior que Deus, ele próprio acabará com o Mundo lindo que Ele nos proporcionou...

Dorli Silva Ramos

domingo, 3 de novembro de 2013

Reminiscências

Homenagem aos amigos dos "Anos Dourados"
Década de 60




Das escorregadias ruas de pedras
dos cavalos, das charretes, da chuva
do orvalho vestindo a relva
Ao redor da Estação.

Do apito do trem apressado,
das saias pregueadas,
das alvas meias soquetes,
dos livros, da escola.

Das procissões, das quermesses,
dos bailes, dos vestidos luzidos,
dos namorados, da ilusão.

Reminiscências mil, que não
olvido, apesar do hoje confuso,
medroso, desesperançoso.



Dorli Silva Ramos

sábado, 2 de novembro de 2013

Aos meus saudosos pais


Donald Zolan

"Eu fui o presente que ganharam"



M ãos calejadas, suadas, honradas
A tadas à família, a Deus , ao trabalho
R espeitadas, doadas, emprestadas
T imbradas pelo tempo, ranhadas pela
I ncansável batalha,
M arcadas, cansadas.

R abiscadas pelas fendas  da idade
E mpobrecidas por  falta de atividade,
I gnoradas por algumas autoridades,
T inhadas na honestidade,
A marguradas pela perda do seu "amor",
N ão suportaram
O flagelo da solidão, faleceram.

Meu pai morreu  de saudades após cinquenta e um dias da morte da minha  mãe que era uma:





Seu nome

Angelina Garcia Reitano

Nunca os esquecerei
Sua filha

 Dorli da Silva Ramos  

A maior herança que eu recebi deles: honestidade, hombridade, respeito, dignidade e paciência.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Um rosto de menina



 Na caminhada da vida, houve uma menininha  de nome Clara, de rosto sofrido, mas que gostaria de brincar como outra qualquer; mas seu pai dava-lhe trabalho rude, tinha que plantar e colher milho durante a secagem natural no campo. No seu coraçãozinho começou a nascer uma revolta muito grande.
 Ela gostava de brincar, como outra criança qualquer, era linda, tinha os cabelos dourados como o milho seco e estava sempre a pedir ao pai um brinquedo, o qual nunca satisfazia seu pedido. E assim, a menina Clara, sem nunca ter uma boneca para brincar continuava no trabalho duro da roça tendo que aguentar as brutalidades de seu pai.
 A menina cresceu virou uma mocinha bonita, era de uma beleza morta, tinha um rosto triste, mas como todas as mocinhas da sua época sonhava que um príncipe viria buscá-la com um cavalo branco. Eram sonhos...
 Clara, ainda jovem, casou-se com João para se livrar do sofrimento da roça; achava que estava apaixonada por ele, o qual trabalhava na roça com ela. Não demorou muito tempo casaram-se num dia de domingo.
 Quando chegou na segunda feira, João acordou Clara com brutalidade exigindo que ela fizesse o almoço de madrugada e, sem lua de mel rumaram os dois num trabalho exaustivo. Apesar de João a maltratar, ainda Clara teve dois filhos desse desastrado relacionamento.
Um dia Clara tomou uma decisão: sair de casa com os filhos, tentar criá-los em outra cidade, arrumou um quartinho para abrigar a ela e seus dois pequenos filhos e saiu à procura de trabalho. Nada conseguia pois era analfabeta, mas de tanto procurar arrumou um emprego de passadeira numa tinturaria. Era muito caprichosa e seu salário que era muito pouco foi aumentado, dando condições de estudar seus filhos e aos sábados e domingos lavava e passava roupas dos mais favorecidos para completar sua renda.
 Clara era uma mulher bonita, mas não lapidada pela alegria do amor e paulatinamente foi envelhecendo rapidamente, pois sofria de um grande mal: a solidão.
Seus filhos cresceram, trabalhando e estudando conseguiram dar um maior conforto para sua mãe. Só que eles notaram que ela estava muito agressiva ao ponto de um dia quase queimar a casa toda. Ficou louca, foi internada num hospício e sempre dizia que seu príncipe viria buscá-la num cavalo branco.
 Quantas histórias parecidas a essa acontecem todos os dias nesse mundo de disputa, de ódio e desamores.
 Vamos nos amar mutualmente. 


Elaboração do enredo( Dorli Silva Ramos)

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(Colaboração da ideia: (Nati Caetano)