domingo, 8 de dezembro de 2013

Como virá o meu Natal?




 Quando a gente cresce o sentido do Natal fica diferente de quando éramos crianças, acreditávamos no Papai Noel e esperávamos ansiosamente o nosso presente de Natal. Às vezes, o  Papai Noel perdia o rumo da minha casa e eu chorava muito, então olhava para a árvore de Natal vazia e minha mãe dizia que o próximo Natal iria mandar o endereço certo, ela fora a culpada pois não tinha muito aletramento e que logo que pudesse compraria meu presente.
 Ela me levava à Igreja e nós pedíamos saúde para que ela pudesse trabalhar muito, pois eu queria uma bicicleta nova. Eu, então, me apiedando dela dizia que ficaria com a antiga toda arrebentada que me causava vários tombos.
 Quantos sonhos se esvaíram quando eu descobri que Papai Noel não existia e nessa época já mais grandinha começava a entender o verdadeiro sentido do Natal: o nascimento do menino Jesus na Terra para nos salvar.
 Cresci, agora  já no limiar da vida, quem perdeu o sentido do Natal fui eu, pois há quinze anos meus pais foram para um plano melhor e, nunca mais aumentei minha enorme mesa para o almoço de Natal, vamos à um restaurante qualquer.
 O meu Natal virá igual a de outros anos de saudades e, à noite peço a Deus que eles estejam bem, pois um não podia viver sem o outro. A diferença de suas mortes foi menos de dez dias.
 Por isso eu digo a todos que aproveitem os momentos de saúde, felicidade e fartura, pois de um dia para o outro poderemos ficar sozinhos numa sala, mesa vazia olhando a Bíblia e mais ao canto numa mesinha com uma velinha e algumas bolinhas surradas, uma pequenina árvore de natal e ter a certeza que logo irá fazer companhia aos seus entes queridos.
 Nesse Natal vou pedir ao Senhor que tanto sofreu para tentar nos salvar( onde muitos serão os chamados e poucos os escolhidos ) que não haja fome, desemprego, preconceito e maldade entre seus filhos, pois querendo ou não somos todos irmãos.   

Minha participação da IV-Interação de Natal- " Como virá o meu Natal ?"
 Para o   


Dorli Silva Ramos

Desculpem-me meus leitores, bati o dedo sem querer
ontem em postar e depois removi 

Noite vazia ( miniconto)




 A cidade está vazia. Onde estão as pessoas? Desapareceram? Um vazio gélido toma conta do meu corpo, chove e a chuva fina parece contar os meus passos nessa noite fria. Estou suando de medo, será que acabou o mundo e só eu fiquei? Sinto uma brisa fria passar pelo meu rosto. Morri?
 Uma terrível sensação de abandono impregna minha alma que num terrível momento comecei a levitar, queria gritar, ninguém me ouvia. Continuava minha lenta caminhada(...); passava minhas enrugadas mãos no meu rosto, rocei com elas meus óculos. Estou perdido no vazio da noite e dentro de mim mesmo.
 Quem sou eu? Não lembro meu nome, coloquei a mão no bolso e dele tirei um papel e nele estava escrito: Você foi o único sobrevivente, as altas ondas subiram a praia. Que praia? Estou andado numa cidade fria, sem humanos, sem animais, só o vazio me faz companhia.
 Aos poucos comecei a ver vultos brancos se mexendo; demorei pra perceber que estava numa U T I. 
 Quando melhorei fiquei sabendo que tinha sofrido um acidente de carro e, de toda a minha família, só eu sobrevivi. Senti lágrimas quentes correr meu rosto. Pensei: por que só eu sobrevivi?
 Saí do hospital depois de um mês, adentrei a minha casa vazia, chorei um oceano sem fim, nisso ouço um au-au fraquinho. Era minha cachorrinha quase morrendo de fome. Cuidei dela, abri as portas para ela sair, iria ficar ali sozinho sem alimento e água até encontrar minha família...

Dorli Silva Ramos 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Natal no meu rincão


Rita Zanatta: Nossa prefeita

2,21
Feito por mim em 2011












Dorli Silva Ramos

A tempestade ( miniconto )




 De manhã, o vento assoviava sem cansar, árvores tentavam resistir tamanha crueldade, os rios, as flores e os animais murmuravam e o mar raivoso sucumbia as altas ondas.
 Essa tempestade palpitava meu coração, um sentimento de terror, frustração e agonia. Corri na tempestade à procura de alguém. Ruas vazias, alma chorosa.
 Procurava meu passarinho, o beija-flor, que o vento o arrastou sem piedade. A tarde se aconchegava nas minhas mãos, vinha todos os dias amenizar minha solidão.
 Arrastando pelo chão, entre charcos, procurava em vão e, toda molhada comecei a chorar; eis que...Meu beija-flor estava roçando meus pés. Não tinha forças para cantar e subir `as minhas mãos. Peguei-o, sorri; apertei-o no peito; estava na contramão do vento, mas venci.  
 Cansada, coração palpitando chegamos à nossa casa quentinha de amor e carinho.
  


Dorli Silva Ramos