Hoje acordei feliz, algo em mim dizia que deveria fazer uma
revolução em minha vida. Quando ia tomar meu banho matinal, resolvi tomar um
banho de primavera. Despi-me e nua caminhei até um campo florido perto de casa.
Abri os braços, dei bom dia às flores, às borboletas, às joaninhas. A relva
verdinha encheu meu coração de alegria.
O amanhecer estava lindo, o sol brilhava toda aquela beleza que
ofuscava meus olhos. Senti-me tão leve como uma borboleta azul que sorriu para
mim. Borboleta sorrir, será que estava ficando louca? Firmei minha vista,
estiquei o braço e ela pousou toda delicada na palma da minha mão e, falou:
Vocês humanos são muito tristes, nós somos animais pequenos mas de uma enorme
felicidade, mas hoje é seu dia. O tempo que permanecer aqui todos nós a faremos
feliz.
A relva era alta e cobria toda a minha nudez e, caminhando com os
animaizinhos fui conversando com todas as flores coloridas, as joaninhas
enfeitavam meu corpo e as borboletas colocavam algumas flores, que já mortas
renasciam em meus cabelos.
De repente o sol escureceu, uma chuva fina começou a cair e
rapidamente ficou forte e a passos rápidos nos escondemos embaixo de um ipê
amarelo que nos protegeu da chuva. O ipê era bem alto e estava carregadinho de
flores amarelas que caíam em meu corpo e em toda a campina à volta dele. De
repente, o ipê suspirou, nem assustei, então, perguntei: por que suspirou ipê?
Porque você é tão linda e estou apaixonado por você. Mas como? Você é uma
árvore...E como num piscar de olhos o ipê se transformou num lindo príncipe,
quando fui desmaiar segurou-me nos seus braços e beijou meus lábios. Acordei.
Enrolou minha nudez na sua capa dourada, montou-me num unicórnio,
subiu, agarrei na sua cintura e rumamos ao seu castelo. Antes de entrar no
castelo ele me disse: eu sempre a amei. assustei-me, pois nunca havia visto
aquele jovem tão lindo! Olhou nos meus olhos e nos beijamos.
Tudo teria sido tão lindo se não fosse apenas um sonho.
Dorli
Silva Ramos