segunda-feira, 31 de março de 2014

Meus sonhos...




Sonho um grande amor amigo
Que saiba me levar consigo
Numa incessante vida de ilusão
Com imensa alegria e satisfação

Sonho com seus suáveis carinhos
Com fortes paixões eloquentes
Que os dias não sejam monótonos
 Como vidas cortadas em desatinos

Sonho uma noite de amor no mar
Onde as ondas vêm nos arrastar
E um beijo suave no meio das flores

Sonho viver consigo uma longa vida
Quero ter filhos de olhos azulados
Serenos como a nossa doce caminhada 


domingo, 30 de março de 2014

O lindo trinado do Uirapuru



 Morava perto d'uma floresta e todos os dias acordava com lindo trinado do Uirapuru, todos os pássaros se calavam para ouvir a sua majestade cantar. Seu canto mavioso me deixava feliz.
 Sou uma jovem bonita, mas sem os trejeitos das moças da cidade; e ao ouvir o seu canto corria floresta adentro para ouvir.
 Todos os pássaros emudeciam para ouvir o seu maravilhoso trinado, que se repetia por várias vezes à encantar os outros pássaros e quem por ali passava e nessa magia eu sonhava um amor.
 Um dia, ao acordar, estranhei: não ouvi o canto do Uirapuru; meu coração já acelerado, pensando nem sei o quê, corri floresta adentro. Chorei.
 O Uirapuru, mesmo "feinho", mas com aquela voz exuberante conseguiu atrair uma companheira que morava n'outra floresta, sumiu com ela, sabe lá por qual lugar. Voltei pra casa triste.
 Um dia, já cansada de esperar fui dormir tarde e ao acordar, ouvi vários sons diferentes. Dei um pulo da cama e corri para floresta e, para a minha surpresa, bem no alto de uma árvore ouvi o mesmo Uirapuru cantando e quando parava, os filhotes estavam aprendendo o seu cantar; nisso a fêmea começou a cantar bonito, mas nada que se comparasse ao canto do seu macho.
 Sabia que um dia ele iria embora e, como não era de costume, cantou uma melodia triste e naquela noite adormeci como uma pedra, nisso minha mãe me acordou e disse: perdendo hora menina...temos visitas. Quem são, perguntei a minha mãe: são os primos mais um amigo da capital.
 Senti uma fisgada no peito, sabia que algo ia acontecer, tomei um banho, coloquei a melhor roupa e entrei na sala para abraçar meus primos e quando fui cumprimentar seu colega meu coração disparou de felicidade, começamos a namorar e depois de um ano estava casada morando na capital.
 Sou muito feliz aqui no meio desse turbilhão de pessoas, mas foi o Uirapuru que deu-me sorte e mandou um amor pra mim.
  


sábado, 29 de março de 2014

O Refúgio da dor


Teka

Foi assim...
Sem dizer nada
Saíste da minha vida
Não teve dó de mim

Nossa casa vazia
Jardim ficou em luto
Pensamento absolto
Meu sorriso jazia

Meu corpo abrasado
A brisa congelou
Amor despedaçado
Lágrimas debulhou

Um porquê sem volta
Um grande vazio doído
Morre no meu abalançado
Vivo em meio a revolta


sexta-feira, 28 de março de 2014

Mais seis pensamentos meus



*Atrás de uma beleza insinuante esconde-se uma língua mentirosa

*Dizem que quem cala consente, discordo, espera o outro se enrolar em suas próprias ignorâncias

*A voz macia é como uma lâmina cortante, fujamos dela para não nos deixarmos influenciar

*Não seja um carrapato alheio, viva a sua  própria personalidade com honradez

*Seja imparcial nas suas conclusões, pois você não é o dono da verdade

*Só Deus permeia nossos pensamentos, Ele é fiel no seu julgamento


quinta-feira, 27 de março de 2014

Descaminhos...



 Me perdi nos caminhos da vida, saí pelas veredas sem olhar os velhos que ficaram a chorar. Quis me aventurar numa vida de loucuras, facilidades e desamores. Cobri-me de astúcia, onde numa "onda" de amigos, fazia o dinheiro vir com facilidade.
 Rodava as cidades com meus carrões, belas mulheres se arrastavam por "mim" e fui deixando a vida rolar num mar de aventuras. Nunca quis saber mais de meus pais e irmãos que com certeza, caso estejam vivos, choram até hoje a minha ausência.
 Segui em descaminhos, onde a tortuosidade me cegava, deixando um amor a me esperar na saudade da sua solidão.
 De repente, senti-me acorrentado ao desprazer, não via mais alegria na vida, comecei a sentir saudades da Rosinha, minha noiva, que deixei junto com meus pais numa situação de início de gestação, então, comecei a me questionar: Que fiz da vida? Vou voltar.
 Pelos descaminhos tortuosos não fui feliz e dentro do meu peito o remorso doía e queria tentar costurar meus erros do passado e, se desse tempo casar com Rosinha e pedi perdão aos meus pais.
 Agora pobre, sem meus carrões fui retornando a minha casa pensando...Quem sabe eles me perdoam. Cheguei a uma pequena fazenda, onde há dez anos tinha saído, ela estava abandonada; fora saqueada e de longe vi a nossa pequena palhoça. Chorei.
 Minhas lágrimas se misturavam com meu suor e o meu temor estava por acontecer.  Naquela palhoça não havia ninguém. Devo ter matado meus pais de desgosto, a  Rosinha não encontrei, ajoelhei no chão e clamei perdão. Nisso ouvi: papai.
 Não acreditei, era meu filho que correu a me abraçar dizendo: todos os dias no sono do pôr do sol venho cá pra estrada a sua espera. Ajoelhei-me aos seus pés e quando ia pedir perdão ele disse: eu já o perdoei e mamãe o espera em casa.
 Com as mãos atadas nas do meu filho caminhamos e quando estávamos chegando o sol já havia dormido, só se via uma luz naquela palhoça.
 Adentramos a casa, Rosinha sorriu e me abraçando disse baixinho: eu sabia que voltaria.
 Mesmo em descaminhos ela me esperou, só os meus pais não aguentaram a saudade e morreram. Fiquei petrificado de tristeza, quando Rosinha entregou um bilhete onde estava escrito: nós nos encontraremos no céu um dia. Filho, nós sempre o amaremos.  Desfaleci.