Onde está o meu eu? Perdido em qual galáxia que não consigo me
reencontrar? Lavei o céu com minhas lágrimas por muito tempo. A lua tentava me
animar, mas não conseguia retirar dos meus lábios um sorriso por menor que
fosse.
As estrelas se apiedavam de mim e clareavam meus lindos olhos
azuis para eu poder saber onde me achar. Uma chuva de diamantes brilhou meu
corpo ora franzino, debilitado e foi aí que percebi que a lua chorou por mim.
Cheguei até ela, não sei como, beijei seus olhos azuis como os meus, me deu a
mão, fazendo-me adormecer numa grande e macia nuvem branca.
O sol veio a despontar no horizonte da terra, acordei com os raios
solares sorrindo pra mim, foi nesse instante que me despedi de todos os meus
amigos celestes e agarrada ao rabo de um veloz cometa desci à terra, pertinho
da minha casa.
Lá chegando, vi meus pais chorando minha ausência e quando me
viram o choro transformou-se em lágrimas de amor, me cercaram num grande
abraço. Desfaleci.
Aí foi que compreendi que havia sumido de vergonha por uma
bestialidade sem fundamento certo.