domingo, 10 de agosto de 2014

Ao meu pai Martim...



Pai
A dor desapareceu
Mas
A saudade persiste em ficar 
Em forma
De belas lembranças suas
O tempo passou
São quinze anos sem você
Tanto tempo
Parece que foi ontem
Que, com saudades da mamãe
Me disse adeus
Foi morar com ela no paraíso
Pai: muito obrigada
Por me fazer uma pessoa íntegra
Jamais o esquecerei
Sua filha
Dorli



sábado, 9 de agosto de 2014

A lua preguiçosa




Nesse cenário tranquilo, a natureza deixou apenas uma trilha: uma igrejinha abandonada rodeada de árvores nativas, mas algo inusitado aconteceu: já estava na hora do crepúsculo do anoitecer, deu uma pane no céu, as estrelas dormiam uns sonos pesados e a lua ainda deitada sobre uma nuvem, estava com preguiça, apesar de ser quarto crescente não fazia nada.
De repente a nuvem não aguentou o peso da lua e caiu na terra em forma de forte chuva. Aquela escuridão acendeu todas as estrelas coloridas e a lua coçando os olhos foi trabalhar.
O céu clareou e tudo ficou lindo, a igrejinha abandonada começou a badalar seus sinos chamando os fiéis. Ninguém apareceu, sabem o por quê? Com a chuva forte a terra ficou cheia de charcos e os fiéis bem que tentaram, mas não conseguiam, escorregavam e caiam de "bunda" no chão. Foi uma delícia, todos voltaram lambuzados e rindo para casa para banhar-se.
Portanto, meus amigos: a vida é uma engrenagem contínua, se uma peça quebra a vida toda será cheia de percalços. 


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Caminho para viver bem: miniconto




Pegue a chave do seu coração e da sua vontade, que com certeza, encontrará um lindo caminho florido para viver em harmonia com a natureza e a felicidade consigo mesmo, mas para conseguir trilhar a felicidade com harmonia, você terá que tentar, vamos achá-lo?
O saber viver é ter cautela nas palavras, para não magoar as pessoas que nos rodeiam, sermos simples e atenciosos com nossos amigos e nunca deixar de defendê-los até a morte.
São nas pequeninas coisas que encontramos o prazer de viver só ou em companhia de outros, lhes deem esse direito e não percam oportunidades de serem pessoas sorridentes e muito felizes.
Dinheiro não traz felicidade a ninguém, se a trouxesse, financiaríamos a longo prazo, mas temos que conquistá-la paulatinamente até nos lambuzarmos de tanta ventura.
Vamos ser felizes?
  

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Eu sou João da vida



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Eu nem sei bem quem sou e, perambulando pela vida, desde garoto, quando fugi da fome lá no meu querido sertão, vivo por aí, fazendo um bico cá outro lá e moro num barraco sozinho. Tenho vinte e três anos e um grande sonho: ter a minha rocinha, a enxada eu já tenho e muitas forças para o trabalho pesado.
Um dia sentado numa pequena mesa que eu mesmo fiz, cansado, tirei um cochilo, nisso bateram à porta do meu pobre barraco, a porta abriu e um homem já velho quis contratar-me para cuidar do seu sítio, que prontamente aceitei.
Qual é seu nome? Me chamam de João, mas não tenho documento nenhum, fugi da fome, não para enriquecer e sim para juntar algum dinheiro para buscar minha família, queria aprender a ler e escrever.
O sitiante de nome Geraldo, alojou-o numa casinha já com as mobílias e foi cuidar de arrumar seus documentos. Ele tinha influência com o delegado da cidade e não foi difícil tirar uma cópia da certidão de nascimento e, a partir daí João com seus documentos pode ser registrado e frequentar a escola à noite para aprender a ler e escrever.
Passado um ano, João prosperou, pois, o sitiante oferecia alimentação a ele. Em quatro meses João começou a ler e pode buscar sua família lá no sertão. Foi a sua maior felicidade.
Depois de uma semana eles chegaram e todos ficaram deslumbrado da beleza do sítio e o Sr.Gerado disse ao seu pai: seu filho é um batalhador, não tivemos filhos e ele transformou meu sítio em felicidade, que agora será dobrada com a sua família.
E assim o sítio prosperava, mais mãos de obras, tinha de tudo no sítio: frutas de todas as espécies, porcos, galinhas, uma vaquinha para o leite e assim foram vivendo felizes.
O Sr. Geraldo era devoto de Santo Antônio e aquele ano resolveu fazer uma festa no seu sítio, mãos as obras, todos: uns fazendo quentão, outros rapadura, outros bandeirinhas e João foi convidar todo o pessoal dos sítios vizinhos.
Chegou a hora do terço, o rezador era pai de uma linda cabocla que deu uma olhada para João que ficou todo assanhado e feliz.
O tempo passou, João casou-se na igrejinha do sítio com a cabocla linda de nome Izilda e como era de se esperar tiveram vários lindos filhos: uma benção, como diziam os avós.
Geraldo ficou muito doente e morreu, ficou sua mulher a choramingar de saudades. Todos os dias a mãe de João que trabalhava na casa da patroa chegava cedo, aquele dia fatídico resolveu ir mais cedo encontrando-a agonizando ela entregou um envelope, o qual guardou no armário. A patroa morreu.
Passado uns dias, ficaram à espera de alguns parentes e, nada. Foi aí que a mãe de João lembrou da carta e entregou a ele.João leu a carta chorando, pois nela dizia que o casal gostava dele como filho e tinha deixado toda  a herança para ele.
Aí, João chorou...


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Amor doentio




Amor tem que ser de mansinho
Fincado no respeito e confiança
Se for doentio perde o respeito
 Morte vem fazer a sua desgraça

Esse amor tem que ser tratado
Antes que o inevitável aconteça
Senão o choro se adianta doído
Antes que a dor da alma apodreça

Amar não é apoderar-se do outro
Mas viver numa linda comunhão
Amar é juntar o seu amor adentro
Corações livres sem haver traição

Amor doentio leva ao crime de morte
Lágrima debulhada não mais ressuscita
 Amor que poderia crescer, mas demente
Que nem a pior  cadeia, a dor vomita