sábado, 23 de agosto de 2014

A bondade e a maldade




É muito difícil ganhar uma guerra, principalmente se ela for psicológica e a sua maior estratégia para se sair vitorioso é: faça que ignore, que não liga e não responda. O silêncio destrói qualquer um. Têm pessoas que estão numa situação de desacordo e, só fraqueja aquele que grita, fala, xinga, pois seu silêncio é pior que um palavrão.
Uma pessoa sábia sabe a hora certa de jogar na mesa suas cartas vitoriosas, daí não haverá perdão e consegue adoentar pessoas que lhe fizeram muito mal. A paciência anda de mãos dadas com a verdade e o perdão não são todas as pessoas que conseguem doar e, quem somos nós para julgarmos se não estamos na pele do insultado e pisoteado no que tem de mais precioso: seu brio.
Portanto, cuidado com o que fale, pois uma palavra maldosa dita fora de hora, será seu castigo para o resto dos seus dias. Pense antes de falar...




sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Delicadezas De Deus




Deus teve um sonho maravilhoso: fazer um mundo perfeito com os mares, oceanos, lagoas, florestas, flores, frutos, a lua para termos o dia e a noite, o lindo alvorecer, o sol para aquecer a terra e o espetáculo do pôr do sol. Não esqueceu de nada, nem do minúsculo animal até o maior deles. A chuva que molha a terra, onde o grão germina, dentre tantas coisas, parece que vejo o lírio nascer no brejo, branco como a alma do Senhor. Fez ainda todos os planetas, as galáxias, enfim tudo esplêndido.
Por que tantas maravilhas feitas se só os animais iriam aproveitar? Então, resolveu criar Adão a sua imagem e, vendo que ficaria sozinho fez  Eva, sua mulher para viverem eternamente felizes no paraíso. Deus os testou com o fruto proibido e eles com a promessa da serpente em serem melhores do que Deus, comeram do único fruto que Ele havia proibido. Foram expulsos do Jardim do Éden vindo a viver com seus próprios trabalhos, eles esqueceram de todas as delicadezas de Deus e pagaram com muito trabalho, tristezas, doenças e pela desobediência a Deus e todos os seus descendentes ao invés de só alegria, receberam como herança, a morte do corpo. O mundo está aí para vermos a catástrofe da humanidade.
Daí em diante, o desamor tomou conta da humanidade e já naquela época estava pior que os tempos de hoje e Deus irado com a Sua Criação resolveu acabar com o Mundo em água, num dilúvio, mas antes salvou numa enorme Arca: Noé, sua família e um casal de cada animal. E o dilúvio aconteceu, já não adiantava mais clemência, pois tudo foi feito para o arrependimento dos pecados cometidos e, zombaram de Noé.
Deus se arrependeu de ter acabado com o Mundo com aquela tragédia, agora Ele irá resgatar seus filhos bons para subirem com Ele aos Céus e os outros voltarão a ser o pó da terra.
O Mundo está aí para vermos as terríveis catástrofes advindas da ganância de Adão e Eva e, parece que a humanidade não aprendeu e continua assim com o desamor...
Deus nos proporcionou tantas delicadezas e a maioria das pessoas não acredita Nele e a cada dia que passa o homem, ao invés de agradecer a Deus pela vida, já levanta esbravejando que tem que trabalhar como um burro para sustentar a família, deixa de olhar os seus filhos que Deus o premiou com saúde e inteligência. Ele não quer saber: fala mal da política, do desemprego e muitos empecilhos que não o deixa prosperar e ter uma vida digna. Esquecem tais pessoas que temos que nos melhorar por dentro, pois cada um irá ter sua sabatina no fim do mundo. E aí? Será que seremos aprovados para termos uma vida prometida por Deus ou viraremos pó?
Deus é tão maravilhoso, nos deu tantas delicadezas e muitos esquecem de agradecê-Lo pelas suas vidas.

Minha participação na comemoração dos 5 anos do blog da Rosélia


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Buscando uma razão para viver




Cá estou numa tristeza inconsolável, pois minha vida deu uma virada de noventa graus. Tinha marido e dois filhos e todos se foram num acidente de carro. Eu estava em casa, enquanto meu marido foi passear com os garotos no Safári e na volta, o acidente, nada sobrou na minha vida só a desolação de me ver só sem vontade de viver.
Sei que sou jovem, mas mal tinha começado minha vida e tudo me foi tirado e, às vezes, me pergunto: por que não os acompanhei no passeio de ida? Lá onde estão é bem melhor do que aqui, eram anjos de bondade e, com certeza estão num bom lugar. E eu? fiquei com esse nó na garganta, uma saudade que não tem fim, quero só dormir e beber água.
Numa noite dessas, muito fraca adormeci durante o dia e sonhei com meu marido e, ele dizia: meu amor, você não pode viver aqui, tem muitas coisas a fazer aí na Terra. Levanta coma alguma coisa e viva, nós estamos bem nesse paraíso e as crianças não lembram de nada. Acordei assustada, quase caí da cama de fraqueza e medo.
Fui até a cozinha com as mãos trêmulas de fome comi uma fruta e, paulatinamente fui melhorando até que minhas pernas se firmaram no chão. Se não fosse o sonho eu iria morrer, ou seja, me suicidar e nunca mais iria encontrar minha família.
O tempo passou, cinco anos. Estava eu numa lanchonete comendo um lanche numa mesa, só, e ouvi alguém dizer: posso me sentar aqui, não tem mais lugar, abanei a cabeça que sim.
Sempre fui uma mulher bonita, mas agora estava sem brilho, com muito desleixo e sempre meus olhos lacrimejavam.
O rapaz sentou na minha mesa e disse-me que gostaria de me ver no outro dia, ele queria tirar essa tristeza que abatia meu rosto ainda belo e jovem; dei-lhe um sorriso amarelo e disse sim.
Chegando à noite, apesar de estar viúva havia cinco anos, não esquecia aquele fatídico dia, cansada do trabalho, banhei-me e fui dormir.
Queria sonhar com meu marido e nada, ele já havia encontrado um lugar maravilhoso para abrigar nossos filhos e eu precisava viver, foi aí que olhando-me meu reflexo no espelho me vi ainda bela e sorri.
No outro dia, depois do trabalho parei na lanchonete e ali já se encontrava o jovem a minha espera, levantou-se e, como um cavalheiro puxou a cadeira para eu sentar e ficou encantado com o brilho do meu olhar.
Nos apresentamos: Lucas e eu Clara. Saímos à noite para assistirmos um concerto musical não muito longe da minha casa,
Chegando em casa, beijou meus lábios e senti que ainda tinha vida para continuar e conquistar um outro amor. Nos casamos em seis meses.
Sou uma mulher agora feliz, tenho uma menina, mas nada me faz esquecer a outra família que foi morar n'outro plano.


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Desistir dos sonhos


Taciturno a passos lentos
Desisti dos meus lindos sonhos
Hoje amargo, rasgo a vida
N'uma triste tarde sossegada

Onde deixei os meus sonhos?
Que hoje só vejo migalhas 
Apodrecidas nos bueiros fétidos
Infestando a vida sem batalhas?

Esnobei a vida, e o que me resta
É meu ódio, o medo e a raiva
Pois tudo na vida tive, "as pencas"
Hoje, só vidas estraçalhadas

Cansei de andar a esmo tristonho
Sentei meu velho corpo num banco
Ouvi meu eu: siga, não desista
À cada dor d'alma existe uma saída


terça-feira, 19 de agosto de 2014

CRÔNICA: O casamento do Nhonhô ( verídica )




Eu era muito criança, morava em Minas Gerais, numa cidadezinha do interior, num bairro muito pobre. Todo mundo conhecia Nhonhô, que não gostava de pegar no "batente", vivia pelos bares tocando violão. Não bebia e nem fumava, pelo ao menos isso de bom. Morava na casa da sua tia avó num casebre de dar dó e muito descuidado, pois ela tinha que batalhar na roça para dar de comer a Nhonhô, o seu sobrinho vagabundo mais com grandes qualidades artísticas( nunca foi atrás).
Nhonhô começa a receber na sua casa, enquanto a tia estava na roça uma jovem gorda, não era feia e nem bonita e, não demorou muito tempo a jovem engravidou. Foi marcado o casamento, sua tia coitada, pobre fez um bolinho e comprou uns docinhos e fez limonada , era a festa do casamento, que só os vizinhos iriam, a madrinha deu um vestido de noiva e o dia chegou.
Como de costume, a noiva chegou primeiro, ela estava até bonita de noiva, a praça da igreja lotada para o casamento do Nhonhô, ele era muito querido na cidade.
Esperou...Esperou e nada de aparecer. A noiva chorosa e os convidados foram para casa e os poucos quitutes acabaram. Ela muito triste saiu vestida de noiva por uma pista perto da cidade, nisso passou um jipe da cidade, pegou-a e trouxe para casa e lhe disse: não se preocupe, nós encontraremos o seu noivo.
O pai da noiva tinha uma espingarda que lustrava todos os dias. De repente Nhonhô apareceu na cidade com a maior cara de pau; o pai da noiva ficou sabendo, passou a flanela na arma e saiu e foi bater na casa da tia do noivo fujão. Nhonhô quem abriu, não esperava o sogro, encostou o cano da espingarda na sua boca e disse: ou casa com minha filha ou morre e ele levantou a mão. E o casamento saiu só no cartório, nasceu um menino lindo, não poderia ser dele, mas...eles ainda tiveram mais dois filhos.
Ela não era muito certa, deixou os filhos na cama e fugiu com outro que até hoje ninguém sabe do seu paradeiro. Nhonhô deu um filho para cada um, mudou de cidade, arrumou um emprego e se juntou com uma mulher.
Já era mocinha, minha mãe recebeu uma carta dele, pegamos o carro e fomos visitá-lo numa cidade bem longe daquela que ele morava.
Meu Deus! Quando vi a mulher dele quase desmaiei: horrível, suja, pés no chão e quando fechava a boca os dentes ficavam  fora dela.
Logo que ele chegou do serviço lhe disse: seria melhor ter ficado com a outra que era um pouco mais bonita.
Fomos embora, nunca mais vi Nhonhô, às vezes, me bate uma saudade dele...Ô cabeça dura!

A crônica conta um fato comum do dia a dia, relata o cotidiano da vida real das pessoas, enquanto o conto e a fábula contam fatos inusitados ou até fantásticos. Ou seja, distantes da realidade.