quarta-feira, 20 de maio de 2015

O fugir da morte ( ficção )





silhouettes photography


Não adianta driblar morte, apesar do mundo ser muito grande e você muito rico, esteja onde você estiver lá ela estará espreitando o momento exato para levá-lo. Foi uma pessoa boa, não traiu ninguém, não magoou as pessoas com falsas palavras, teve um coração bom? Por que o medo? Sua morte vai ser tranquila tal como uma andorinha que se esvai em seu ninho.
Ah!...Mas se seu coração foi só para  manipular o ódio, o frio da brisa irá abrir sua consciência e como num filme irá assistir sentado no nada a sua vida desde a tenra idade até o hoje, não adiantará fugir, pois hoje chegou o seu grande dia: a sua morte.
O filme começa e desde criança queria ser melhor que as outras, beliscava e quando elas choravam e diziam que era você, fazia uma carinha de santo dizendo que elas mentiam. Cresceu no meio da maldade humana sempre dizendo não aos pedintes, nunca teve sorte com suas duas esposas. Era realmente muito mau.
Seus filhos eram espancados por você por pouca coisa, eles cresceram odiando você, você teve 3 filhos só com a segunda mulher que apesar do seu mal exemplo eram pessoas boas, mas você envenenou a segunda mulher, ela morreu e, ao invés deles ficarem no velório o tempo todo, despediram de sua mãe antes dela baixar sepultura e estão a sua procura para matá-lo e, pode esconder onde quiser que eu lhes enviarei mensagem em pensamento onde você está.
Então, começou a chorar e a morte dizia: não conseguirá com suas lágrimas, pois seu sangue irá esgotar na terra e eu vou sorrir. De repente, ele vê seus filhos chegarem e com um punhal segurado pelos três o degolaram e retalharam todo o seu corpo.
Eu sorri, mais uma alma eu consegui e disse a ele, vire para trás e veja o que você virou, pedaços de carnes que logo estarão apodrecendo e seus próprios vermes darão conta de comer toda a sua carne fedorenta.
Agora irei levá-lo para um lugar escuro, onde só ouvirá murmúrios de arrependimentos, ranger de dentes, para todo o infinito. Lá é o inferno.

terça-feira, 19 de maio de 2015

No pé da colina



espiritizarja.blogspot.com/



No pé da colina, moramos eu e minha velhinha, meu filho e minha nora. Cada um tem seu cantinho para cuidar do jeito que mais gostar. Morar aqui parece estar longe do céu; mas perto da noite acontece o maior espetáculo que Deus criou: o pôr do sol.
É lindo ver a claridade do dia sumindo com os raios do sol entre as frestas das árvores da colina, olhamos o seu descanso e à noite chega trazendo a maravilhosa lua, as estrelas coloridas batendo suas luminosidades na lua que é a eterna musa dos apaixonados.
Nós aqui dormimos cedo, pois o amanhã é trabalhoso. Acordamos antes do alvorecer e já no trabalho na nossa rocinha, o amanhecer chega sorrindo. A água do açude brilha, o calor emana todos os seres vivos: o chilrear dos pássaros, o coaxar dos sapos,o mugir do boi, o rosnar do gato, o mugir da vaca, o relinchar do cavalo, o cacarejar da galinha, o roncar dos porcos formando uma sinfonia que encanta nossos ouvidos.
No meio do trabalho, ouvimos o sussurro do vento trazendo um véu de neblina e olhando para o alto, as nuvens escuras estão cobrindo toda a nossa rocinha: é a chuva que cai brilhante com os raios do sol. Pegamos nossos embornais e ferramentas de trabalho e fomos nos esconder no nosso pequeno cômodo onde guardamos os milhos secos para a venda.
A chuva já estava ficando amena, então ali mesmo pegamos nossas marmitas para almoçar(era boia fria mesmo) e bebíamos água retiradas d'uma moringa de barro, cada um tinha sua caneca esmaltada. Depois do almoço, ainda caindo uma pequena chuva, adormecemos ali mesmo. Acordamos para voltar para casa, o chão estava em charcos e afundávamos com os pés e as botinas nas mãos.
Aqui começa a primavera. Minha nora cuida da sua casa e do seu jardim tão belo quanto ela e como presente da natureza pôde ouvir o desabrochar da primavera e o tinir das asas dos insetos. A tardezinha vinha a minha casa fazer o pão e colocar para assar no forno do fogão a lenha e preparar minestrone numa imensa panela para tomarmos com o pão.
Todos os dias à noite, sentávamos uns na soleira da porta e outros em pedaços de troncos feitos como banco e cantávamos ao som do violão que meu filho tocava e as crianças com suas caixinhas de fósforos à procura de pirilampos.



segunda-feira, 18 de maio de 2015

A casa dos mortos vivos



https://omundodalulu.wordpress.com/2011/01/

Uma casa abandonada no meio do nada, vazia, era tudo que queria para descansar de uma longa viagem a cavalo. Abri a porteira, fechei-a, soltei o animal para comer grama verdinha, achei um poço antigo, peguei água, bebi dela. Que delícia e dei ao meu cavalo.
Estava com fome, bati à porta e ninguém atendeu, então, vagarosamente entrei: uma maravilha! Tudo limpinho, sentia um cheiro gostoso de comida. Adentrei a cozinha, a mesa estava posta com um prato, guardanapos, talheres de prata, taças e uma garrafa de vinho.
Para meu espanto entrou uma garotinha estranha:  
- Oi tio, está com fome? Vou servi-lo, vai adorar tudo que fiz de bom para você. Eu o estava esperando.
Começou a trazer tantas iguarias gostosas e cheirosas que fiquei assustado e perguntei: Quem fez tanta comida ? Fui  eu   tio. Eu sempre cozinhei bem.                           creepy baby meme   
-Você não vai se sentar para comer comigo? Não tio, eu já almocei.
Antes de comer abri a garrafa de vinho, coloquei na taça de cristal e sorvi dele. Hum! Uma delícia.
Comecei a saborear tantas delícias nunca antes comido e já extasiado fiquei com muito sono: pudera tinha bebido todo o vinho da garrafa.
-Oi tio, tem uma cama gostosa para descansar, não vai encarar um sono?
- Deitei-me numa cama grande cheirosa e muito cansado devo ter dormido por muitas horas, espreguicei, levantei-me à procura da menina. Que lapso, nem perguntei o nome da garotinha. 
Precisava continuar minha cavalgada e antes de sair até o quintal, arrepiei do que vi:


Estava numa casa mal assombrada, saí por trás, peguei meu cavalo e cavalguei, quando vi alguém abrir a porteira para mim, puxei as rédeas para agradecer, outro susto: 


Era o porteiro da casa dos mortos vivos, esporei meu cavalo e saí em disparada de tanto medo.

https://www.pinterest.com/emilykristen1/gothic/

Cavalguei tão rápido que meu coração estava batendo muito forte, de repente tive que passar entre fantasmas. 




Acordei no hospital, quase tive um infarto do miocárdio, passei várias noites agarrada a minha esposa de medo de recordar da casa dos mortos vivos.

Hoje mudei de profissão, sou padeiro.kkk

A padaria fica perto da minha casa e posso abraçar minha mulher a qualquer hora




domingo, 17 de maio de 2015

Meu desvario





Quero que o mundo lá fora se arrebente, só você existe nesse momento, vou abraçá-la até me cansar, beijar teu corpo com toda loucura de um desvairado, porque meus olhos são só para você. O mundo pra mim não tem sentido sem seu amor. Quero lhe pegar no colo, cantar nosso amor, não ligar para os transeuntes, pois é só a você que amo, me interessa e está intimada a ser a mãe dos nossos lindos filhos e para não perder tempo vamos começar já numa praia quente, a luz do luar e o sono das estrelas. Depois do amor, mergulhar no mar de águas mornas até cansar.
Já cansados, abraçadinhos fomos acordados por policiais, e presos por "amar demais". Colocamos nossas roupas e o delegado perguntou aos policiais: o que eles fizeram? Estavam nus dormindo abraçadinhos na areia e o delegado sorriu e disse: cá baixinho, eu também já fiz essas loucuras de amor e paixão e hoje ela é mãe dos nossos oito filhos e eu admirado respondi: oito filhos? O delegado respondeu: às vezes, esqueço que somos casados e sorriu.
Solte-os disse o delegado, o maior crime que fizeram foi amar demais e, por favor não esqueçam de me convidar para o batizado. Todos riram.
Amor é assim: não se mede com o metro e sim com a explosão de um desvairado amor.