Picasso
A ventania chega forte
faz estragos
Não perdoa ninguém, nem
mulheres
Nem crianças, adultos e
velhos escapam
Todos se escondem
embaixo da cama
A cama quebra e pela
porta nos leva a alma
O rio transborda leva
pedaços de humanos
Que horror! Vamos
rezar...Nada adianta
Vemos pessoas pedindo
perdão pela traição
Quem diria que aquela
tonta da feia Joaquina
Tivesse um amante
enquanto seu marido batalhava?
Ninguém conhece o outro,
o bizarro goteja lágrimas
Onde estão as crianças?
Desceram a correnteza
Lá embaixo anjos lindos
foram socorrê-las
A ventania passou levou
nossos sonhos e barracos
Todos amontoados numa
escola, ouve-se gemidos
De dores e saudades do
que a ventania arrebentou
Barracos e os corpos dos
amigos; ouve-se lamentos
A vida é assim para a
pobreza mundial, a sofreguidão