sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Tempos passados



Cimaroli

Em tempos passados vivia-se a tranquilidade, animais e pessoas se cruzavam nas pontes. Uns homens pescavam, outros namoravam nesta cidade tranquila.
Tínhamos bons vizinhos e todos moravam num lugar aconchegante de ar puro. Não havia violências, filhos aprendiam o respeito em casa com os pais, pois todos deveriam saber o que não se quer pra si, não se  quer para o outro.
Belos tempos que a história não esquece como exemplo para os terríveis dias atuais( mais hoje não se pode fazer mais nada ). Que pena!.
Havia nessa cidade, mansões para os coronéis, outras casas bonitas circundavam todo o espaço  deixado, formando assim casas ruas de terras, praça tijoladas com muitas flores, árvores e bancos artesanais e olha que ninguém roubava nada. Todos ajudavam a deixar a praça florida. Por que?
Porque na praça havia uma linda igreja, onde todos iam fazer suas orações, já naquela época havia o dízimo, do contrário não haveria melhoria na igreja e também para seus vestuários e alimentação do padre.
Todas as casas eram lindas com árvores, flores e no fundo o quintal havia uma horta e alguns pés de manga, goiaba, jabuticaba, laranja e uma tocha de cana de açúcar para dar aos cavalos.
Todos tinham animaizinhos de estimação que faziam a festa da criançada antes de ir à escola, os que não iam tomavam banho e iam dormir, pois eram os pequenos e depois iam à casa dos vizinhos.
Os homens e algumas mulheres iam trabalhar na roça para o sustento da prole que era grande e os mais velhos cuidavam dos pequenos. Quando os pais chegavam todos já haviam se banhado e o caldo de galinha pulava na panela e no forno os pães estavam quase assados.
No caldo já pronto colocava-se batatas, mandiocas, e muito pedaços de galinhas que a mãe deixava cortados, pois tinha medo que as crianças se machucavam.
Quando matavam porcos era uma farra para a criançada, faziam linguiças, cozinhavam pedaços de porcos , repartiam com os vizinhos todo o resto era colocado dentro da banha. Não havia geladeira nessa época.
À noite, as mulheres conversavam entre si sentadas em tocos  e os homens mais longe também conversavam e pitavam cigarros de palha, muitas matronas também pitavam.
Assim era a vida nesse vilarejo lindo, onde as pessoas se respeitavam umas as outras.




quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O primeiro beijo



beijo

É a primeira explosão do prazer
Depois vêm os toques e afins
 Uma sensação que o sangue corre veias
Numa velocidade mil

Pernas tremulam a mil por hora
A jovem já meio afogada
Desata desse beijo sem fôlegos
Olhares se cruzam
É o amor

Saem de mãos dadas pela cidade
Param para tomar sorvete
Pedro diz a Deise meio sem jeito
Vamos sair amanhã?

Deise nem conseguiu dormir direito
N'outro dia o namoro já sério
Pedro foi conversar com seus pais
Posso namorar Deise?
Claro, moço

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Eu já sou nada




abandono

Quanto na vida fui homem atuante
Resolvia qualquer problema na empresa
Levava o  pagamento todo pra casa
A mulher reclamava que era pouco
 Pouco? Nova por que não trabalhava?

Tinha eu que puxar a carroça sozinho
Nos separamos, o amor já tinha ido
Fui morar numa pensão livre de chatices

Ajudava nos estudos dos nossos netos
Vinha sempre pedir dinheiro, eu sempre dava
Ficava até com vergonha na saída do trabalho
Um dia já cansado disse: você vai cuidar de mim?

Não respondeu ela, então se vira acabou o dinheiro
Hoje converso com os pássaros na pracinha
Dou-lhes o que comer, hoje são minhas companhias
E amanhã? Onde vou, vou pra casa de abrigo
 Somos bons enquanto temos dinheiro!
Assim é a vida!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Paixão (reedição)



paixão


Pobres pecadores à procura da paixão
Ela não é amor, pois amor é serenidade
Quando ela vem nos tornamos destemidos
Para embalarmos como criança desprotegida

A paixão tem curto tempo de validade
Logo se acaba e saímos machucados
Vindo lágrimas e suspiros de saudade

O tempo carrega esse mal
Para irmos à procura de uma nova vida
De repente, eis que deparamos
Com outra paixão vinda sorrateira

Quando é meu Deus que vai parar
Essa vida de tropeços apaixonados?
Só a velhice poderá responder...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A dor da carne




A dor da carne nos engasga
Ela quer enfeitar nosso corpo fragilizado
E infelizmente consegue
O humor é desastroso e lastimável
Nós falamos demais
Choramos e a dor persiste em ficar
Pedimos a Deus, Ele parece não ouvir
São tantos clamores
É impossível ouvir todos eles
E os filhos, choram sem saber o que fazer
Remédios não fazem efeitos
Só há uma solução para esse desespero
A morte
Mas ela não vem sem hora marcada
E quem marca essa hora
É Deus

domingo, 8 de janeiro de 2017

Agradeço




Ó Deus! Quero conversar contigo
 Mas por que tenho que ir?
Papai do céu não conversa
Vim agradecer e olhe sempre por mim
Tenho medo do escuro
Dos trovões e relâmpagos
O piores relâmpagos aconteceram longe
N'outra família, apanhava muito
Papai não sabia, não contava
Não entendia o porquê
A noite conversava com as estrelas
E de repente cresci
E não aguentando tanto sofrimento
Casei-me aos dezesseis anos
Papai chorou, eu chorei
Fui morar no Rio de Janeiro
Não amava meu marido, mas o respeitava
Era bom comigo
Tive um casal de filhos
Continuei meus estudos
Hoje sou física de uma multinacional
Ele é Analista
Aprendi a amá-lo
Uma vez a cada três meses
Ia visitar os meus "pais"
Às vezes levava os netos
Mamãe morreu trouxe papai comigo
Até hoje o levo à praia
Onde as pequenas ondas batem seus pés
Pego em suas mãos e digo
Eu o amo papai
Ele chora e me abraça

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Mulher criança



" A criança que fui chora na estrada. Deixei-a ali quando vim ser quem sou, mas hoje vendo que o que sou é nada, Quero ir buscar quem fui onde ficou."
                                                                                                  ( Fernando Pessoa)

A vida não tem retrocesso, ela não está mais lá, ela é tua sombra e tu chegaste a cidade grande sem dinheiro e estudo, a rua foi o teu lar. Arrependeste? Volte...Ainda há tempo.
Não queres voltar derrotada para o teu rincão, irás te atolar num mar de lama para sobreviver.Andas pelas ruas imunda. Não houve jeito foi morar na Zona, deixando tua família e a criança a chorar na estrada. Foste tu, agora és o resto do mundo que na rua nem os cachorros chegam perto. De dia nas ruas, à noite na Zona. Até quando mulher irás aguentar? 
O tempo foi passando nesta vida sofrida os sucos começaram aparecer em teu rosto, ninguém a queria mais, então, a cafetina arrumou-lhe um emprego com registro em carteira: lavava, passava e ajudava na cozinha, assim como ela foi a criança que chorou na estrada, agora é jogada  fora dos bailes e das urgias, envelhecia rapidamente.
Como todo mundo tem um anjo ela também tinha: a cafetina, com dó deu a ela um emprego e até gostava muito dela. Tinha teu quartinho limpinho, roupas normais, só nunca mais apareceu no salão.
Um dia ela resolveu voltar pra casa, teu pai já morto e tua mãe muito velha. A cafetina acertou as contas e ela foi pegar o trem, teus pensamentos revoltos nem havia percebido que tinha chegado. Desceu e, caminhando deste uma parada na estrada, choraste copiosamente pois foste ali na estrada que deixaste tua inocência para vencer na cidade grande, mas não deu certo...
Chegaste a casinha da tua mãe, ela chorou de felicidade e triste ficaste por teu pai ter ido pro céu e ela não estava para despedir dele. Tua mãe estranhou e disse: filha envelheceste muito! É a vida mãe.
Foste trabalhar na casa da fazenda, ninguém sabia da tua vida na capital e, às vezes tem saudades da criança que chorou na estrada.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Maria





Maria amada Maria eu só quero você, bailar no seu corpo ardente cheio de desejos. Maria eu morro se ficar sem você, dos meus sonhos sonhados coloridos de "pitanga". Maria lambuze-me de batom da cor do prazer.
Amanhece, levanto, Maria está no seu sono dos [anjos], acordo Maria com um beijo e um delicioso cheirinho de café, a pego no colo, aperto-a no peito e vamos nos banhar. Banheira com água quentinha com rosas vermelhas com cheiro de amor.
A desnudo, engasgo de prazer e a coloco na água, num estalo me despe, me puxa pra água louca de prazer. Maria, Maria, não existe no mundo mulher igual a você.
Vou pro trabalho, beijo Maria, depois de duas horas adoeço [nada sério] volto pra casa e no quarto Maria me traindo. Maria por que Maria você me traiu? Matei Maria, morri por dentro.
Nessa cela gélida me deram razão [choro]. Por que Maria deu seu corpo a um homem qualquer?
Após dez anos votei pra casa, abri a porta. Chorei Maria, seu cheiro está impregnado em tudo na casa.
Deito na minha cama que também era sua e choro você Maria. Por que Maria? Adormeço.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

O sopro do amor



Eu queria um sopro de amor que me levasse ao infinito, onde está o meu amor me esperando. Não consigo, precisaria de furacão para me levar até ele. Me aguarde, um dia nos encontraremos.
Eu preciso de um sopro de amor que cá na Terra que me dê a felicidade, um amor que me beije, me abrace e me diga: você é o meu amor. Nesse ínterim o tempo passaria, crianças nasceriam para enfeitar a vida, que já é tão sofrida.
Onde está esse sopro de amor que não consigo encontrá-lo para dizer-lhe: escusa-me e me ajude: me dê um pouquinho do seu sopro de amor, assim como faz com as chuvas, as flores, as ondas do mar, ao pôr do sol no seu descansar.
O tempo passa e eu aqui nessa janela tento achar um jeito de fazer esse tal sopro de amor, só assim poderia fazer todos os viventes felizes, sem dor, sem lamentos.
Já tentei várias vezes e, está muito difícil: anoiteceu, estrelas brilhavam, outras piscavam, fiquei sem  saber o que estava acontecendo. De repente as estrelas brilhantes escreveram no céu: o sopro do amor está dentro de você, faça um retrospecto na sua vida e veja que com sua bondade você é uma estrela cheia de sopros de amor. Aí, chorei de tanta felicidade.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

A seca do Rio Mogi: Cachoeira de Emas



Almoço de Ano Novo
Na Cachoeira de Emas









Comportas abertas


Cheia do Rio Mogi Guaçu