Eu sempre tive um sonho de ser uma grande poetisa: meus pais
tinham condições de satisfazer meus desejos e toda feliz escrevi um livro de
poesias, o qual na primeira tiragem foram 200 livros. Colocamos na imprensa
local e deixamos numa livraria para vender a trinta reais cada exemplar. A capa
era linda.
Passado um mês fomos até a livraria e qual não foi a nossa
surpresa quando ficamos sabendo que nenhum livro foi vendido na cidade, papai
pagou a dona da livraria, recolhemos os livros e voltamos para casa. Entrei,
corri para meu quarto e muito chorei...Papai entrou no quarto e me disse: tenho
certeza que você irá achar uma ideia: peguei alguns livros e sentada na sacada
do apartamento comecei a arrancar as folhas deles e aproveitando o vento, elas
voaram bem longe, ao todo desfolhei mais ou menos uns oito livro e chorava. Lá
se vão os meus sonhos ao vento.
Terminei, debulhei em lágrimas, tomei banho e fui dormir. Sonhei
sonhos lindos, mas como? Pensei no sonho: como posso estar feliz se ninguém
nunca leu nenhuma poesia minha.
No outro dia os muitos que pegaram os pedaços aleatórios das
minhas poesias foram comprar o livro na livraria e a dona disse: o pai da
poetisa veio buscá-los. Por que? A dona da livraria disse que ela ficou
triste, porque ninguém se interessou pelo seu livro de poesia, vocês a
conhecem é a Leide. Correram pra lá e compraram todos os livros e o pai mandou
fazer mais duzentos livros, pois já estava começando a escrever outro livro.