No choro do vento; solitária numa praia paradisíaca à
noite vejo o vagar das estrelas,quero conversar com elas.Vou suplicar a elas
a volta do meu amor, que sem nada dizer me abandonou.
E no vagar das estrelas,meu pedido é em pensamento. Parece que não ouviram e choro.
Meu suplício continua nessa praia arenosa, afundo meus pés.
De repente já estava perto do mar revolto, já sem esperanças, resolvi voltar. As
ondas revoltas, pude ouvir os seus choros e no silêncio da noite ouvi uma voz
solitária ao longe me chamar. Tive medo e corri mais para perto das ondas do
mar e nas suas fúrias me jogou longe e na sua volta me carregou para o meio do
oceano.
Era excelente nadadora, mas debatendo com elas, uma força
brilhante me puxou e no ar levou-me até a praia com segurança e quando quis
agradecer essa força apagou, penso ser as estrelas que condoída com o meu
destino me salvou.
Já com o medo das ondas voltei para casa. Tive que andar
muito nas areias , olhei para o céu, uma constelação de estrelas clareava meu
caminho. Nisso no caminho vi sentado na areia aos prantos, Luis. Não acreditei,
ele chorava e me disse: minha doença me fez perder a razão e preferi ir embora
sem lhe avisar, mas uma tempestade de amor trouxe-me até você.
Sei que a fiz sofrer Carla, mas quando soube que teria um
ano de vida, enlouqueci de tristeza.
Ora Luis, porque não me avisou: então vamos nos casar e para
mim um ano de felicidade, prefiro ficar sem paixão que sem você. O casamento
foi rápido, mas como o problema era profundo preferimos dar não ao sexo e só
ficamos aos carinhos.
Chegou um ano e Luis não morreu, fomos a outro médico, Luis fez todos os exames e
passado uma semana fomos buscar o resultado e ao abri-lo, nossos corações
pularam de alegria: Luis nunca sofrera do coração. Esperamos o médico sair do
seu consultório e o barramos, ele tremeu...Por que está tremendo doutor?
Desculpem e façam o que quiserem comigo, posso até perder
meu emprego, mas como amava você, não suportava saber que iria casar com outro.
Luis, ainda trêmulo de raiva foi dar um soco no médico, eu segurei sua mão.
Temos que ter uma alva alma e um coração cheio de bondade para
sermos felizes.
Luis e Carla até hoje são felizes.