quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Sorvo a vida





 Ganhei de presente o melhor bem que um ser vivente pode ter: a vida. Portanto a sorvo com toda a intensidade da minha alma: sorvo a saúde, sorvo a beleza e sorvo as minhas conquistas. A quem agradecer a tudo isso? A Deus e a família que me criou, pois se não fosse ela, talvez não estaria aqui escrevendo poesias e contos a vocês.
 Não estou aqui a contar minha vida, mas trocando em miúdos, Ele me deu muita sorte, pois tudo que almejei fazer na vida consegui com uma certa facilidade, pois também ganhei Dele a inteligência que soube aproveitar na profissão para hoje poder ter uma vida tranquila.
 Sorvi da vida a astúcia, ou seja, foi um aprendizado para poder me defender das peripécias que tentam nos pregar. Fico chateada, mas com a consciência tranquila que nunca na minha vida fiz mal a ninguém, pelo contrário, sempre procurei ajudar, é dividindo que se consegue os pequenos momentos de felicidades que temos na vida. Eu não julgo ninguém, pois só Deus pode fazê-lo, só Ele tem o poder de entrar na nossa mente, só Ele sabe quando falamos a verdade ou a mentira.
 Criei meu filho nos bons princípios, até um pouco educado demais para o meu gosto, mas por ter muita bondade no seu coração não sabe distinguir a maldade da lealdade. Mas, a vida ensina.
 Enfim, já fiz tudo que uma pessoa tinha que fazer na vida, agora só espero ter uma velhice tranquila junto com alguém que sempre esteve ao meu lado.


Dorli Silva Ramos

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Partitura de amor



 Dor de amor parece que não tem fim, remendando as emoções, as quais sufocam meu ser com uma dor que dilacera meu coração de saudades tuas, pois partiste sem pelo ao menos me dizeres o motivo. Minha alma, que se encontra em luto, chora o teu abandono. Faz dois meses que não a vejo e não tenho notícias tuas, levou tua aliança deixando a minha com a dor da solidão.
 Sozinho, ajeito o banquinho perto do piano, pego a partitura e começo a tocar... Mas o que emana da dança dos meus dedos sobre as teclas do piano não é a nossa canção de amor, aquela do Chico, mas sim aquela música do Chopin que tanto te sugava, que tanto ouvi assoviada da tua boca durante os momentos mais sombrios de nossa relação... A minha sempre temida Sonata nº2:



 Enquanto toco, a rosa começa a murchar... Chegando ao ponto de se despetalar ao sentir minha dor. Pela janela entra um vento forte e as fazem flutuar e saírem. Talvez,  no alto do céu peçam as nuvens uma chuva fininha para se misturarem com minhas lágrimas de saudades.
 Nisso, ouço passos lentos adentrar minha sala e teu perfume começou a fazer bater forte meu triste coração. Paro de tocar, olho para trás e quase desfaleço:  És tu Silvia?
 Voltei, amor! Não consegui viver sem ti e tuas músicas que tanto alegravam meu coração. Esta música tu nunca mais tocarás, pois não quero lembrar que um dia abandonei o homem que sempre me amou e também eras amado por mim.


Dorli Silva Ramos

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Margarida, a linda mulher!




  Nasce uma linda menina, deram-lhe o nome de Margarida por ser muito branquinha, miúda e linda. Seus pais moravam numa linda fazenda que tinha uma enorme plantação de margaridas. Margarida logo tornou-se uma bonequinha e gostava de se esconder no meio das margaridas, mas ela tinha apenas três anos e se mexia e os pais a encontravam. 
 O pai da menina cuidava dessa fazenda havia dez anos e ela foi criada solta com seus animaizinhos de estimação: o coelhinho, o gatinho e um cachorrinho e, os quatros saíam correndo pela fazenda afora e, quando cansavam iam nadar num riacho pertinho de casa.
 Sua mãe já conhecia suas brincadeiras... De repente Margarita cresceu e tornou-se uma linda mulher! Era apaixonada pelas margaridas e pelas roupas brancas.
 A jovem ia completar dezoito anos e à noite iria acontecer uma festinha de aniversário e os convidados foram os jovens da fazenda. Estava toda feliz e disse a sua mãe que iria colher algumas margaridas para enfeitar a festa.
 Quando já havia colhido as margaridas e já de volta ouviu um barulho. Parou, mas como criada ali percebeu um pequeno movimento nas flores. Foi chegando sorrateiramente e, zás, agarrou alguém pelos cabelos, quando percebeu que se tratava de um jovem, soltou toda envergonhada.
 O jovem se apresentou, mas já sabia o nome da jovem e disse que se chamava Elói e era o filho do dono da fazenda que estava ali de férias. Então, ele perguntou:
 - Por que tantas margaridas e ela não teve outro jeito e falou do seu aniversário. Elói perguntou se poderia ir à festinha, ela meio sem jeito disse que sim. 
 Elói ficou apaixonado por aquela linda mulher, pediu o carro do seu pai para ir à cidade comprar o presente que iria dar a Margarida que completaria dezoito anos. Sem problemas, disse o pai.
 Elói estava ansioso para chegar dezenove horas, hora da festinha. Todo jeitoso e perfumado e na mão seu presente. Ele  entregou-lhe o presente e disse do nada: eu a amo, ela quase desmaiou com o presente nas mãos. Todos brindaram um amor que nasceu num campo florido.
 Margarida abriu o presente e surpresa ficou quando viu apenas uma carta. Todos curiosos, afinal era o filho do patrão. Na carta estava escrito: Quero me casar com você e outro pacotinho um par de alianças de brilhantes. Enfim o primeiro beijo. Festa? Que festa? Só para os convidados, pois o casalzinho de mãos dadas saíram sorrateiramente para namorar no campo florido em plena primavera.
 Moram hoje na cidade há vinte anos com seus três filhos e felicidade fez morada nesse lar.

Dorli Silva Ramos


domingo, 8 de dezembro de 2013

Como virá o meu Natal?




 Quando a gente cresce o sentido do Natal fica diferente de quando éramos crianças, acreditávamos no Papai Noel e esperávamos ansiosamente o nosso presente de Natal. Às vezes, o  Papai Noel perdia o rumo da minha casa e eu chorava muito, então olhava para a árvore de Natal vazia e minha mãe dizia que o próximo Natal iria mandar o endereço certo, ela fora a culpada pois não tinha muito aletramento e que logo que pudesse compraria meu presente.
 Ela me levava à Igreja e nós pedíamos saúde para que ela pudesse trabalhar muito, pois eu queria uma bicicleta nova. Eu, então, me apiedando dela dizia que ficaria com a antiga toda arrebentada que me causava vários tombos.
 Quantos sonhos se esvaíram quando eu descobri que Papai Noel não existia e nessa época já mais grandinha começava a entender o verdadeiro sentido do Natal: o nascimento do menino Jesus na Terra para nos salvar.
 Cresci, agora  já no limiar da vida, quem perdeu o sentido do Natal fui eu, pois há quinze anos meus pais foram para um plano melhor e, nunca mais aumentei minha enorme mesa para o almoço de Natal, vamos à um restaurante qualquer.
 O meu Natal virá igual a de outros anos de saudades e, à noite peço a Deus que eles estejam bem, pois um não podia viver sem o outro. A diferença de suas mortes foi menos de dez dias.
 Por isso eu digo a todos que aproveitem os momentos de saúde, felicidade e fartura, pois de um dia para o outro poderemos ficar sozinhos numa sala, mesa vazia olhando a Bíblia e mais ao canto numa mesinha com uma velinha e algumas bolinhas surradas, uma pequenina árvore de natal e ter a certeza que logo irá fazer companhia aos seus entes queridos.
 Nesse Natal vou pedir ao Senhor que tanto sofreu para tentar nos salvar( onde muitos serão os chamados e poucos os escolhidos ) que não haja fome, desemprego, preconceito e maldade entre seus filhos, pois querendo ou não somos todos irmãos.   

Minha participação da IV-Interação de Natal- " Como virá o meu Natal ?"
 Para o   


Dorli Silva Ramos

Desculpem-me meus leitores, bati o dedo sem querer
ontem em postar e depois removi