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Estava esperando numa fila enorme para entrar no teatro quando me deparei
com uma linda mulher. Seus olhos fitaram os meus, algo situou no meu corpo, não
sei bem o quê. Fiquei pasmo com seu olhar sereno e simultaneamente altivo.
Sentou-se na sua poltrona com singeleza e, quando vi uma poltrona vazia ao seu
lado me atrevi e cheguei perto da jovem e perguntei:
-Posso me sentar? Ela balançou levemente a cabeça concordando.
Minhas pernas tremiam, não sabia o que falar, então, essa doce
mulher começou a conversar comigo com tanta firmeza e educação que cheguei às
nuvens várias vezes. Perguntou meu nome e tremendo ao falar: - meu nome é Regis
e o seu perguntei quase engasgando. Meu nome é Raquel.
Raquel era única, sabia me envolver, para mim inigualável, era uma
mulher singular.
Começou a peça, ela atenta e eu perdido por aquela mulher que
mexeu com meus neurônios e todos os órgãos do corpo, minhas mãos congeladas não
paravam de tremer. Não assisti nada, foi quando de repente foi anunciado o
intervalo da peça. Ela olhou pra mim esboçou um sorriso malandro e perguntou:
está gostando da peça? Disse que sim. Olhou bem nos meus olhos senti um arrepio
na espinha, foi quando ela pegou em minhas mãos, quase morri, sorriu novamente, apagou a luz e a peça continuou.
Finda a peça, ainda com suas mãos atadas às minhas caminhamos um
pouco quando passou um carro com um motorista. O Motorista saiu do carro e
disse a jovem: vamos entrar? Sim respondeu ela, mas antes vamos levar esse
jovem a sua casa. E o carro saiu vagarosamente, andou muito, pois morava na
periferia. Parou em frente a minha casa, abri a porta e ela disse: gostou da
peça?Criei coragem e respondi: gostei de você, ela sorriu.
A porta se fechou e o carro partiu e eu ali parado feito um bobo
quando minha mãe gritou: Regis! Você está delirando, está com febre, o que
aconteceu? Regis ainda atordoado respondeu a sua mãe: hoje, pelo ao menos em
sonho conheci uma mulher especial, ou seja, uma mulher singular.