terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Felicidade




Felicidade

O que é a tal felicidade?
São momentos felizes que passamos
Esporadicamente em nossa vida
Um belo olhar na praia

A bel felicidade é única? 
Não, junte ao escolhido amor para dividir
Pois somos pessoas do bem e amor
Onde pessoas são falantes

O amor carrega felicidade?
Sim e maliciosamente nos elogia e beija
Nosso coração assusta tal emoção
Então: segura coração!

Quem não gosta de amor?
Um abraço, um beijo e uma promessa
De um feliz casamento: sai beijo
Crianças gritam os pais! 


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Saudades de você



Pinterest.com

A saudade invadiu meu corpo quente
 no seu abraço na praia e as ondas batendo
 nossos pés, sorríamos até nos exaurirmos.
 Você foi embora num dia que a Lua estava triste
 prometendo voltar e até hoje espero sua volta
 e minhas esperanças morreram na praia,
 deixando no meu coração uma lacuna
 que nunca mais se fechará.
 Sua falta está me adoecendo e prefiro morrer
 sem viver perto de ti,
 pois você é meu tudo que virou
 uma saudade doída




CHORO



José Gomes Ferreira
                                                                                             Portugal


Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
as crianças violadas
nos muros da noite
úmidos de carne lívida
onde as rosas se desgrenham
para os cabelos dos charcos.

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
diante desta mulher que ri
com um sol de soluços na boca
— no exílio dos Rumos Decepados.

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
este sequestro de ir buscar cadáveres
ao peso dos poços
— onde já nem sequer há lodo
para as estrelas descerem
arrependidas de céu.

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
a coragem do último sorriso
para o rosto bem-amado
naquela Noite dos Muros a erguerem-se nos olhos
com as mãos ainda à procura do eterno
na carne de despir,
suada de ilusão.

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro
todas as humilhações das mulheres de joelhos nos tapetes da súplica
todos os vagabundos caídos ao luar onde o sol para atirar camélias
todas as prostitutas esbofeteadas pelos esqueleto de repente dos espelhos
todas as horas da morte nos casebres em que as aranhas tecem vestidos para o sopro do
silêncio
todas as crianças com cães batidos no crispar das bocas sujas
de miséria...

Ninguém vê as minhas lágrimas, mas choro...

Mas não por mim, ouviram?
Eu não preciso de lágrimas!
Eu não quero lágrimas!

Levanto-me e proíbo as estrelas de fingir que choram por mim!

Deixem-me para aqui, seco,
senhor de insônias e de cardos,
neste ódio enternecido
de chorar em segredo pelos outros
à espera daquele Dia
em que o meu coração
estoire de amor a Terra
com as lágrimas públicas de pedra incendiada
a correrem-me nas faces
— num arrepio de Primavera
e de Catástrofe!