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Sou como vento calmo que passa trazendo a brisa para serenar seu
rosto perfumado de amor que por uma imbecilidade minha deixei para traz. Hoje a
saudade é nua e dolorida, pois somos como dois espectros numa ventania a
procura do nada.
Quando crianças fomos travessos a experimentar
"bicotas" sentindo vergonha e corríamos pelas matas rasteiras que
havia perto de nossas casas e nos jogávamos no chão rindo como duas crianças
peraltas brincando de namorar.
Oh! Tempo ingrato que nos separou e vivo à sua procura
constante, mas o destino não aprovou o nosso amor pueril que poderia se
perpetuar numa paixão louca escorregando para um beijo apaixonado que nunca
experimentamos.
É engraçado, acordo todos os dias na madrugada, abro a porta
devagarinho e, uma brisa gostosa bate meu rosto e uma saudade imensa invade meu
coração que acelera de saudades suas e imagino como seria gostoso poder beijar
seus lábios depois de abraço apaixonado.
É, mas o tempo não volta e tenho que esconder esse amor
imaginando como seria o nosso beijo de amor.
Amor, onde está? Saudades vem permear toda a madrugada e a brisa
vem beijar meus lábios sedentos de paixão não concretizada.
Que nunca percamos o amor verdadeiro, pois é doído viver por
viver no que hoje só a saudade me acorda nessa solidão que assola minha vida.
Nunca senti o gosto de um beijo apaixonado em seus lábios. Hoje
só, vivo a saudade sua que a brisa me traz seu perfume todas as madrugadas.
Ah! Se o tempo retrocedesse, jamais perderia esse amor que
invade minha vida todas as manhãs trazendo uma lembrança gostosa da nossa
infância que não volta mais.
