sábado, 29 de setembro de 2012

Que sonho!



Sonhei que era uma linda mulher
Bailava sobre as águas com um véu 
O brilho do véu me estonteava
Era a dona das águas serenas

Era noite e tudo ali era uma magia
O fundo das águas não me engolia
Cada virada que dava a noite sorria
A natureza agradecia a linda mulher

 Crepúsculo do anoitecer despedia
Jogou um raio luminoso em mim
Meu corpo leve parecia uma pena
Voei alto para beijar o crepúsculo

Montanha derreteu aos meus pés
 Num suave deslize meu corpo descia
Tal uma bela e reluzente bola de neve
Foi num instante acordei e chorei


Dorli da Silva Ramos

Meus leitores!!!




Eu, Lua Singular, agradece as constantes
visualizações no meu blog
e pede a todos, amanhã, entrarem no blog
 Vendedor de ilusões, pois minha singela
poesia será apresentada e por favor, deixem
seus comentários que irei agradecer

OBRIGADA



Um bom final de semana a todos vocês

Dorli da Silva Ramos

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A felicidade está na simplicidade





Minha infância que choro foi nesse lugar
Corria pelas veredas com a bela Maria
Que nas suas mãos pegava, linda inocência
Trepávamos nas goiabeiras à frutos apanhar

Maria era uma linda caipira como eu também
Quem era a tal Maria? minha irmã de criação
Juramos ficar juntos nesse casebre sem ir além 
Nossos pais morreram, não houve solução

Já moleque cuidava da plantação de laranja
Maria cuidava da horta e da nossa casinha
O sítio era pequeno, não tínhamos vizinhos
À noite sorria Maria e cada um nos quartos

 Um noite senti um arrepio, pensei em Maria
Abri a feia porta do seu quarto devagarinho
Parecia que estava me esperando e com carinho
Abracei e beijei Maria e rolamos à noite inteira




Dorli Silva Ramos

Boa sexta-feira





De que valeu tua vida de sucessos
Se nunca tiveste tempo de olhar
O lindo pôr do sol

Dorli Silva Ramos

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Uma carta que ficou no baú



O~GVIQ~

Hoje acordei com uma doce saudade de ti, então, abri meu baú das recordações, peguei uma carta que iria enviar-te naquela noite estrelada, onde todos os dias íamos nos encontrar. O tempo passou, tu sumiste para outra cidade, deixando-me um endereço. Nunca mais voltou.

Meu amor

Ao completar quinze anos, apaixonei-me por ti, olhava aqueles olhos azuis da cor do céu, meu coração parecia não caber em meu peito e tu já mais maduro do que eu levou-me na conversa e eu me entreguei a ti.Nosso amor parecia tão belo como um estrela febril e, deitados na relva fresca, era um ritual de amores. Me chamava de pequena princesa, minha loucura de amor. Ah! Como te amava, meu coraçãozinho batia forte de emoção quando me beijava, rolava tuas mãos no meu rosto e dizia-me: como tu és bela, garota, minha princesinha de olhos negros como a noite escura.
No outro dia, na mesma hora fui ao encontro de ti. A noite estava fria, as estrelas estavam tristes e a lua...   
Fingia que não me via. De repente umas nuvens carregadas com grossos pingos desaguou no meu frágil corpo.Fiquei com medo e toda molhada, escondi-me entre umas pedras e um grande raio caiu quase perto de mim e naquele relampejo da cor do fogo eu consegui ler: ele não volta mais.
É, realmente tu não voltavas mesmo, vinte anos se passaram e, hoje aqui sentada na sala, enquanto nossa jovem filha dorme, releio esta carta que não consegui te entregar. Fiquei triste porque nem um adeus me deste.
Nesse instante batem à porta: vi e não acreditei, aquele farrapo de homem era meu amor dos quinze anos.Implorava um perdão, mas antes de qualquer conversa, dei-lhe uma toalha e um roupão e pedi que fosse tomar banho e se barbear. No instante que se banhava, meu coração disparava, o amor não tinha morrido, nisso nossa filha Isabel acordou e perguntou: Quem está aí mamãe? É seu pai que nem te viu nascer. A curiosidade da jovem aguçava, foi nesse instante que seu pai abriu a porta do banheiro e ao ver aquele rosto lindo, parecido com o teu, chorou.Pegou tua filha no colo e gritou: tu és meu segundo amor, foi aí que ela percebeu que aquele homem era teu pai.
Durante o jantar, meu amor disse que havia sido preso por engano e, só agora conseguiu provar sua inocência e foi entregar os papeis a tua amada, ela recusou e disse:
Eu acredito em ti, meu amor está mais forte do que antes, a filha sorria e, agora que temos uma garota linda para criar, vamos dar vivas aos céus e ficarmos os três juntinhos numa imensa felicidade.
No outro dia à noite enquanto a filha dormia, saímos sorrateiramente e fomos ao mesmo lugar onde nos encontrávamos quando bem jovens. As estrelas brilhavam forte, a lua nos vigiava feliz e, naquela noite não choveu e, ali naquela mesma relva recordamos a nossa paixão.

Dorli Silva