sexta-feira, 5 de abril de 2013

Romance inacabado





Conheci meu amor passeando num bosque e entre olhares insinuantes nos aproximamos. Meu Deus! Fiquei extasiado tamanha beleza do seu olhar e sua meiguice que impregnava todo o seu ser. Uma mulher maravilhosa. Meu coração acelerou e nunca poderia imaginar que no prazo de um ano estaríamos casados, vivendo uma vida cheia ilusão, paixão e amor.
Alugamos uma pequena casa e lá dentro colocamos o nosso amor para se perpetuar até além da morte. Foi esse o nosso pacto ao adentrarmos na nossa pequena "mansão" como ela dizia.
Ah! Vitória, quantas ilusões tínhamos a dois, até que um dia, você dormindo como uma princesa, levantei-me sorrateiramente e comecei a rabiscar um romance, só não tinha colocado o nome e, assim toda a noite escrevia todas as alegrias e amarguras da nossa vida. O tempo foi passando...10 anos. Rabisquei no romance a nossa felicidade: o dia do nascimento do nosso filho Ricardo.
A vida começou a melhorar, compramos nossa casinha, você ensinava inglês em casa para não deixar nosso filho com ninguém, pois era mãe coruja e uma delícia de mulher.
O romance começou a se estender, mas naquele dia...eu não escrevi mais nada. Minha amada morreu de parto junto com nossa filhinha.
Nunca mais escrevi e o tempo passou...mais 4 anos, meu filho já com quatorze anos achou aqueles escritos e sem me dizer nada, levou-o para seu quarto. Mandou editar o livro sem o final. Nesse livro  ele colocou o nome: Romance inacabado.
E logo que foi editado o primeiro livro, enrolou-o  e deu-me como presente de aniversário, abri o pacote fiquei extasiado quando vi a capa do livro, nela havia gravado uma linda mulher com uma rosa da saudade.
Ao abrir o livro, não acreditei, por uns momentos fiquei feliz ao ver minha vida estampada naquele livro sem final e o nome dado ao mesmo que muito me emocionou. Muitas lágrimas de saudades caíram, uma na rosa que sorriu e outras nos lindos olhos azuis da minha doce e única mulher que amei. Amei não, amo.
O livro foi um sucesso e, por quem passasse em frente a minha casa me via sentado à cadeira de balanço lendo sempre o mesmo romance.


Dorli Silva Ramos

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Mulher dissimulada




Com olhos sonolentos és esperta, uma doce meiguice ao falar, delicadeza abraça dengos, chora um choro de crocodilo, mas quase ninguém percebe.
Sua presa fácil é o homem que escolher, faz dele o que quiser e, sem que ele perceba o leva à destruição ou loucura, fazendo dele seu cãozinho de estimação.
Não é muito difícil para outra mulher desmascará-la, pois seu hálito tem cheiro diferente, suas salivas secam, gesticula suas mãos ao vento, é doce e carinhosa com todos.
O homem demora mais tempo para perceber que tem ao seu lado uma cobra peçonhenta, mas ela sorrateiramente o leva a loucuras de paixões e, depois debruça em seu colo como criança desprotegida. Pensa: ela é boa e precisa de mim.É inteligente, sabe o que quer e só vive o presente, pois no futuro sempre haverá  alguém para assegurá-la em troca de suas urgias no seu ninho de amor. Mas como tudo na vida tem tempo de validade, sua dissimulação será descoberta e ficará à deriva na vida.
Cuidado mulher dissimulada, nessa tua vida sem amor, ao envelhecer sentirá que não viveu uma vida de plenitude, aí o tempo não lhe permitirá voltar e amargará uma triste solidão.

  
Dorli Silva Ramos

Tenho sede



Tenho uma louca sede de ti
De beijar tua boca
Apertar-te em meu peito
Te possuir por inteiro

Saciar meus beijos ardentes
Tenho desejo de ti
 Sangue ferve nas veias
Suo só em pensar

Entrelaçar-te nos braços
Beijar o teu peito
Apagar minha loucura
Relaxar no teu corpo nu

Tenho sede de tê-lo agora
Sem reservas e malícias
Volte logo amor
Venha matar meus desejos


Dorli da Silva Ramos

Reeditando: Rosa vermelha


No lindo jardim da vida
És a mais bela, mais sutil
Tua cor assemelha o sangue
Que é vida e da prazer

Viva a rosa vermelha 
Sacudindo os sonhos perdidos 
Vigorando o amanhecer

Rosa, rosa, eis que és aveludada
Tal a pele de um bebê
Se murchares virão outras 
Que saudades terei de ti

Nos jardins da vida
Um dia irei te encontrar 
Os meus olhos brilharão
Como brilha o teu encantar

Nessa poesia te enobreço
Pois rosa é como o tempo
Morre hoje para outra 
Ressurgir amanhã

Um buquê de rosas vermelhas
Irei sempre admirar
Pois muito irei recordar
E rever-te. Oh! rosa vermelha
bela e aveludada

Na minha sonolência eterna 
Tu e outras virão me velar
Mas a que segurarei na mão
Serás tu, rosa vermelha aveludada

Dorli Silva Ramos

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Conversando com a lua...



A casa silenciosa
O quarto vazio
Roupas pelo chão
Só eu e a solidão

Não quero ficar só
Vim conversar contigo lua
Dê-me um tempo curto
Pra eu me desabafar

Vou riscar da minha vida
Esse amor que só fingiu
Amor que não existiu
Ah! Saudade dói

Vou virar o mundo
Mas irei de achar o amor
Quem sabe está na estrela?
Ela sorri para mim

Volto para casa
Pra tentar adormecer
Ouço um barulho
És tu no quarto
Pedindo o meu perdão

Sofregamente não dei
Vá, aqui não é teu lugar
Da minha boca sai perdão
Uma única vez


Dorli Silva Ramos