Hoje quero parar de sonhar o impossível, entrar dentro do meu eu e, com os olhos bem atentos conseguir nadar nas minhas artérias até chegar ao meu coração, pois ele está machucado por um amor malvado que sem piedade me disse adeus.Passar um remédio na ferida e seguir viagem até meu cérebro e conversar com ele, dizer-lhe que tenha mais equilíbrio nas suas emoções para eu não sofrer.
Quero entrar dentro dos meus neurônios, separar os bons e aprofundá-los na grandeza de saber amar como a simplicidade do sorriso d'uma criança, procurar entender mais as intenções de meus amigos e inimigos e, a partir daí, achar um caminho mais equilibrado para poder conviver comigo mesma e com os outros com mais prazer. Prazer de poder sentir uma saudade gostosa, de uma data inesquecível e saborear o amor até a sua última gota de sangue.
Não estou procurando a perfeição e sim um modo mas simples de dizer que gosto de estar aqui, madrugada adentro escrevendo minhas alucinações, meus devaneios, minha enorme vontade de achar um anjo que distribua dignidade e amor fraterno aos homens de corações acorrentados pelo desamor d'uma vida de sofrimentos e que encontrem forças dentro em si mesmos num turbilhão de paciência e boa vontade para poderem almejar a alegria e tempo para um simples bate papo ou até ajudarem a tomar uma decisão na vida sofrida de um irmão.
Sei que é um sonho impossível e cá fora a luta para almejar o mínimo de amor que iguale nossos irmãos a um só sonho é quase uma utopia: vida digna para todos e mais amor no coração.
Dorli Silva Ramos