quinta-feira, 4 de julho de 2013

Ternura



Ternura
Dos teus gestos
A colheres flores do jardim

 Delicadeza
Do teu olhar ardente
Rasga todos os meus pecados

 Minha
Alma já refeita
Grita perdão dos defeitos

Rogo
 Teu lindo amor
Por toda a minha vida

Quero
Plantar flores
Num enorme jardim

Pra
Colher beijos
No jardim feito de sonhos

Também
 Iremos aconchegar
No nosso ninho de amor


Dorli Silva Ramos

Encontros na estação (miniconto)



 Vou reviver um passado cheio de glamour. Eu era linda, como a primavera, apaixonada por um poeta que ia me encontrar todos os dias à tarde na estação, onde depois eu pegava um velho trem de volta para casa depois do trabalho. Ele beijava meus lábios com suavidade e  declamava versinhos que me encantava.
 Escrevia todos os dias cartas de amor, as quais tenho até hoje bem amareladas pelo tempo e sem aquela fragrância de perfume francês que colocava nelas.
 O casamento estava planejado para dali a dois meses, tudo praticamente arrumado. Ia morar numa linda metrópole...
 Não sei o que aconteceu...Sumiu, assim como quase me faltou o ar que respirava. Ansiava loucamente envelhecer com ele. Mas o destino não quis.
 Simplesmente se esvaiu, procurei-o e procuro-o até hoje, pois gostaria de saber o que aconteceu e, nada...Nunca mais amei ninguém.
 Será que morreu?


Dorli Silva Ramos

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Amor moleque



Gosto desse teu jeito moleque
de me amares com ternura
Gosto desse teu jeito moleque
de beijares meu colo

Gosto desse teu jeito moleque
de fazeres amor comigo
Gosto desse teu jeito de moleque
de me trazeres flores

Gosto desse teu jeito moleque
de me acordares sorrindo
Gosto desse teu jeito de moleque
 de dizeres que me amas

Gosto desse teu jeito moleque
de me beijares com paixão
Gosto desse teu jeito moleque
de me enlouqueceres

Dorli Silva Ramos

Meus delírios (miniconto)



 Cansada da solidão do quarto fui deitar-me na sala ao som de uma música leve. Adormeci. Não sei por quanto tempo fiquei nesse transe no sofá, pois acordei pior que antes. Um vazio tomava conta da nossa casa, antes enfeitada com seu cheiro, seu perfume inebriante que me deixava louca de desejos.
 Uma noite infernal, fui até a cozinha, parecia que tudo se movimentava: os lustres, as mesas os copos a tilintar, então, abri a janela e estava chegando uma ventania, fechei-a depressa, corri para o quarto, enrolei-me no cobertor e comecei a chorar meus delírios. Via vultos e sons de choro de crianças. Pensei: estou louca.
 De repente ouvi um abrir de uma porta e estático na porta do quarto, iluminado só com um abajur, deu para perceber suas lágrimas que corriam seu rosto. Estava arrependido.
 Então disse: venha me amar

Dorli Silva Ramos