terça-feira, 1 de outubro de 2013

Suspiro de uma saudade



 Era um amor de dar inveja a qualquer um. Bete amava Pedro e esse não conseguia viver sem seu grande amor. Eles costumavam passear na plataforma do trem todas as tardes e ali faziam planos para um lindo futuro e se despediam no pôr do sol.
 Bete morava numa pequena cidade do interior e Pedro estava a serviço na sua cidade para uma empresa multinacional. Ficaram juntos por três meses.  Aí, chegou a hora de Pedro voltar para sua casa, numa distância de dois mil quilômetros e foi numa velha estação que os dois se abraçaram forte e choravam copiosamente, mas Pedro disse a Bete esperar que logo voltaria para buscá-la.
 O carteiro todos os dias ia levar uma carta para Bete, suas mãos tremiam e ao abri-la, ela exalava uma fragrância suave, beijava a carta com seu batom vermelho e seus olhos enchiam de lágrimas. Na carta ele dizia que a amava muito, que estava preparando tudo para um breve casamento e que viria buscar ela e seus pais para a cerimônia religiosa que aconteceria na cidade dele.
 Um dia o carteiro estava atrasado, mas chegou e entregou-lhe a carta e naquele dia ao abri-la não sentiu nenhuma fragrância e nem suas mãos tremeram, apenas beijou a carta com saudade e sentiu umas batidas mais fortes em seu coração, nessa carta Pedro marcou no sábado próximo chegar para levá-los. Tudo arrumado para a partida.
 Chegou finalmente o sábado e ele chegaria à estação ferroviária ao meio dia e meia. O coração de Bete começou a bater forte era mais ou menos umas onze horas, não precisamente, fez-se necessário dar água com açúcar para ela se acalmar, não adiantou, sentiu um nó na garganta e começou a chorar e quando foi olhar o relógio já havia passado quinze minutos do horário da chegada. Foi um alvoroço na estação, um acalmando o outro, talvez, porventura o trem estivesse um pouco atrasado.
 Não, o trem não estava atrasado, ele descarrilou numa ribanceira e todos que estavam no trem, inclusive Pedro, tinham morrido.
 Bete desmaiou e nem viu que os familiares de Pedro vieram buscar os restos mortais do filho para enterrar longe dali. A vida de Bete acabou no momento do acidente, nunca mais amou ninguém.
 Hoje, já velha, sentada numa cadeira de balanço, lê e relê aqueles escritos amarelados pelo tempo e ainda suspira a saudade que dói seu coração.

Dorli Silva Ramos

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Espelho d'alma



 Resolvi um dia olhar-me no espelho da vida para tentar ver minha alma e, do que vi foi apenas um rosto bonito sem o brilho das estrelas em noites que os enamorados ao olharem a lua veem as estrelas clareando a lua. Eu vi através do meu rosto meu brilho d'alma ofusco, sem amor, bondade, meiguice. Fiquei apavorada e queria mudar meu modo de ser.Mas como?
 Nesse instante em que conversava comigo mesma um pássaro verde entrou pela janela do meu quarto e disse: você vai viajar comigo para todo o universo. Colocou-me duas enormes asas e saímos voando bem alto toda a humanidade. Lá do alto eu vi o homem maltratando a natureza, cortando suas árvores, caçadores com armadilhas para pegar animais para o abate ou para comercializar em diversos lugares. Comecei a enjoar. Eu precisava ver tudo isso para quem sabe mudar a minha vida.
 Cheguei a terra e comecei uma faxina na minha casa, pois meu marido ia chegar de viagem, enfeite-a como mandou a minha alma com alegria, colori com vasinhos de flores de todas as cores, retirei do baú toda aquela roupa que não usava, coloquei para enfeitar a casa. Ela tinha outra fragrância, o tapete vermelho era um convite para o amor.
 Depois de ajeitar a casa com a beleza da minha alma, fui tomar banho, coloquei a melhor roupa, maquiei-me como uma princesa, sabia que era bela, mas uma beleza morta sem alma.Usei o sortilégio para me perfumar.
 Já estava anoitecendo quando bateram à porta, era ele...o amor da minha vida que não sabia valorizar. Quando me viu toda produzida seus olhos brilharam de paixão, beijou-me com ardor e de mãos dadas fomos até a cozinha.  Para nós dois preparei um jantarzinho com todo o esmero, à luz de vela, com champagne e um delicioso strogonoff, arroz branco e batata palha. Que delícia!
 Depois do jantar saímos nos arredores da casa, a lua toda iluminada, as estrelas brilhando e voando perto de nós passou aquele lindo pássaro verde, o descobridor do brilho da minha alma.
 Ali mesmo na relva fresquinha me beijou com paixão, nossos corpos sedentos explodiram em desejos.


Dorli Silva Ramos

domingo, 29 de setembro de 2013

A criação do mundo (miniconto)



 Quando Deus criou o mundo, não imaginou o tamanho desalento e destruição entre Seus filhos. O mundo desde a sua criação, os homens eram cruéis que Deus resolveu mandar Seu filho Jesus para tentar salvar a humanidade e como resposta, seu filho foi injustiçado, arrastado e morto pregado na cruz.
 Deus deu muita inteligência para o homem e ele não soube usá-la para fazer o bem. Temos o exemplo de Hitler e muitos outros assassinos cruéis. Às vezes me pergunto: onde Deus os colocou? Ou dormem.
 Enquanto eles dormem nós sofremos as consequências da ganância e do desamor da humanidade e não haverá de demorar muito tempo, Deus, nosso Pai irá resolver essa situação e com Suas mãos Divinas fará um simples aceno e, tudo se acabará...
 Então, eu pergunto a mim mesma: por que o homem sabendo que irá morrer, apodrecer na terra onde Deus o moldou com barro e deu-lhe o sopro da vida se volta contra Ele, fazendo d'um paraíso, onde toda a humanidade poderia estar viva; um inferno de pecados e desobediências? Até quando Ele irá aguentar?

Dorli Silva Ramos

sábado, 28 de setembro de 2013

O beijo roubado ! ( miniconto )



 Meu primeiro beijo foi roubado, foi um selinho d'um garoto atrevido. Pensei comigo mesma: isso é beijo? Que chatice, nunca mais vou beijar ninguém.
 Já na adolescência, o primeiro namorado era lindo e logo se apaixonou. Seus beijos eram longos e quentes, me sufocavam e eu nada sentia.
 Foi numa festa de final de ano que conheci o amor, chegou devagarzinho, beijos leves gostosos. Não passou muito tempo eu já estava apaixonada,; tratava-me como uma fada d'um castelo encantado.
 Como tudo na vida tem um fim, esse amor também morreu no tempo. Depois de muitos encantos e desenganos, encontrei finalmente o verdadeiro amor.
 É nesse forte e cúmplice amor que edificamos nosso lar, hoje as crianças correm por todo lado para a nossa felicidade.

Dorli Silva Ramos 

QUERO AGRADECER A TODOS OS MEUS AMIGOS VISITANTES ANÔNIMOS DO BRASIL E DE MUITOS OUTROS PAÍSES PELAS CONSTANTES VISITAS NO MEU BLOG.
AMO VOCÊS DE CORAÇÃO

LUA SINGULAR