A lua explode o céu e o meu coração, as estrelas não colorem minha
dor, o vento preguiçoso bate em meu rosto, não há brisa e nenhum barulho. O rio
sossegado passa levemente por debaixo da ponte e aqui estou te esperando, os
sapos sem coaxar dormem serenos.
De repente começa a esfriar meu corpo e minha alma, pois as horas
voam e ele não vem me encontrar. Estremeci quando tocou o celular e,
rapidamente atendo: era ele, nervoso porque iria se atrasar, o trânsito
estava muito lento, então lhe disse: eu espero tu chegares, pensei que tivesse
esquecido de mim. Esquecer de ti?. Jamais, tu és a joia mais linda que encontrei
e, o tempo passando...
Cansada de esperar deitei na ponte e adormeci. acordei com uns
gritos: era uma mulher, talvez a tua mulher que me bateu tanto e empurrou-me dentro do
rio.Nesse instante tu saltaste da ponte para me salvar, agarrou-me pelos braços
e chegamos à outra margem.
Quem é essa louca mulher que quis me matar, tu não disseste que
eras casado...E eu não sou, essa mulher é uma louca, foi minha namorada e por
ser tão ciumenta terminamos tudo a um ano e vive a me atormentar.
O que fazer? Fomos caminhando até chegar perto de um
casebre, a luz estava acesa, a dona nos cedeu umas grossas toalhas e caímos numa
rede e adormecemos.
No outro dia cedo, com as roupas secas e um cafezinho gostoso
conseguimos chegar até a ponte. Ele pegou seu carro que estacionado ficou perto dali, beijou-me com paixão e me levou para casa.
Dorli Silva Ramos