Meu pensamento está aprisionado dentro do meu
cérebro, mas hoje vou deixá-lo solto para voar onde quiser conhecer: voou
embaixo das nuvens brancas e frias ouvindo os murmúrios das ondas do mar,
passou por mim e eu o deixei passar na maciez das minhas vestes até ele se
cansar.
Não obstante até onde nossas vistas veem, o vento
muito audacioso o transportou às nuvens, chegando aos céus. Chegando lá, ficou
deslumbrado com toda beleza vista; era noite e as estrelas brilhantes e
coloridas ofuscavam suas vistas, mas teimoso como era foi conversar com a lua,
esta já sabia que era a musa dos namorados ficou feliz com aquele pensamento
voando num vento já cansado, então, desceu do vento para ele descansar e foi
conversar com a lua, querendo saber o que ela tinha que embebia os sonhos dos
poetas apaixonados, ela apenas respondeu que os vigiava com amor.
Com o vento já descansado, o pensamento agarrou-se
nele e foi conhecer o resto do céu brilhante à noite. As estrelas mantiveram
distância do pensamento, pois se chegassem perto queimariam todos os seus
neurônios.
O pensamento estava cansado e o vento também e,
resolveram dormir numa nuvem branca quentinha, mas no meio do sono, a nuvem
sacolejou os dois, avisando que vinha chuva forte e, que deveriam ir embora
pois deixaram sua dona a mercê d'um mar violento.
Mais que depressa, voaram como um jato até a beira do
oceano, onde ela estava, entrou em seu cérebro, ela recobrou os sentidos
e, vendo o mar bravio e a chuva começando a cair forte, correu à procura de um
abrigo que não demorou a achar. Um casal se apiedou da jovem mandou-a entrar,
tomou um banho quentinho e foi deitar-se numa cama fofa e acordou com as ideias
fervilhando.
Não demorou muito tempo pegou um lápis e papel
e escreveu sua aventura: meu pensamento voa.