segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Meu pensamento voa




Meu pensamento está aprisionado dentro do meu cérebro, mas hoje vou deixá-lo solto para voar onde quiser conhecer: voou embaixo das nuvens brancas e frias ouvindo os murmúrios das ondas do mar, passou por mim e eu o deixei passar na maciez das minhas vestes até ele se cansar.
Não obstante até onde nossas vistas veem, o vento muito audacioso o transportou às nuvens, chegando aos céus. Chegando lá, ficou deslumbrado com toda beleza vista; era noite e as estrelas brilhantes e coloridas ofuscavam suas vistas, mas teimoso como era foi conversar com a lua, esta já sabia que era a musa dos namorados ficou feliz com aquele pensamento voando num vento já cansado, então, desceu do vento para ele descansar e foi conversar com a lua, querendo saber o que ela tinha que embebia os sonhos dos poetas apaixonados, ela apenas respondeu que os vigiava com amor.
Com o vento já descansado, o pensamento agarrou-se nele e foi conhecer o resto do céu brilhante à noite. As estrelas mantiveram distância do pensamento, pois se chegassem perto queimariam todos os seus neurônios.
O pensamento estava cansado e o vento também e, resolveram dormir numa nuvem branca quentinha, mas no meio do sono, a nuvem sacolejou os dois, avisando que vinha chuva forte e, que deveriam ir embora pois deixaram sua dona a mercê d'um mar violento.
Mais que depressa, voaram como um jato até a beira do oceano, onde ela estava, entrou em seu cérebro, ela recobrou os sentidos e, vendo o mar bravio e a chuva começando a cair forte, correu à procura de um abrigo que não demorou a achar. Um casal se apiedou da jovem mandou-a entrar, tomou um banho quentinho e foi deitar-se numa cama fofa e acordou com as ideias fervilhando.
Não demorou muito tempo pegou um lápis e papel e escreveu sua aventura: meu pensamento voa. 



domingo, 17 de agosto de 2014

O tempo não mata o amor



Todos os dias passo diante do meu quadro quando tinha dezenove anos, um nó na garganta faz meus olhos lacrimejarem e, quase não consigo acreditar na besteira que fiz com a minha vida. Tinha alguém que me amava a loucura, me respeitava como mulher, escrevia poesias e me endereçava e ao abrir o envelope meu corpo ardia de amor e paixão. Fazíamos lindos passeios e promessas de um breve casamento.
Um dia, por bobeira minha disse que não o amava mais, ele empalideceu, deu meia volta e foi caminhando, corri até ele, disse que era brincadeira. Olhou para mim chorando e me disse: adeus, nunca mais você vai saber de mim.
E o tempo foi passando e eu inutilmente a procurá-lo sem cessar. Já faz cinquenta anos que nunca mais soube dele. Talvez tenha morrido e não achado o corpo.
Não consegui amar mais ninguém, então, vivia à noite nos meus sonhos, que pareciam reais, minha vida se desenrolou de uma forma autêntica e prazerosa.
Ele chegava do trabalho, me pegava no colo e me beijava e numa grande banheira cheia de pétalas de rosas o amor e a paixão fluíam, passeávamos pelos campos floridos, sentávamos na grama e me fazia lindas poesias de amor e ali, diante da lua e das estrelas nos amávamos com ardor. Foram nossas únicas testemunhas.
Hoje, diante do espelho, passo as mãos nos sulcos que o tempo fez com minha pele e procuro imaginar você em algum lugar pensando em mim.
Esse é meu saudoso jeito de viver a solidão....

sábado, 16 de agosto de 2014

Minha metamorfose



Tal como a borboleta, eu vivo dentro do ventre da minha mãe: está na hora da minha metamorfose, espremi de um lado e do outro, ouvia choros e pequenos barulhos, de repente eu saí, sei que me deram um tapa e eu chorei... devo ter adormecido, quando acordei, me vi apertada em roupas que me incomodavam e uma mulher me beijava e chorava, chamando-me de minha filha.
Começou meu sofrimento, de repente ainda pequena, falando algumas palavras, um homem fraco que dizia ser meu pai me levou para um lugar cheio de crianças tristes, e quando me dei por mim não  mais o vi, nem liguei...não sentia nada por ele e nem por ela( será por que era muito pequena?).
Fui crescendo sobre ordens e surras num pavilhão nojento com baratas e sujeiras que as meninas chamavam de colégio. Nesse colégio, me vestiam com qualquer roupa e tenho os braços roxos de tantos beliscões.
Cresci ali nesse antro nojento e Lúcia uma amiga sempre dizia que eu era muito bela e, escondida no banheiro me deu um pequeno espelho: foi aí que me vi pela primeira vez, já com meus quinze anos. Me amei, saímos sorrateiramente e à noite disse a Lúcia que iria fugir dali. Ela me ajudou, roubou um vestido lindo de uma jovem que tomava conta de nós e jogou do outro lado do muro e com uma força sobre humana caí do outro lado.
Fui caminhando, sendo iluminada pelas estrelas e a lua até chegar num córrego. Ali tirei aqueles trapos e me joguei na água e com as mãos cheias de flores que pegando pelo caminho esfreguei no meu corpo todo, sentindo um cheirinho gostoso de flores do campo. Após secar meu corpo coloquei aquela roupa linda, desalinhei meus cabelos e veio o vento para secá-lo e fiquei a apreciar a beleza da natureza que nunca tinha visto.
De repente ouço um barulho forte e começo a correr. O barulho parou e duas mãos me seguraram: 
Um jovem lindo perguntou-me: onde vai com tanta pressa. Expliquei tudo para ele, então me colocou em cima do cavalo, subiu atrás de mim e, pegou as rédeas e me disse: vou leva´-la para minha casa, tenho mãe, pai e irmãos, não se assuste, não vou lhe fazer mal algum.
Chegando em casa, contei a família tudo da minha vida, a mãe do rapaz me abraçou e disse: aqui você está segura.
Os meses se passaram, Cláudio, o cavaleiro e eu nos apaixonamos. Seus pais foram à procura do orfanato, já tinha na época dezoito anos e pediu meus documentos que prontamente me entregaram.
Hoje é o dia do meu casamento com Cláudio, como estamos eufóricos e muito felizes!




sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Hoje estou muito triste!!!



Meu coração dói, minha vida desmoronou, mas como sou poeta tenho que alegrar quem gosta das minhas poesias. Abro a porta de casa, pego papel e lápis e começo escrevê-la, tenho que terminar o meu livro de poesias.



O amor

É um sentimento que brotou em meu coração
Catarina é seu nome, uma envolvente mulher
O que foi que me fez me apaixonar sem querer
Além de sua beleza... Irradia os dias de verão

Sua pele morena, olhos da cor das esmeraldas
A boca é delineada com o vermelho da paixão
Ah! O seu perfume era o de "Poções mágicas"
O andar sedutor conseguiu flechar meu coração

O nosso primeiro beijo foi numa praia deserta
A onda na volta rolou nossos corpos até a água
Submergimos o mar e nossos lábios se uniram

Ao emergir rolamos a areia molhada e sorrimos
 Aí o cupido flechou nossa alma e nós nutrimos
Com um amor eterno, cheio de grandes paixões

   

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O ciúmes da lua: miniconto





A lua ao contemplar uma mulher tão singela e bela, enciumada começa a chorar, mas as estrelas coloridas de uma noite de verão vêm consolá-la, pois sem a lua ninguém viria a sua beleza, pois é ela quem reflete a beleza da mulher aos homens que  a vê.